França surpreende e elimina EUA na Copa do Mundo de Basquete
Em noite histórica, Fournier e Gobert carregam franceses que avançam para as semifinais
A zebra passeou na Copa do Mundo de Basquete. Nesta quarta-feira (11), a França resolveu chocar o mundo. A cidade de Dongguan na China presenciou o fim de uma invencibilidade de 13 anos. Os Estados Unidos não perdiam jogos em Mundial e Olimpíadas desde 2006, quando caíram para a Grécia. Só que agora, a França superou o Dream Team por 89 a 79 e avançou às semifinais.
Na próxima fase, os franceses encaram a Argentina. Já os EUA terão que se contentar em disputar um mini torneio pelo quinto lugar. Um vexame histórico ainda que por um elenco americano cheio de desfalques. É a pior posição dos americanos desde 2002, quando disputaram o Mundial em casa, com um time alternativo.
Para a França, é a chance de superar uma fase jamais alcançada no torneio. Os franceses têm como melhor colocação um terceiro lugar em 2014. Para alcançar as semis, o time contou com um grande jogo de Rudy Gobert. O pivô, eleito pela segunda vez consecutiva o defensor do ano na NBA, foi fundamental. Anotou 21 pontos e recuperou 16 rebotes, sendo o nome do duelo. Evan Fournier também esteve em ótimo dia. Conseguiu 22 pontos e distribuiu quatro assistências.
Fournier estava com o arremesso em dia:
.@EvanFourmizz was automatic with his jumper on the way to a 22-point outing to help @ffbb_officiel 🇫🇷 serve up USA’s first #FIBAWC defeat in over a decade! 🙌 #FranceGotGame pic.twitter.com/Kv23QrSSBK
— FIBA Basketball World Cup 2023 🏆 (@FIBAWC) September 11, 2019
Já nos EUA quem tentou de tudo foi Donavan Mitchell. O armador do Utah Jazz – companheiro de Gobert lá – marcou 29 pontos, com um aproveitamento de 50% nas bolas de três pontos. Sem Jayson Tatum, lesionado, Kemba Walker sai como grande decepção. O armador anotou apenas 10 pontos no duelo, com apenas 22% de aproveitamento nos arremessos de quadra. Muito pouco para quem foi considerado um dos grandes reforços da temporada na NBA, já que rumou para o Boston Celtics.
Desde o começo do torneio, o time comandado por Gregg Popovich dava sinais de fraqueza. A suada vitória contra a Turquia, por apenas um ponto e na prorrogação, não foi à toa. Nas quartas de final, o desafio francês foi demais. “Viemos aqui para ganhar o ouro”, disse Gobert sobre sua equipe, de acordo com o The Guardian. “Sabíamos que não seria fácil. Muitas pessoas nos eliminaram antes, mas conseguimos a vitória.”
O confronto se desenhou equilibrado desde o primeiro minuto. Com muita marcação para os dois lados, as defesas seguravam os ataques. Tanto é que o quarto inicial terminou em 18 a 18. No segundo quarto, a coisa mudou um pouco de figura. Os franceses passaram a rodar melhor o elenco e viram, numa bola de três de Nando de Colo, a diferença dilatar um pouco (22 a 18). Os americanos chegaram a igualar em 27, quando Mitchell converteu dois lances livres. Foi então que a dupla Fournier/Gobert passou a dominar. O armador do Orlando Magic encaixou duas bolas de três, dando a tranquilidade para que a França fosse para o intervalo vencendo por 45 a 39.
Na volta dos vestiários, os europeus chegaram a abrir 10 pontos com boa bola de Fournier (53-43). Sem deixar o desespero tomar conta, o quinteto americano passou a segurar o ímpeto francês. Mitchell e Middleton passaram a abusar dos chutes de fora e contavam com o luxuoso auxílio de Marcus Smart. O Dream Team, que de dos sonhos não tinha muito, foi para o último quarto vencendo por 3 pontos, 66 a 63.
No último quarto, o roteiro começou a ficar parecido com o de sempre para os EUA. Aproveitando-se de uma instabilidade dos franceses, os americanos abriram sete pontos com oito minutos para o fim, numa bola de Walker. A França parou o jogo para não deixar a vantagem crescer ainda mais.
A parada se mostrou fundamental e o time voltou a se encontrar. Os europeus encostaram num lance de Nicolas Batum, deixando tudo em 76 a 73. E o responsável por igualar a partida foi o contestado armador do New York Knicks Frank Ntilikina, numa bola de três com 4:14 pro fim. A jogada desestabilizou os americanos. Fournier e Gobert rapidamente pontuaram sem deixar os EUA respirar, 80 a 76.
Kemba Walker passou a errar em profusão nos momentos decisivos. Tanto que quando o duelo estava em 84 a 79 para a França, errou dois de três lances livres, após conseguir uma falta, com apenas 42 segundos no relógio. Foi a senha para que a França, com muita tranquilidade, segurasse a bola, sofresse faltas e fosse perfeita na linha de tiro. Já sem forças, os americanos sucumbiram, 89 a 79.
A derrota é dolorosa para os EUA. O time buscava ser o primeiro país a conquistar em sequência três Olimpíadas e três Copas do Mundo. Agora, Popovich terá que convencer as estrelas a defenderem o Dream Team nos Jogos Olímpicos para evitar outro vexame. Ou então a hegemonia deixará de existir. Para a França, segue o sonho. O duelo contra a Argentina pode levar o país a um novo patamar no esporte da bola laranja.
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Foto: Twitter / FIBA World Cup