[PRÉVIA] Finais da NBA 2018: Golden State Warriors x Cleveland Cavaliers
Pela quarta vez seguida, Warriors enfrentam Cavaliers na final da NBA e nunca foram tão favoritos
A série de sete jogos mais esperada da temporada da NBA se inicia nesta quinta-feira (31). Até certo ponto previsto no início da temporada, Golden State Warriors e Cleveland Cavaliers se enfrentarão na final da NBA pela quarta temporada seguida, algo nunca antes visto em nenhuma das quatro grandes ligas de esportes norte-americanos (NBA, NHL, NFL e MLB). De um lado, os Warriors suaram contra o Houston Rockets, mas conseguiram impor seu consagrado jogo e venceram em sete jogos. Do outro, contando com LeBron James até as últimas consequências, os Cavaliers superaram o Boston Celtics, fechando o jogo 7 em pleno TD Garden, lugar onde os verdes estavam invictos na pós-temporada.
Há quem diga que o campeão da NBA saiu da disputada final do Oeste, mas duvidar de LeBron? O The Playoffs dissecará o novo encontro entre as franquias, talvez o mais desequilibrado em comparação aos três anteriores. Confira mais uma prévia.
WARRIORS X CAVALIERS IV
Depois de séries controladas contra San Antonio Spurs (4 a 1) e New Orleans Pelicans (4 a 1), os Warriors esbarraram nos Rockets na final do Oeste e sentiram o gosto de ficar nas cordas pela primeira vez na era Kevin Durant (o ala não tinha jogado um jogo 6 sequer com a camisa da equipe). Os Rockets foram montados cuidadosamente nesta última temporada para explorar os pontos dos Warriors e colocaram os rivais em situação de eliminação como há tempos não ocorria. Uma defesa forte e bem arquitetada e jogadores atentos nas linhas de passes diminuíram os espaços para as trocas de passes dos Warriors. Saídas em transição rápida acuaram e colocaram uma pulga atrás da orelha da equipe, que muitas vezes apostaram em jogadas de isolamento de Durant ou Stephen Curry para algum sucesso, o que acabou não acontecendo.
O sucesso dos Dubs na série veio com a insistência no plano de jogo que consagrou o time, a troca de passes e a busca pelo melhor arremesso de fora. Em meio aos jogos 6 e 7, com o time contra a parede, mesmo que Durant tivesse em condições favoráveis para o arremesso, sobre um jogador em desvantagem em sua marcação, no caso, o astro seguiu para a troca de passes na tentativa de aproveitar os corta-luzes fora da bola e achar algum companheiro livre para o arremesso. Nestas duas partidas, no primeiro tempo o jogo não se desenvolveu, mas no segundo tempo sim. Os Warriors fizeram 122 a 63 nos segundos tempos desses dois jogos, sendo 66 a 31 somente nos terceiros quartos, e despacharam o forte rival.
Dado interessante, os Warriors superaram seus rivais em 130 pontos nos terceiros quartos de seus confrontos nestes playoffs, o que já é a maior marca em qualquer quarto de um time desde 1954/1955 (shot-clock era). Em segundo lugar, estão os segundos quartos do Los Angeles Lakers de 1985 (+105 pontos), que foi campeão em cima dos Celtics.
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Se com Kyrie Irving na final de 2017, os Cavaliers não conseguiram ameaçar os Warriors (apenas uma vitória e com 40 pontos justamente de Irving, hoje fora do time), atualmente, com o time, indiscutivelmente, mais fragilizado, o cenário não é otimista em Ohio. Esperado, LeBron atua praticamente sozinho no ataque e tem a responsabilidade de finalizar as jogadas ou encontrar um companheiro em boas condições dentro de um ataque bastante estático, o que não é fácil. Desta maneira, o astro tem a necessidade de jogar o maior número de minutos possível, o que, acumulado até agora, deverá prejudicá-lo na série final. O astro tem as médias de 41,3 minutos por partida, 34,0 pontos, 9,2 rebotes e 8,8 assistências nesta pós-temporada.
Ilustrando o poderio ofensivo dos Warriors, frente ao dos Cavs, nestes playoffs, a equipe de Oakland sustenta o segundo melhor ataque com 109,1 pontos por jogo, 7,9 pontos a mais que o dos Cavaliers, 13º. Além disso, a equipe distribuiu 25,6 assistências por partida (3º dos playoffs) em 38,7 arremessos de quadra convertidos, números bem diferentes das 18,8 assistências (14º) em 36,7 arremessos certeiros dos Cavs. Se o ataque é frutífero, na defesa os Warriors fazem mais bonito. Considerando a cada 100 posses, nesses playoffs, os Warriors têm a defesa que menos leva pontos (101,1), 4,7 pontos a menos dos que os Cavs, que levam 105,8 e estão na oitava posição.
A grande preocupação dos Warriors é quase que única e exclusivamente em James, mas a equipe conhece bem o astro e conta com uma rotação invejável para marcá-lo. Kevin Durant, Klay Thompson e o melhor de todos da equipe, Andre Iguodala, que ainda é dúvida para a série (fora do jogo 1), podem revezar na marcação do astro, que está em pós-temporada estupenda. LeBron chegou a 612 pontos nesta pós-temporada, maior marca de um jogador na história até a chegada das finais, à frente dos 564 pontos de Hakeem Olajuwon em 1995, temporada que acabou com os texanos campeões. Já cansado da série final do Leste e com a defesa física que deverá ser imposta, LeBron dificilmente jogará tanto tempo como foi visto até aqui.
Do outro lado, Durant não tem um marcador à altura, já que LeBron dificilmente sacrificará seu comando ofensivo para ficar de olho no astro de Golden State e se desgastar na defesa. Esse é um diferencial em favor dos Dubs, que o técnico Tyronn Lue deve prestar atenção. Outro ponto chave para os Cavaliers é Kevin Love. O all-star tem médias de 13,9 pontos e 10 rebotes por partida e é o maior ajudante de LeBron no ataque, mas sofreu com uma concussão durante a série contra os Celtics e é dúvida para o início da série. Jeff Green substituiu bem o ala-pivô, principalmente nos últimos dois jogos, decisivos, em que se saiu com médias de 16,5 pontos e 5,5 rebotes, mas está longe de ser totalmente confiável.
Na temporada regular foram duas vitórias para o Golden State Warriors, sem muitas dificuldades. Levar algo em conta sobre esses dois jogos seria leviano, já que os Cavaliers estavam com um time muito distinto do atual, ainda com Jae Crowder, Isaiah Thomas, Channing Frye e Dwyane Wade. Em comum com o que pode ser visto agora, apenas a dominância nos segundos tempos, especialmente nos terceiros quartos. Somando as duas partidas, os Warriors fizeram 61 a 50 nos terceiros quartos e 114 a 92 nos segundos tempos, tendo como destaque Durant, que somou 57 pontos nos dois encontros.
Difícil apostar contra LeBron, porque o astro já mostrou do que é capaz, mas com o frágil elenco de apoio, é complicado acreditar que os Cavaliers consigam roubar sequer algum jogo dos Warriors. Resta-nos apreciar mais uma final com LeBron James em quadra, um jogador que cada vez mais se firma entre os excelentes e inacreditáveis do jogo.
A SÉRIE: Golden State Warriors (#2) x Cleveland Cavaliers (#4)
JOGO 1: 31/5, 22h – em Oakland
JOGO 2: 03/6, 21h – em Oakland
JOGO 3: 06/6, 22h – em Cleveland
JOGO 4: 08/6, 22h – em Cleveland
JOGO 5: 11/6, 22h – em Oakland*
JOGO 6: 14/6, 22h – em Cleveland*
JOGO 7: 17/6, 21h – em Oakland*
* Jogos só acontecem se necessário.
Palpite Pedro: Golden State Warriors 4-0 Clelveland Cavaliers
Palpite equipe The Playoffs: Golden State Warriors 4-1 Cleveland Cavaliers
(Fotos: Thearon W. Henderson; Bob Levey; Jason Miller/Getty Images)