Robert Sarver anuncia processo de venda do Phoenix Suns e Mercury
NBA e WNBA o puniram recentemente após investigações de racismo e assédio sexual; cartola fala em 'falta de perdão'
O dono do Phoenix Suns, Robert Sarver, está, oficialmente, em busca de um comprador para suas franquias. O anúncio foi feito, nesta quarta-feira (21), pelo próprio cartola, que também é dono do Phoenix Mercury, da WNBA.
“Eu não quero ser uma distração às duas equipes e às boas pessoas que trabalham tão duro para trazer a alegria do basquete aos nossos fãs ao redor do mundo”, iniciou. “Eu quero o melhor para essas duas organizações, para os jogadores, empregados, torcedores, à comunidade, aos meus coproprietários, à NBA e à WNBA”.
Continuou: “Como um homem de fé, eu acredito no caminho do perdão. Eu esperava que minha suspensão de um ano pudesse me prover tempo para me retratar e remover as controvérsias pessoais dos dois times que eu e tantas outras pessoas amam. Mas, em nosso atual conjuntura de pouco se perdão, ficou dolorosamente claro que isso não seria possível – e que qualquer boa ação já feita ou que ainda seria feita por mim ficará em segundo plano frente às coisas que disse no passado”.
“Por essas razões, estou iniciando um processo de venda dos Suns e do Mercury”, encerrou.
As polêmicas de Sarver ganharam holofotes recentemente. No ano passado, ele começou a ser investigado pela NBA por possíveis casos de racismo, misoginia e assédio sexual em meio ao tratamento de funcionários das franquias, e acabou multado, em decisão anunciada no último dia 13, em US$ 10 milhões e suspenso por 12 meses.
Sarver foi acusado, em 2021, por mais de 70 funcionários e ex-funcionários de Suns e Mercury por problemas em sua gestão. A NBA afirmou ter indícios de que ele “claramente violou” as regras de conduta da liga. Mais recentemente, a PayPal, patrocinadora do Phoenix Suns, ameaçou encerrar sua parceria com a equipe caso Sarver seguisse no comando.
Pela decisão, Sarver não pode frequentar as instalações de nenhum time da NBA ou WNBA, incluindo quadras (jogos), centros de treinamento ou escritórios, participar de quaisquer eventos das entidades, representar Suns ou Mercury em quaisquer eventos públicos ou privados e ter qualquer participação em negociações e decisões relacionadas às franquias.
A nota da NBA diz ainda que encontrou casos de “tratamento desigual em relação a mulheres”, incluindo “comentários sexuais” e “inapropriados” sobre as funcionárias. Além disso, elas eram tratadas de maneira “humilhante”, incluindo “gritos e palavrões”.
“As declarações e condutas descritas nos levantamentos da nossa investigação independente são preocupantes e decepcionantes”, diz o comissário da NBA, Adam Silver, no comunicado.
A investigação foi conduzida por um escritório de advocacia de Nova York, que examinou mais de 80 mil documentos e entrevistou mais de 320 funcionários e ex-funcionários de Suns/Mercury, assim como o próprio Sarver.
(Foto: Reprodução / NBA.com)