NBA Divisão Atlântico: o que esperar da offseason 2020
Confira a análise para a free agency das franquias da forte Divisão Atlântico, que possui alguns dos favoritos da Conferência Leste
Após muitas indefinições, a temporada 2020/21 da NBA, agendada para o dia 22 de dezembro, está chegando. Para a alegria dos fãs da maior liga de basquete do mundo, o The Playoffs está realizando uma série do que esperar da offseason dos times de cada divisão da liga.
E dando sequência, destrinchamos desta vez a fortíssima Divisão Atlântico, considerada a mais forte da Conferência Leste, e uma das mais equilibradas de toda a NBA, já que contém equipes competitivas como Boston Celtics, Brooklyn Nets, Toronto Raptors, Philadelphia 76ers, além do “sempre em reconstrução” New York Knicks.
Confira agora o que cada time da divisão precisa e como deverá lidar com os contratos de seus jogadores e reforços dentro de seus objetivos iniciais nesta offseason, antes do início da temporada 2020/21. Vamos lá!
(Foto: Divulgação Twitter / Boston Celtics)
BOSTON CELTICS
Bem treinado pelo técnico Brad Stevens, o Boston Celtics fez uma boa campanha na última temporada da NBA, chegando nas finais da Conferência Leste, mas sendo derrotado pelo Miami Heat em seis jogos (4 a 2). Mesmo com um elenco recheado de bons jovens jogadores como Jayson Tatum, Jaylen Brown, Marcus Smart, além de Kemba Walker, faltou algo a mais para a franquia de Massachusetts.
Apesar disso, o time não precisa de grandes modificações na offseason para a próxima temporada e a meta é seguir apostando na evolução do talentoso plantel.
No entanto, para chegar ao tão sonhado título da liga, que não vem desde 2008, Boston precisará de algumas opções a mais na rotação e um pivô que chegue para o quinteto titular. Apesar de boas partidas, Daniel Theis ainda não tem o “peso” suficiente para comandar o garrafão dos Celtics e essa posição deverá ser prioridade na offseason, principalmente, agregando experiência.
Com pouca flexibilidade no salary cap, as opções não são muitas. Uma possibilidade é a negociação de Gordon Hayward, já que ele tem uma player option nesta temporada de US$ 34,2 milhões para mais um ano na franquia. Com isso, surge o nome do pivô Myles Turner, do Indiana Pacers, que realizou treinos com Tacko Fall e Grant Williams, jogadores de Boston. Foi especulado na imprensa americana que Turner pode negociar com a franquia mais vezes campeã da NBA ao lado do Los Angeles Lakers.
O jornalista Jared Weiss, do The Athletic, noticiou que o jogador tem a possibilidade de optar por sair dos Pacers, além do que, Indiana já demonstrou interesse em realizar uma troca por Hayward. Ou seja, uma transferência seria possível, o que resolveria o principal problema dos Celtics.
Além disso, surgiu nas últimas horas que Boston está considerando uma proposta para o New Orleans Pelicans por Jrue Holiday, que foi colocado disponível para negócio. De acordo com Kevin O’Connor, do The Ringer, os Celtics estariam dispostos a oferecer as suas três escolhas de primeira rodada do Draft deste ano (#14, #26, #30) para pegar uma posição mais alta no evento e repassar aos Pelicans.
Para poder cobrir os US$ 26,1 milhões de salário de Holiday, Boston precisaria enviar um jogador com contrato significativo para New Orleans e os nomes cogitados são o próprio Hayward e Kemba Walker, que possuem acordos de mais de US$ 32 milhões.
Com essas mudanças hipotéticas, o Boston Celtics ficaria com um quinteto titular de respeito com Holiday, Smart, Brown, Tatum e Turner.
BROOKLYN NETS
Com muitos problemas de lesões, o Brooklyn Nets chegou nos playoffs, mas não se tornou uma força da Conferência Leste na última temporada. A franquia nova-iorquina foi “varrida” pelo Toronto Raptors na primeira rodada dos playoffs e não foi capaz de ameaçar.
Porém, na próxima temporada tudo deve ser diferente e os Nets chegam como um dos principais favoritos ao título da Conferência Leste.
No último mês, Steve Nash foi contratado para a função de técnico principal do time e ele já deve ter em mente possíveis carências no elenco. Além dele, Brooklyn trouxe Mike D’Antoni para assistente técnico. Será a terceira vez que ambos trabalharão juntos. Nash foi treinado por D’Antoni no Phoenix Suns entre 2004 e 2008. Os dois fizeram sucesso em Arizona com o ataque envolvente dos Suns montado por D’Antoni, que ajudou Nash a vencer o prêmio de MVP da liga duas vezes, em 2004/05 e 2005/06.
Com Kyrie Irving e Kevin Durant saudáveis, além de bons nomes coadjuvantes como DeAndre Jordan, Caris LeVert e Jarrett Allen, os Nets devem dar um grande salto e muito trabalho na liga.
Entretanto, visando reforçar ainda mais o elenco, um ala-armador de elite cairia bem e tornaria o time ainda mais forte. Jrue Holiday, dos Pelicans, é uma boa opção aqui também e pode ser um reforço impactante, além de Victor Oladipo, dos Pacers. Porém, a franquia teria que perder jogadores importantes, como LeVert por exemplo, e escolhas de Draft nas trocas.
Em relação às saídas, as situações do especialista de perímetro Joe Harris, que teve o seu contrato encerrado, mas é desejo de Brooklyn a sua permanência, e Spencer Dinwiddie, que despertou interesse de franquias da Conferência Oeste, segundo o repórter Ian Begley, do SNY, e possui uma player option de US$ 12,3 milhões para 2021/22, são incertas.
Sinceramente, os ajustes em peças são poucas e o que deverá ser buscado no Brooklyn Nets é o encaixe coletivo dentro de quadra, já que o grupo é um dos mais talentosos da NBA.
(Foto: Matteo Marchi/Getty Images)
TORONTO RAPTORS
Campeão da NBA na temporada 2018/19, o Toronto Raptors segue com um trabalho consistente e bem feito pelo técnico Nick Nurse. Apesar da decepção da última pós-temporada, o time canadense deve se manter “brigando” por vaga nos playoffs e buscando surpreender novamente. Entretanto, a tarefa será mais complexa desta vez.
Com os términos dos contratos de Marc Gasol, Serge Ibaka e Fred VanVleet, esse com a situação mais difícil para uma permanência, já que ele mesmo declarou que pretende receber mais a partir da próxima temporada, uma reformulação deverá acontecer. O objetivo principal é mantê-los, mas caso essa opção não seja possível, até pelo salary cap, o trabalho de reformulação será muito maior e a busca por novos nomes deverá ser intensificada. Ala-armador, ala e um pivô são as posições prioritárias.
Até por isso, Toronto é uma das equipes interessadas no atual MVP, Giannis Antetokounmpo, um dos maiores jogadores da NBA, que ainda não confirmou a sua permanência no Milwaukee Bucks e deseja vencer a liga. Caso essa negociação se concretize, os Raptors mudariam de patamar completamente. Como se trata de uma negociação difícil, uma vez que o grego ainda tem um ano de contrato em Milwaukee, a franquia precisa de um “plano B” e deverá buscar por opções mais “modestas” no mercado. Oladipo é uma alternativa interessante para o time canadense também.
Com muitas incertezas para esta offseason, Toronto deverá seguir focando na dupla Kyle Lowry e Pascal Siakam, jogador eleito Most Improved Player (MIP), quem mais evoluiu na competição em 2018/19. Apesar de não ter atuado bem nos playoffs na última temporada e não confirmar as expectativas na fase mais aguda do torneio, a sua qualidade é inegável e ele tem muita moral para seguir evoluindo na carreira para guiar o Toronto Raptors.
(Foto: Reprodução Twitter/Toronto Raptors)
PHILADELPHIA 76ERS
Apesar do bom time e dois grandes talentos como Ben Simmons e Joel Embiid, o Philadelphia 76ers foi uma decepção na última temporada. Verdade que as lesões atrapalharam bastante, principalmente a do armador australiano, porém algo a mais poderia ter sido realizado na parte coletiva e a equipe foi “varrida” na primeira rodada dos playoffs para o Boston Celtics.
Até por isso, a franquia resolveu reformular a comissão técnica e a parte administrativa, contratando o treinador Doc Rivers, ex-Los Angeles Clippers, após a demissão de Brett Brown, e Daryl Morey como presidente de operações de basquete, ex-Houston Rockets.
Com pouquíssima flexibilidade financeira, Philadelphia não tem muita saída. Com a folha de pagamento comprometida com Embiid, Simmons, Josh Richardson, Al Horford e Tobias Harris, os 76ers precisariam de algum tipo de troca para fazer grandes mudanças.
A primeira especulação já foi no nome do astro James Harden, do Houston Rockets, até por que ele trabalhou com Morey na franquia texana. De acordo com o repórter Shams Charania, do The Athletic, os Sixers estão interessados no astro e vão tentar levá-lo para Filadélfia, podendo até envolver Ben Simmons no negócio.
Entretanto, Sharania disse também que os Rockets não estão interessados em negociar Harden neste momento e o próprio jogador demonstrou interesse em permanecer no Texas para a próxima temporada.
Caso Philly não troque nenhuma de suas “estrelas”, o maior trunfo para reforçar o elenco está na mid-level exception, com foco principal sendo mais um armador ou ala-armador. Com muito talento para infiltrar e partir para a cesta, Simmons tem algumas deficiências, principalmente, nos arremessos de longa e média distância, por isso o Philadelphia 76ers precisará de alguém para dividir essas funções com o jovem jogador, mas essa tarefa de encontrar o jogador certo não será simples na offseason.
NEW YORK KNICKS
Com uma divisão repleta de bons times e candidatos ao título da conferência, o “patinho feio” é uma das franquias mais tradicionais da história da NBA. Com um processo de reformulação que não termina nunca, New York não se classificou para os playoffs no último ano, terminou a temporada regular em 12° lugar do Leste e até por isso, apostou na troca de treinador. Para o cargo, Tom Thibodeau, ex-Minnesota Timberwolves, foi o escolhido e a missão será árdua nesta offseason.
Com uma série de possibilidades, jovens jogadores no plantel e várias escolhas nos próximos Draft, New York tem como um dos seus planos apostar no futuro e montar um time jovem em torno do talento de RJ Barrett, que foi selecionado na terceira posição do evento de recrutamento de 2019. Neste caso, uma boa seleção no Draft deste ano se torna fundamental.
De acordo com informações de Ian Begley, do SNY, a franquia já cogitou, inclusive, subir no Draft, conseguindo escolhas mais altas. LaMelo Ball estava no topo da lista de jogadores observados, além de James Wiseman. Os Knicks têm as escolhas 8, 27 e 38.
Ainda segundo Begley, New York sinalizou também, no fim do mês passado, para outras franquias da NBA, que está disponível para adquirir jogadores com acordos “indesejáveis” por meio de troca. Com isso, poderia trazer algum nome de peso e caro, ainda que seja um risco.
A equipe da “Big Apple” tem um contrato de team option com Bobby Portis de US$ 15,8 milhões, mas ainda não decidiu se vai mantê-lo. Outros atletas, como Taj Gibson, Wayne Ellington, Elfrid Payton e Reggie Bullock possuem contratos parcialmente garantidos. O único com um acordo mais longo e caro é do ala-pivô Julius Randle. Por isso, os Knicks podem ser uma das poucas equipes com um alto cap room nesta offseason, graças à flexibilidade financeira da franquia.
Em relação aos reforços de peso, Chris Paul, do Oklahoma City Thunder, foi cogitado, além de mais recentemente Russell Westbrook, que pediu para deixar o Houston Rockets, segundo o repórter Shams Charania, do The Athletic, após apenas uma temporada no Texas. New York Knicks e o Los Angeles Clippers aparecem como duas das franquias mais interessadas em trocar pelo armador, conforme informação noticiada em primeira mão pelo repórter Kevin O’Connor, do The Ringer.
Além deles, especula-se ainda o nome de Fred VanVleet em New York. Ele declarou oficialmente que a proposta salarial será fator decisivo na escolha de onde irá atuar. Ou seja, não seria loucura imaginar que os Knicks façam algum esforço para contratá-lo, já que a franquia tem uma boa flexibilidade financeira.
Caso confirme as possíveis contratações de Westbrook e VanVleet, somadas aos jovens jogadores do elenco como Barrett e Mitchell Robinson, o New York Knicks, finalmente, poderia fazer uma offseason de respeito e sonhar com algo melhor na temporada 2020/21 da NBA.
(Foto: Jim McIsaac/Getty Images)
OFFSEASON NBA 2020