Redskins removem estátua de ex-proprietário do time da frente do RFK Stadium
Ação de remoção foi realizada pela DC Events, grupo dono do estádio utilizado no passado pela franquia de Washington
A estátua do ex-proprietário e um dos fundadores do Washington Redskins, George Preston Marshall, foi removida da frente do RFK Stadium na manhã desta sexta-feira (19).
A ação foi realizada pela DC Events, grupo que é dono do estádio onde jogava no passado o time de Washington. Max Brown, presidente do grupo e Greg O’Dell, CEO, divulgaram uma declaração explicando a remoção da estátua.
“Este símbolo de uma pessoa que não acreditava na equidade entre todos os homens e mulheres e que trabalhava contra a integração é contrário a tudo que acreditamos como pessoas, como cidade, como uma nação”, afirmaram Max e Greg na primeira parte da declaração.
“Nós acreditamos que injustiça e desigualdade de todas as formas é algo repreensível, e nós estamos firmemente comprometidos a confrontar tratamento desigual e a trabalharmos juntos para curar nossa cidade e nosso país”, prosseguiram os donos da DC Events.
“Nós reconhecemos que precisamos melhorar e precisamos agir agora. Nós ouvimos muitos acionistas em nossa comunidade, nós agradecemos a eles. Permitir que esse monumento se mantenha no campus do estádio vai contra nossos valores de inclusão e igualdade, além de ser um símbolo perturbador para muitos na cidade em que servimos”.
Today, Events DC removed the George Preston Marshall Memorial Statue at RFK Stadium. Read our full statement here ➡️ https://t.co/2UPQtNMtuS
⠀@eventsdcprez @EventsDCChair pic.twitter.com/LCH0LcQ6v3— Events DC (@TheEventsDC) June 19, 2020
A remoção ocorreu em uma data importante para a comunidade negra americana. A data comemorativa de Juneteenth (19 de junho) representa o efetivo fim da escravidão nos Estados Unidos, em 1865. Os protestos gerados pela morte de George Floyd também contribuíram para essa medida ser tomada.
Marshall foi o dono da franquia desde sua criação em 1932 até sua morte, em 1969. O time começou como Boston Braves e foi renomeado como ‘Redskins’ em 1933. No ano de 1937, o proprietário levou a equipe para sua terra natal, Washington.
O falecido ex-dono sempre resistiu à integração de atletas negros em sua equipe. Marshall afirmava que contrataria atletas negros para seu time quando os Harlem Globetrotters contratassem atletas brancos para sua equipe de basquete.
Pressionado pela NFL e pelo comissário da época, Pete Rozelle, Marshall finalmente draftou um jogador negro para o Washington Redskins. Com a primeira escolha do time no Draft de 1962, Ernie Davis, running back vencedor do prêmio Heisman, foi escolhido por Washington.
Davis porém foi trocado para o Cleveland Browns, pelo wide receiver/running back Bobby Mitchell, que se tornou oficialmente o primeiro jogador negro da historia dos Redskins.
O RFK Stadium, anteriormente chamado de D.C Stadium, foi casa da equipe de Washington até 1997, quando a franquia se mudou para o novo Fedex Field, onde joga até hoje, nos arredores da capital norte-americana.
Outra questão que levanta críticas há décadas é o ‘apelido’ do time. O nome “Redskins”, para muitos, é uma forma preconceituosa de citar os americanos nativos, as comunidades tribais do país, os índios. Desde a década de 90 esse tópico é questionado pelas comunidades e, cada vez mais, a pressão por uma mudança cresce em Washington.
A franquia de Washington se torna a segunda da NFL a tomar uma ação de tamanha importância contra marcas históricas atreladas às origens da equipe. No começo de junho, o Carolina Panthers removeu a estátua de seu ex-dono Jerry Richardson, que recentemente teve de vender a franquia devido a graves acusações de racismo.
(Foto: Divulgação/site DC Events)