Dono do Phoenix Suns, Robert Sarver é suspenso e multado após investigação da NBA
Sarver é acusado de violar políticas de condições de trabalho para funcionários; suspensão é de um ano e multa de US$ 10 milhões
Robert Sarver, dono do Phoenix Suns e do Phoenix Mercury (WNBA), foi suspenso por um ano e multado em US$ 10 milhões pela NBA nesta terça-feira (13). A punição é resultado de uma investigação da liga que alega que o dirigente violou as políticas relativas a condições no ambiente de trabalho para funcionários das franquias.
Sarver foi acusado em 2021 de racismo, assédio sexual e discriminação de gênero por mais de 70 funcionários e ex-funcionários de Suns e Mercury. A NBA diz ter indícios de que ele “claramente violou” as regras de conduta da liga.
Pela decisão, Sarver não pode frequentar as instalações de nenhum time da NBA ou WNBA, incluindo quadras (jogos), centros de treinamento ou escritórios, participar de quaisquer eventos das entidades, representar Suns ou Mercury em quaisquer eventos públicos ou privados e ter qualquer participação em negociações e decisões relacionadas às franquias.
Sarver, dono dos Suns desde 2004, também passará por um programa de treinamento da NBA focado em uma conduta correta no ambiente de trabalho.
Em reportagem da ESPN americana em outubro de 2021, fontes anônimas revelam que Robert Sarver teria cometido atos de racismo, discriminação de gênero, sexismo e assédio sexual em uma série de incidentes.
Em apenas um dos supostos incidentes, o ex-técnico dos Suns, Earl Watson, disse que Sarver usou “a palavra com ‘N” (ofensa racista no inglês) com ele após uma derrota. Vários outros funcionários também disseram que se lembraram de casos do dirigente proferindo a ofensa. Um comunicado da NBA sobre a punição nesta terça-feira (13) diz que encontrou evidências de que a “palavra com N” foi usada por ele pelo menos cinco vezes.
A nota da NBA diz ainda que encontrou casos de “tratamento desigual em relação a mulheres”, incluindo “comentários sexuais” e “inapropriados” sobre as funcionárias. Além disso, elas eram tratadas de maneira “humilhante”, incluindo “gritos e palavrões”.
“As declarações e condutas descritas nos levantamentos da nossa investigação independente são preocupantes e decepcionantes”, diz o comissário da NBA, Adam Silver, no comunicado.
A investigação foi conduzida por um escritório de advocacia de Nova York, que examinou mais de 80 mil documentos e entrevistou mais de 320 funcionários e ex-funcionários de Suns/Mercury, assim como o próprio Sarver.
Robert Sarver nega seu envolvimento no escândalo e classificou na época as alegações como “completamente repugnantes” e disse que “rejeita qualquer insinuação de racismo pessoal ou organizacional ou discriminação de gênero”. Na ocasião, nomes importantes do elenco do Phoenix Suns, como Chris Paul e Devin Booker, disseram apoiar a investigação da NBA.
*Atualizado em 13 de setembro de 2022, às 14h37
(Foto: Reprodução Twitter/Phoenix Suns)