NBA declara que hino nacional dos EUA deve ser tocado em todos os jogos
Após alegação de dono dos Mavericks sobre não tocar mais o hino antes dos jogos, liga se posiciona e exige que o procedimento padrão se mantenha
Logo após Mark Cuban, dono majoritário do Dallas Mavericks, anunciar que não iria mais tocar o hino nacional dos Estados Unidos antes dos jogos em casa do time de forma definitiva, a NBA se posicionou oficialmente e emitiu um comunicado na tarde desta quarta-feira (10) alegando que todos os times deverão respeitar o procedimento padrão das partidas que envolve a reprodução da tradicional canção americana.
“Com os times da NBA agora em processo de receber fãs de volta às arenas, todos os times irão tocar o hino nacional de acordo com a política de longa data da liga”, declarou Mark Bass, diretor de comunicações da NBA, em nota oficial.
A declaração foi emitida um dia após Cuban ter confirmado à ESPN americana que havia tomado a decisão de não reproduzir mais o hino nacional depois de ter consultado o comissário da liga, Adam Silver. O time já não tocava a música desde o início da atual temporada, mas, logo depois do posicionamento oficial da liga, os Mavs comunicaram que voltarão a tocar o hino nacional no jogo em casa do time contra o Atlanta Hawks na noite desta quarta-feira, às 21h30 (horário de Brasília).
Os Mavericks não receberam a presença de fãs no America Airlines Center nos primeiros 10 jogos da equipe na temporada regular, porém permitiram a entrada de cerca de 1.500 trabalhadores de linha de frente vacinados para COVID-19 na partida da última segunda-feira (8) sem cobrar preço algum.
Em outro comunicado oficial, o proprietário da franquia de Dallas afirmou: “Nós sempre respeitamos a paixão que as pessoas têm pelo hino e pelo nosso país. Porém, nós também ouvimos as vozes daqueles que sentem que o hino não os representa. Sentimos que estas vozes devem ser respeitadas e ouvidas, porque elas não têm sido”.
“Daqui para frente, nossa esperança é que as pessoas terão a mesma paixão que têm por esta questão e aplicarão a mesma quantia de energia para ouvir aqueles que se sentem diferente. Somente assim nós podemos seguir adiante e ter diálogos corajosos que movem este país a frente e encontrar o que nos une”, completou Cuban.
Toda esta questão envolvendo o hino americano acrescenta mais um capítulo na polêmica discussão em que diversos atletas vêm se envolvendo a respeito de justiça social nos EUA. Desde a retomada da NBA na “bolha” em Orlando, Flórida, em julho do ano passado, a grande maioria de jogadores e membros de comissão técnica vêm ajoelhando durante a reprodução do hino nacional como forma de protesto à violência contra a comunidade afro-americana.
A própria liga tem incorporado mensagens de apoio ao “Black Lives Matters” (Vidas Negras Importam) e a outros movimentos de luta racial em todas as partidas.
(Foto: Ashley Landis – Pool/Getty Images)