[PRÉVIA] NHL 2018-19: Divisão Central
Em divisão repleta de grandes equipes e jogadores, Predators e Jets são favoritos na briga pelo título
Com sete equipes na disputa, o título da Divisão Central da NHL na temporada 2017-18 ficou pela 1ª vez com o Nashville Predators, que também conquistou seu 1º President’s Trophy. Os Predators avançaram até a 2ª rodada dos playoffs da Conferência Oeste, sendo derrotados em sete jogos pelo Winnipeg Jets.
Antes da eliminação, a equipe de Nashville passou por cima dos Avs que, contando com um jovem e talentoso elenco, conseguiram terminar a temporada regular com 95 pontos – um grande salto em comparação à terrível temporada 2016-17. O Wild se classificou novamente, mas não foi longe e caiu no duelo contra os Jets de Patrik Laine e cia.
O St. Louis Blues não repetiu a temporada anterior, falhando em voltar aos playoffs – ficaram fora por um ponto. Mesmo evoluindo, os Stars mais uma vez ficaram pelo caminho, sendo eliminados por detalhe. Já o Chicago Blackhawks – varrido na pós-temporada 2016-17 – regrediu, terminando 2017-18 com a pior campanha da Divisão (33-39-10) e a 3ª pior do Oeste.
Em uma das divisões mais disputadas da NHL, as equipes da Central se reforçaram e devem promover – cada uma dentro de seus limites – uma bela competição pelas vagas diretas aos playoffs e por, pelo menos, uma das vagas de Wild Card. E ficam duas questões: quem vai levar a melhor na Divisão Central? Quem será capaz de fazer frente às equipes da Divisão do Pacífico? Confira a análise do The Playoffs para a temporada 2018-19 na divisão!
CHICAGO BLACKHAWKS
Os Blackhawks e seus torcedores foram do céu ao inferno nos últimos anos. Campeões da Stanley Cup em 2015 (4×2 contra Tampa Bay), duas eliminações seguidas na 1ª rodada do Oeste (4×3 contra os Blues em 2016 e 4×0 contra os Predators em 2017) e a pior campanha da Divisão Central na temporada passada. O time não ficava de fora dos playoffs desde 2008. E em um contexto de rebuild, a perspectiva não é muito positiva.
Uma das peças mais importantes é o veterano Corey Crawford. Sem jogar desde dezembro de 2017 por concussão, Crawford deve ficar fora do início da temporada regular e preocupa, apesar dos bons números enquanto esteve disponível (16-9-2, 2.27 GAA, 92,9% SV). O mesmo não pode ser dito de Anton Forsberg e Jeff Glass (3.05 GAA, 91,1% SV). Para a posição, temos a chegada de Cam Ward (ex-Hurricanes), via free agency.
Na defesa, os Blackhawks não contam com Cody Franson (KHL), Jordan Oesterle (Coyotes) e Michal Roszival (agente livre) e recebem Brandon Manning, ex-Flyers. Foi um setor problemático na última temporada (256 gols sofridos, média de 3.12 por partida) e precisa reagir. Erik Gustafsson mostrou potencial, mas Duncan Keith e Brent Seabrook estiveram longe do ideal; o penalty kill não ficou atrás (79,1%, 3º pior do Oeste). Uma boa aposta é o finlandês Henri Jokiharju, draftado na 1ª rodada em 2017. Jokiharju agradou no training camp, teve bons números na WHL e pode ganhar espaço no elenco principal.
O ataque recebe Marcus Kruger (ex-Hurricanes) e Chris Kunitz (ex-Lightning), mas com os problemas de salary cap da franquia, perdeu nomes substanciais como Vinnie Hinostroza (Coyotes) e Anthony Duclair (Blue Jackets). É um setor que necessita se manter saudável, de bons desempenhos dos veteranos (como Toews, Kane, Keith e Seabrook) e dos jovens, como Alex DeBrincat e Nick Schmaltz, para recuperar sua efetividade.
Briga por: não segurar a lanterna
COLORADO AVALANCHE
Com um elenco jovem e deveras talentoso, os Avs foram uma grata surpresa na última temporada. O time mostrou que o processo de rebuild pelo qual passa está sendo muito bem conduzido e que bons tempos podem estar retornando para a equipe do estado do Colorado.
No lado defensivo, o Avalanche encontrou no quarteto Tyson Barrie, Erik Johnson, Nikita Zadorov e Samuel Girard, peças de qualidade para um setor que colecionou desempenhos decepcionantes em temporadas anteriores. Ok, a média de chutes permitidos pela defesa dos Avs ainda segue alta (33,3 por jogo). Mas, a quantidade de gols sofridos apresentou uma queda considerável – de 278 em 2016-17 para 237 em 2017-18.
O principal reforço na defesa é a chegada de Ian Cole (ex-Blue Jackets); por sua vez, Duncan Siemens deixa Colorado e, atualmente, é agente livre. No gol, a dupla Semyon Varlamov e Jonathan Bernier foi de grande importância na campanha que conduziu a equipe aos playoffs. Varlamov (2.68 GAA, 92% SV) segue em Colorado e contará com a companhia do recém-chegado Philipp Grubauer (ex-Capitals); Bernier assinou com os Red Wings. Varlamov e Grubauer devem protagonizar duelo pelo posto de titular, trazendo boa dose de experiência.
Blake Comeau (Stars) e Nail Yakupov (KHL) não integram mais o elenco dos Avs, que trouxeram Matt Calvert na free agency. A equipe do Colorado colecionou bons números de power play (22%) e penalty kill (83,3%). E teve, no ataque, alguns de seus principais destaques. Nathan MacKinnon impressionou com seus 97 pontos, integrando uma perigosa 1ª linha junto com Gabriel Landeskog e Mikko Rantanen. Além destes, outros três merecem atenção agora em 2018-19: Alexander Kerfoot, Tyson Jost e, principalmente, Sven Andrighetto.
Briga por: vaga nos playoffs
DALLAS STARS
A temporada 2017-18 dos Stars pode ser resumida como “frustrante”. E se você é torcedor da equipe de Dallas, sabe do que estamos falando. Sob comando do técnico Ken Hitchcock, os texanos flertaram com os playoffs durante dois terços da temporada regular e viram a vaga escapar pelos dedos. Por quantos pontos? Apenas três. Com o sonho de título adiado e a aposentadoria de Hitchcock, o GM Jim Nill precisou ir atrás de um substituto. E o encontrou na Universidade de Denver: Jim Montgomery, que estreia na NHL.
O ataque tem a chegada dos alas Blake Comeau (ex-Avs) e Valeri Nichushkin (ex-CSKA), a manutenção de sua linha principal (Jamie Benn, Tyler Seguin, Alexander Radulov) e o fortalecimento de sua 2ª linha, com Mattias Janmark e Nichushkin; aumenta-se o potencial dos Stars de causar estrago nas defesas adversárias. Pensando no futuro, é importante prestar atenção em Tyler Seguin, que entra no último ano de seu contrato e ainda não conta com uma possível extensão em vista.
Na defesa, olho em John Klingberg e Miro Heiskanen (draftado em 2017). Klingberg vem de boa temporada em 2017-18 e Heiskanen tem tudo para surpreender. Roman Polak, Stephen Johns e Mark Methot continuam em Dallas, mas cabe ressaltar que são defensores sem muito potencial de ataque.
No gol, sai Kari Lehtonen (agente livre) e chega Anton Khudobin (ex-Bruins). Junto com Ben Bishop, Khudobin (2.56 GAA, 91,3% SV em 2017-18) pode representar o que os Stars precisam para ter o objetivo dos playoffs como alcançável.
Briga por: vaga nos playoffs
MINNESOTA WILD
O Minnesota Wild teve uma temporada de altos e baixos, chegando aos 100 pontos pela 3ª vez em quatro anos, com grandes desempenhos de Eric Staal, Zach Parise e Ryan Suter, mas também precisou lidar novamente com muitas lesões. Na nova temporada, a franquia terá um novo GM (Paul Fenton) e um novo assistente (Dean Evason) para o técnico Bruce Boudreau.
No ataque, chegam os alas J.T. Brown (ex-Ducks), Matt Read (ex-Flyers) e Matt Hendricks (ex-Jets), além do central Eric Fehr (ex-Sharks). Este também foi o setor com mais perdas – Tyler Ennis (Maple Leafs), Daniel Winnik (Bruins), Matt Cullen (Penguins) e Zack Mitchell (KIngs). Jason Zucker renovou contrato com o Wild e a franquia terá em veteranos como Zach Parise e Eric Staal, razões para crer na manutenção de uma força ofensiva consistente. Claro, se estiverem saudáveis…
A defesa perdeu Kyle Quincey (agora na Finlândia), mas conta com as adições de Greg Pateryn (ex-Stars) e Matt Bartkowski (ex-Flames). Ryan Suter muito provavelmente terá Mathew Dumba como companheiro na primeira linha defensiva e, junto com o experiente Devan Dubnyk, podem proporcionar o necessário para que o time de Minnesota tenha condições de sonhar alto.
Por falar em Dubnyk, o goleiro merece atenção. Com bons números na temporada regular (2.52 GAA, 91,8% SV), o veterano tem boa parcela da responsabilidade pelo sucesso da equipe. A questão fica por conta de como será seu desempenho em uma eventual disputa de playoffs, onde seus números são piores que os da fase regular. Outro que pode ser utilizado no gol é o recém-chegado Andrew Hammond (ex-Senators).
Briga por: vaga de wild card
NASHVILLE PREDATORS
Certo, o título da Stanley Cup não veio para os Predators na última temporada. Mas, a equipe de Nashville não tem muito para reclamar: conquistou o Presidents’ Trophy, liderou várias estatísticas e contou com sólidas contribuições de todos os setores (desde o goleiro até o ataque). E, graças à manutenção de praticamente toda a base do elenco, segue sendo uma das franquias mais perigosas da Conferência Oeste.
No ataque, a única mudança é a ausência de Mike Fisher, que decidiu se aposentar pela segunda vez. O grupo é extremamente forte e o técnico Peter Laviolette pode oferecer riscos sérios às defesas adversárias com, praticamente, todas as linhas disponíveis. Destaque para Eeli Tolvanen e Ryan Hartman, que devem formar linha com Nick Bonino. Hartman vem de ótima temporada nos Blackhawks; o jovem Tolvanen, vindo da KHL, terá seu primeiro ano completo na NHL. Dele se espera o mesmo empenho e efetividade demonstrados na liga europeia.
A defesa dos Predators só não terá a presença de Alexei Emelin (KHL). De resto, teremos no gelo um dos melhores grupos de defensores da NHL: Roman Josi, Ryan Ellis e P.K. Subban. Pela 1ª vez desde sua chegada em Nashville, Subban esteve presente em todos os jogos da temporada regular e seu valioso desempenho lhe rendeu uma indicação ao Norris Trophy. O setor também recebe o reforço de Dan Hamhuis, via free agency.
No gol, os Preds têm uma dupla de grande qualidade. Pekka Rinne mostrou mais uma vez seu potencial na fase regular (2.31 GAA, 92,7% SV) e obteve sua quarta indicação ao Vezina Trophy, apesar de ver seus números piorarem nos playoffs (3.07 GAA, 90,4% SV). Isso deixa uma questão no ar: qual versão de Rinne (com 35 anos de idade) teremos quando a próxima temporada começar? Juuse Saros, por sua vez, pode trazer estabilidade caso o astro finlandês tenha problemas de rendimento.
Briga por: título da divisão e do Oeste
ST. LOUIS BLUES
Os Blues esperavam muito chegar nos playoffs em 2017-18, mas uma queda de rendimento, somada a uma dolorosa derrota contra os Avs no último jogo, adiaram o sonho do time de St. Louis. Pensando no futuro, a franquia trabalhou forte na offseason, para manter peças importantes e buscar os reforços necessários.
No ataque, a equipe adquiriu Chad Johnson, David Perron, Tyler Bozak, Joey LaLeggia e Patrick Maroon. O técnico Mike Yeo terá nas mãos um elenco complexo e que possui alta capacidade ofensiva, contribuindo com a consistência que faltou na última temporada. Vladimir Tarasenko e o trio Jaden Schwartz/Brayden Schenn/David Perron também podem incomodar os adversários.
A defesa dos Blues também tem muita qualidade e, a não ser em caso de alguma lesão, não deve ser motivo de preocupação para Mike Yeo. O único ponto de interrogação no setor fica por conta de Jordan Schmaltz. No gol, Jake Allen terá a companhia de Chad Johnson. Mas não estranhe se, por acaso, o prospecto Ville Husso for chamado para defender a posição.
Briga por: vaga no wild card
WINNIPEG JETS
Os Jets chegaram fortes aos playoffs, pela primeira vez desde 2014-15. Eliminando Wild e Predators, os rapazes de Winnipeg caíram na final de Conferência contra os surpreendentes Golden Knights. Foram vários os destaques na campanha dos Jets e que voltam para a nova temporada.
A equipe perdeu Paul Stastny (Golden Knights), Matt Hendricks (Wild), Michael Hutchinson (Panthers), Joel Armia (Canadiens), Chase DeLeo (Ducks) e Tobias Enstrom (Suécia). Chegando, temos Laurent Brossoit (ex-Oilers), Seth Griffin (ex-Sabres) e Dennis Everberg (ex-KHL); isso mostra o quão movimentada foi a offseason em Winnipeg.
O ataque poderoso dos Jets – principalmente, se falamos do sexteto Kyle Connor/Mark Scheifele/Blake Wheeler/Nikolaj Ehlers/Bryan Little/Patrik Laine – é um dos mais perigosos de se enfrentar, com grande potencial para marcar gols e um jogo físico capaz de sufocar adversários mais despreparados. A única ressalva é o risco de lesões, que atrapalhou os planos do técnico Paul Maurice na temporada passada.
A defesa dispõe de ótimos nomes, como os de Jacob Trouba e Dustin Byfuglien. John Morrissey e Logan Stanley, caso venham inspirados, farão junto com Trouba e Byfuglien uma defesa indigesta de se enfrentar; Paul Maurice também conta com Dmitry Kulikov e Tyler Myers no setor. No gol, Brossoit fará companhia a um cada vez mais sólido Connor Hellebuyck.
Brigar por: título da Divisão e do Oeste
Fotos: Divulgação/NHL; Reprodução Twitter/Nashville Predators
PRÉVIAS THE PLAYOFFS – NHL 2018/2019