Apesar da quarentena, jogadores dos Lakers seguem trabalhando juntos virtualmente
Entre outros assuntos, Rob Pelinka explicou como o elenco de Los Angeles mantém a boa relação mesmo a distância
Líder da Conferência Oeste da NBA antes da interrupção da temporada, em razão da pandemia pelo coronavírus, o Los Angeles Lakers tinha como uma das suas principais virtudes a união do elenco.
Por isso, embora eles tenham ficado um período de quarentena de 14 dias, após dois atletas, sem nomes divulgados, terem testado positivo para a COVID-19 e o distanciamento social ser prolongado até o dia 30 de abril, por determinação do governo, os Lakers continuam arrumando uma maneira de se unirem e trabalharem juntos.
Em longa entrevista para os jornalistas via teleconferência, nesta quarta-feira (8), Rob Pelinka, vice-presidente de operações de basquete e gerente geral dos Lakers, comentou como o elenco de Los Angeles mantém a boa relação mesmo a distância.
“Para os rapazes, trabalhamos duro com nossa equipe de preparação física para garantir que eles recebam instruções de condicionamento físico e façam exercícios via Zoom (ferramenta de videoconferência)”, disse Pelinka.
“Esta é uma equipe que adorava estar junta, fosse no banco, no ônibus ou no vestiário. Esses caras têm uma ótima química de estarem juntos. Então, eles tentaram ficar mais conectados possível da maneira que podem, trabalhando juntos virtualmente”.
Rob Pelinka aproveitou a oportunidade de conversar com 12 repórteres, que cobrem regularmente seu time, e falou sobre outros assuntos também. Empresário de longa data de Kobe Bryant, antes de trabalhar nos Lakers, e padrinho de sua filha Gianna, ele citou que a organização poderia se beneficiar um pouco da Mamba Mentality neste momento difícil.
Apesar de todos os desafios existentes, Pelinka não deixa de ser otimista quanto à continuidade da temporada da NBA.
“Acho que todos nós temos que viver com esperança, fé, confiança, coragem e esses atributos, porque é uma época muito, muito difícil e sombria para o mundo. E assim, decidirei consertar a maioria dos meus pensamentos de que teremos a chance de terminar a temporada. Acho que seria uma grande coisa para nós”.
“Mas também sabemos que essa situação é muito maior que o basquete. A razão pela qual tenho essa esperança não é realização uma pessoal. Porém, acho que poderia ser a melhor coisa do mundo, citando Nelson Mandela, acredito que o esporte pode ser realmente poderoso”, salientando e acrescentando uma frase do ex-presidente da África do Sul, que ele tem em sua mesa de trabalho: “O esporte tem o poder de mudar o mundo”.
Ainda assim, o vice-presidente dos Lakers reconhece que colocar as ‘rodas em movimento’ para jogar novamente – seja sem fãs ou reunindo todas as equipes em um único local, como a Major League Baseball propõe no Arizona – é prematuro agora.
“Acho que todos nós esperamos chegar em maio para termos informações mais claras”, declarou ele. “Vamos colocar a saúde do mundo e de nossos fãs, jogadores em primeiro lugar, mas espero passarmos dessa fase inicial, onde todos nós estamos concentrando esses esforços para ‘achatar a curva’. Se tivermos sucesso até lá, espero que chegue a um lugar onde possamos ver de maneira mais definitiva como serão esses planos. Entretanto, acho que é muito cedo para saber”.
Se a volta da temporada 2019/20 se provar impossível, Pelinka contou que ainda sentirá um sentimento de realização em relação à campanha de Los Angeles.
“É quase como se eu olhasse para a nossa temporada como uma série de provas e recebemos muitas notas A. Conseguimos alguns A+ e alguns A-. Acho que houve muito sucesso nisso. Ainda não tivemos a chance de fazer um exame final. Mas isso não significa que não vamos comemorar as notas boas que tivemos até agora”.
Outro assunto abordado por Pelinka foi a nomeação de Kobe para a classe 2020 do Hall da Fama do basquete. “Acho que todos nós estamos com o coração partido por ele não estar lá para receber esse momento pessoalmente. Mas tenho um nível de confiança de que ele está conosco em espírito e ainda está comemorando isso”.
Na sequência, ele explicou que respeitou o anonimato de seus jogadores que pegaram a doença COVID-19: “As únicas pessoas nos Lakers que sabem sobre a identidade de cada jogador são os dois jogadores que deram positivo e o médico da nossa equipe. E esse era o protocolo que havíamos criado”.
Para finalizar, ele abraçou a ideia de fazer parte do alto escalão do Los Angeles Lakers, que adiará, voluntariamente, 20% de seus salários para proteger os funcionários de menor renda neste momento de economia instável: “Tudo o que posso é fazer parte de uma iniciativa que permita as pessoas manterem seus direitos e empregos durante esses tempos difíceis, eu farei parte disso”, concluiu o gerente geral.
(Foto: Divulgação NBA)