[PRÉVIA] A Divisão Oeste da Liga Nacional da MLB em 2018
Divisão mais equilibrada de todas promete briga acirrada com pelo menos 4 times
A Divisão Oeste da Liga Nacional é, de longe, a mais acirrada de toda a MLB. Antes restrita a San Francisco Giants e Los Angeles Dodgers, a disputa se abriu depois que Arizona Diamondbacks e Colorado Rockies fizeram importantes contratações nas últimas temporadas. Esse poderio pôde ser visto no ano passado, quando Dodgers, Rockies e Dbacks ficaram com três das cinco vagas nos playoffs na Liga Nacional.
A NL West é uma das potências deste século também. Ao lado da Divisão Leste da Liga Americana, é a que mais venceu Séries de Liga, sete cada uma, e mais venceu Séries Mundiais, quatro cada.
A expectativa é que os Dodgers disparem e sejam campeões da divisão. Mais abaixo, com a contratação de peças pontuais, os Giants esperam retornar à briga por uma vaga no wild card, rivalizando com os emergentes Dbacks e Rockies. Para os Padres, resta evoluir prospectos e vislumbrar melhores temporadas no futuro.
Confira mais uma prévia da temporada no The Playoffs:
ARIZONA DIAMONDBACKS
Campanha em 2017: 93-69 (2º na Divisão Oeste da Liga Nacional)
Em 2017, a franquia surpreendeu positivamente ao conseguir, em meio a mudanças na direção e no comando técnico, terminar na segunda colocação da NL West e ir à Série de Divisão. Contando com algumas baixas na offseason, a franquia se mexeu para equilibrar o elenco em boa parte destas posições.
No bullpen, a equipe terá de achar um novo closer após a saída de Fernando Rodney. Entre os candidatos estão Archie Bradley, brilhante em 2017, e os recém-chegadas Brad Boxberger e Yoshihisa Hirano.
Além de Rodney, outras saídas importantes foram J.D. Martinez, no campo direito, e o catcher Chris Iannetta. Em ambas posições, os candidatos a substitutos, Jarrod Dyson e Steven Souza e Alex Avila, respectivamente, não possuem o mesmo poder ofensivo, mas com certeza são grandes adições defensivas.
No ano passado, os arremessadores titulares dos Dbacks registraram ERA 3.66, sendo o terceiro melhor da MLB, com Robbie Ray até superior ao ace Zack Greinke (2ª foto). Bem em 2017, Taijuan Walker, Zack Godley e Patrick Corbin seguirão no rodízio. Shelby Miller, que fizera somente quatro partidas antes de ser submetido a uma cirurgia de Tommy John, em abril, deverá retornar na segunda metade da temporada.
Junto com os abridores, ficaram intactos também os quatro primeiros nomes do lineup, responsáveis por fazer girar o ataque em Phoenix: LF David Peralta, CF A.J. Pollock, 1B Paul Goldschmidt (1ª foto) e 3B Jake Lamb.
Provável lineup: David Peralta (LF), A.J. Pollock (CF), Paul Goldschmidt (1B), Jake Lamb (3B), Steven Souza Jr (RF), Alex Avila (C), Chris Owings (2B) e Ketel Marte (SS)
Melhor rebatedor: Paul Goldschmidt. Não somente o melhor dos Dbacks, como um dos melhores da liga. Por exemplo, em 2017, Goldy ficou no top 10 da MLB em OBP (9º), OPS (9º), corridas anotadas (3º), impulsionadas (4º), walks (6º) e rebatidas multibase (10º)
Provável rotação: Zack Greinke, Robbie Ray, Taijuan Walker, Zack Godley e Patrick Corbin
Provável closer: Archie Bradley
Melhor arremessador: Zack Greinke. Ainda que nos Dbacks não tenha correspondido totalmente às expectativas, é o arremessador mais talentoso ao lado Archie Bradley e Robbie Ray. Na última temporada, teve o 6º melhor WAR, 10º ERA, 5º maior número de vitórias e o 7º melhor WHIP da MLB
Manager: Torey Lovullo. 2ª temporada com os Dbacks, acumula 93 vitórias e 69 derrotas
Briga por: Wild Card
(Fotos: Matthew Stockman/Getty Images; Reprodução/ MLB.com)
COLORADO ROCKIES
Campanha em 2017: 87-75 (3º na Divisão Oeste da Liga Nacional)
Ainda que muita coisa não tenha dado certo para o Colorado Rockies em 2017, o time conseguiu quebrar a sequência de seis temporadas negativas e chegou aos playoffs (mesmo que perdendo para os Dbacks no Wild Card).
O lineup deverá seguir praticamente o mesmo, com a chegada de C Chris Iannetta para os Dbacks como uma das poucas mudanças. A maior contribuição dele, por sinal, será na defesa. Se tudo correr naturalmente, o CF Charlie Blackmon e o 3B Nolan Arenado (1ª foto) serão mais uma vez os motores da equipe. Em 2017, se seus parceiros 2B D.J. LeMahieu, LF Ian Desmond, RF Carlos Gonzalez e SS Trevor Story tivessem sido mais estáveis, o time poderia ter conseguido mais vitórias.
Historicamente conhecido por péssimos arremessadores, os titulares e homens de revelo dos Rockies surpreendentemente foram muito bem. Dos oito jogadores que abriram pelo menos uma partida em 2017, apenas Tyler Chatwood, agora nos Cubs, não segue para 2018. Todos os outros sete foram formados no farm system de Colorado, possuem média de idade de 25,2 anos e, no máximo, fizeram somente duas temporadas completas na MLB.
O bullpen, que também foi bem, por outro lado, teve diversas baixas, mas a diretoria desembolsou cerca de US$ 100 milhões para reforça-lo. O principal nome é o do closer Wade Davis (2ª foto), campeão da World Series com o Kansas City Royals, em 2015.
Provável lineup: Charlie Blackmon (CF), D.J. LeMahieu (2B), Nolan Arenado (3B), Gerardo Parra (RF), Trevor Story (SS), Ian Desmond (LF), Ryan McMahon (1B) e Chris Iannetta (C)
Melhor rebatedor: Nolan Arenado. Leadoff, Charlie Blackmon tem AVG, OBP e SLG melhores, no entanto, como cleanup, Arenado contribui mais diretamente e melhor na produção de corridas. Em 2017, foi o 12º melhor da MLB em home runs, com 37, o 2º em corridas impulsionadas, com 130, e obteve 7,2 em WAR (wins above replacement), sendo o 7º melhor da MLB na estatística que mede a influência de um jogador no resultado de sua equipe
Provável rotação: Jon Gray, Chad Bettis, Tyler Anderson, German Marquez e Kyle Freeland
Provável closer: Wade Davis
Melhor arremessador: Wade Davis. Promovido a fechador na temporada campeã dos Royals, em 2015, se tornou, desde então, um dos mais confiáveis closers da liga. Neste período, possui 173 partidas e 169.1 entradas, nas quais registrou ERA 1.65, WHIP 0.99, 204 strikeouts e, de 81 oportunidades de save, confirmou 76
Manager: Bud Black. 2º temporada com os Rockies, acumula 87 vitórias e 65 derrotas
Briga por: Wild Card
(Fotos: Reprodução/ MLB.com)
LOS ANGELES DODGERS
Campanha em 2017: 104-58 (1º na Divisão Oeste da Liga Nacional)
Depois de quatro anos seguidos perdendo a Série da Liga Nacional, o Los Angeles Dodgers finalmente chegou à World Series em 2017, a primeira desde 1988. No entanto, a franquia perdeu a Série Mundial para os Astros de forma amarga, com o Jogo 7 no Dodger Stadium.
A diretoria fez pouquíssimas mudanças na offseason, deixando o lineup e a rotação titulares intactas. Algumas contratações serviram apenas para manter a equipe abaixo do teto salarial de US$ 197 milhões da liga. Uma dessas mudanças, contudo, o retorno de Matt Kemp (2ª foto), se mostrou uma grata surpresa no Spring Training e ele poderá brigar por um lugar no campo esquerdo.
Assim como no ano passado, a saúde dos arremessadores titulares deverá ser uma preocupação em 2018, ainda mais com quatro dos cinco abridores com pelo menos 30 anos. Sendo assim, a franquia mantém pelo menos três jogadores à disposição para sair do bullpen e abrir alguns jogos, como Ross Stripling, Brock Stewart e o prospecto Walker Buehler.
Nada de novo a acrescentar sobre o poderio ofensivo e solidez defensiva do infield californiano composto por 1B Cody Bellinger (1ª foto), 2B Logan Forsythe, SS Corey Seager e 3B Justin Turner. RF Alex Puig, que parece ter tido um pouco mais de juízo em 2017, CF Chris Taylor e LF Joc Pederson também são forças no campo externo e no lineup.
Provável lineup: Chris Taylor (CF), Corey Seager (SS), Justin Turner (3B), Cody Bellinger (1B), Yasiel Puig (RF), Austin Barnes (C), Joc Pederson (LF) e Logan Forsythe (2B)
Melhor rebatedor: Cody Bellinger. Herdando as posições de 1B e a clean up de Adrian Gonzalez, Bellinger foi o grande propulsor de corridas em 2017, com 97 impulsionadas e 39 home runs, liderando o elenco. Ainda que não tenha um alto aproveitamento no bastão, 26,7%, consegue fazer com que seus companheiros avancem bases e anotem pontos consistentemente
Provável rotação: Clayton Kershaw, Rich Hill, Alex Wood, Kenta Maeda e Hyun-jin Ryu
Provável closer: Kenley Jansen
Melhor arremessador: Clayton Kershaw. Das suas 10 temporadas na MLB, em nove registrou ERA abaixo de 3.00. Na última, pela quarta vez seguida obteve média de pelo menos 10 strikeouts a cada nove entradas. Jogador Mais Valioso (MVP, na sigla em inglês) da Liga Nacional em 2014 e vencedor do prêmio Cy Young de 2011, 2013 e 2014, é um dos mais sólidos arremessadores da sua geração
Manager: Dave Roberts. 3ª temporada com os Dodgers, acumula 195 vitórias, 129 derrotas e um título de Liga Nacional, em 2017
Briga por: título da divisão e World Series
(Fotos: Reprodução/ Twitter/ Dodgers)
SAN DIEGO PADRES
Campanha em 2017: 71-91 (4º na Divisão Oeste da Liga Nacional)
A franquia sustenta a terceira maior seca de playoffs da MLB, sem ir à pós-temporada desde 2006 (e talvez não seja agora que quebre a escrita). O futuro, por outro lado, é bem mais otimista, dada a abundância de bons nomes no farm system.
Entre estes jovens talentosos podemos citar o CF Manuel Margot, C Austin Hedges, 2B Carlos Asuaje, LF Jose Pirela e SS Fernando Tatis Jr.. Este grupo possui, em média, 24,2 anos de idade e somente uma temporada completa na MLB. Tatis Jr., por exemplo, tem 19 anos e sequer estreou no time principal.
Justamente por esse núcleo jovem que o RF Wil Myers e o 3B Chase Headley e, principalmente, o recém-contratado 1B Eric Hosmer (1ª foto) serão fundamentais para esta franquia. Ainda que não sejam tão mais velhos do que esses prospectos, possuem experiência muito maior na Major League e poderão guiá-los.
Se o lineup é promissor, o contrário serve para a rotação titular. Dos sete cotados para o rodízio, dois deles, Colin Rea e Robbie Erlin, não atuaram em 2017 por lesão. Somados o rendimento dos outros cinco no ano passado, Bryan Mitchell, Clayton Richard, Luis Perdomo, Dinelson Lamet e Tyson Ross, temos 557 entradas arremessadas e 311 corridas cedidas, isto é, ERA 5.03.
No bullpen, a coisa fica só um pouco melhor, com Brad Hand (2ª foto), que, no ano passado, obteve média de 11.80 strikeouts a cada 9 entradas, com ERA 2.16 e WHIP 0.93, em 72 jogos como homem de relevo dos Padres.
Provável lineup: Manuel Margot (CF), Carlos Asuaje (2B),Wil Myers (RF), Eric Hosmer (1B), Chase Headley (3B), Jose Pirela (LF), Freddy Galvis (SS) e Austin Hedges (C)
Melhor rebatedor: Eric Hosmer. Um dos principais jogadores da última geração vencedora dos Royals, Hosmer foi Silver Slugger em 2017, quando registrou os melhores números da carreira. Em cada uma das três últimas temporadas, rebateu pelo menos 18 home runs, 80 corridas anotadas e 93 impulsionadas, números bem superiores aos dos elencos recentes dos Padres
Provável rotação: Clayton Richard, Tyson Ross, Bryan Mitchell, Dinelson Lamet e Luis Perdomo
Provável closer: Brad Hand.
Melhor arremessador: Brad Hand. Como abridor em seus cinco primeiros anos, em Miami, registrou ERA 4.71; desde foi para San Diego, em 2016, e virou reliever, despencou para ERA 2.56. Além disso, praticamente duplicou sua média de strikeouts a cada 9 IP, indo de 5.9 para 11.5.
Manager: Andy Green. 3ª temporada com os Padres, acumula 139 vitórias e 185 derrotas
Briga por: ser melhor do que em 2017
(Foto: Reprodução/ Facebook/ Padres; Reprodução/ MLB.com)
SAN FRANCISCO GIANTS
Campanha em 2017: 64-98 (5º na Divisão Oeste da Liga Nacional)
Em um português bem claro, em 2017 deu tudo errado para o San Francisco Giants. A campanha de 64-98 foi a pior da MLB, ao lado do Detroit Tigers. Ao mesmo tempo em que o time não produziu corridas (639, 2ª pior da MLB), também não segurou os rivais (776 corridas cedidas, pior número da franquia desde 2006).
Além dos habituais Buster Posey e Madison Bumgarner, o outro único que se salvou em 2017 foi Joe Panik; e só. Parcialmente, também se destacaram os abridores Johnny Cueto e Jeff Samardzija. Se por um lado obtiveram médias de 8.31 e 8.88 strikeouts a cada 9 IP, registraram ERA 4.52 e 4.42, respectivamente. Hunter Pence, Brandon Crawford, Brandon Belt (ainda que por lesão) e, como de costume, a terceira base (independentemente do jogador) ficaram muito abaixo do esperado.
Mantendo a filosofia de máxima fidelidade aos veteranos vencedores, a diretoria dos Giants preferiu não iniciar (ainda) uma completa reconstrução. Por hora, preferiu se mexer na offseason trazendo nomes de peso, como os OF Andrew McCutchen e Austin Jackson e o 3B Evan Longoria.
Ao mesmo tempo, não abre mão de renovar o roster por meio do farm system, como já faz gradativamente há dois anos. Alguns no processo de promoção e consolidação são os P Chris Stratton e Ty Blach, os OF Jarrett Parker, Ramos, Steven Duggar, Mac Williamson e Chris Saw e os IF Kelby Tomlinson e Miguel Gomez.
Provável lineup: Joe Panik (2B), Andrew McCutchen (RF), Buster Posey (C), Evan Longoria (3B), Brandon Belt (1B), Hunter Pence (LF), Brandon Crawford (SS) e Austin Jackson (CF)
Melhor rebatedor: Buster Posey. Das últimas 6 temporadas dos Giants, em 5 foi líder de AVG e OBP; em 4, líder em OPS e rebatidas; em 3, líder de SLG, corridas impulsionadas e walks; além disso, se manteve sempre no top 4 destas estatísticas e também de home runs nos outros anos. Neste período, foi eleito MVP da Liga Nacional e 4 vezes Silver Slugger
Provável rotação: Madison Bumgarner, Johnny Cueto, Jeff Samardzija, Ty Blach e Chris Stratton
Provável closer: Mark Melancon
Melhor arremessador: Madison Bumgarner. Desde 2011, se mantém no top 3 da franquia das principais estatísticas de arremessadores, como ERA, K/9 IP, BB/9 IP e WHIP. Ainda que jamais tenha vencido MVP ou Cy Young na temporada regular, é um dos arremessadores mais consistentes da MLB. Seu maior trunfo é ir bem nos jogos grandes, a exemplo dos prêmios de MVP da World Series e da NLCS, ambos em 2014
Manager: Bruce Bochy. 12º ano com os Giants, acumula 902 vitórias, 880 derrotas e três títulos de World Series (2010, 2012 e 2014)
Briga por: Wild Card
(Fotos: Reprodução/ MLB.com)
PRÉVIAS THE PLAYOFFS – MLB 2018
PRÓXIMA:
27/3 – AL West