Rob Manfred explica por que jogadores do Houston Astros não foram punidos
Segundo o comissário da MLB, a liga teria sofrido com ações legais se atletas fossem penalizados por roubo de sinais
Neste domingo (16) o comissário da MLB, Rob Manfred, finalmente explicou o motivo pelo qual os jogadores do Houston Astros não foram punidos pelo escândalo de roubo de sinais. Em entrevista para Karl Ravech, da ESPN americana, Manfred alegou que a liga teria sofrido com processos da Associação de Jogadores da MLB (conhecida pela sigla MLBPA, em inglês), o principal órgão que representa os atletas.
Manfred afirmou que qualquer forma de punição teria sido vista como injusta pela MLBPA. Isso se deve ao fato de que um memorando publicado pela liga, que explanava sobre o uso de tecnologia durante jogos, não foi repassado para os jogadores durante a temporada de 2017 pelo então general manager dos Astros, Jeff Luhnow.
“Bom, eles simplesmente não o fizeram. Isto está no meu relatório. O meu memorando foi enviado ao general manager, então nada foi feito a partir daí”, explicou Manfred. “Então nós (a MLB) sabíamos que quase certamente seríamos processados e nós perderíamos tais processos baseado no fato de que nunca informamos os jogadores corretamente”.
Segundo o comissário, Luhnow e o ex-manager da equipe, A.J. Hinch, eram obrigados a fornecer o documento para os atletas. Nenhum jogador de Houston foi citado diretamente no relatório final da investigação, com a exceção de Carlos Beltrán. Como punição, a MLB suspendeu Hinch e Luhnow por um ano, impôs uma multa de US$ 5 milhões aos Astros e tirou quatro escolhas de Draft da franquia.
Manfred também disse que compreende o feedback negativo que recebeu desde a publicação do relatório oficial da investigação. “Tendo dito isso, eu entendo a reação. Os jogadores, alguns de maneira mais articulada que outros, confessaram que fizeram a coisa errada. E eu entendo que as pessoas querem vê-los sendo punidos, e em um mundo perfeito, isso teria acontecido”.
O comissário também afirmou que decidiu não tirar o título de 2017 dos Astros pensando nas futuras consequências. “No contexto da minha decisão original, [foi] algo que eu e minha equipe discutimos e analisamos extensivamente. Isso nunca aconteceu no mundo do beisebol. Eu acredito que quando você decide ir contra um precedente, você precisa ter uma boa razão para isso. O relatório forneceu uma visão transparente sobre o que aconteceu. Nós colocamos as pessoas na posição para que elas possam julgar seus próprios comportamentos. Isto certamente aconteceu no último mês”.
O comentários de Manfred vêm após uma coletiva de imprensa na qual José Altuve, Alex Bregman e o dono da franquia, Jim Crane, pediram desculpas pelo escândalo, realizada na quinta-feira (13). “Bom, acredito que a responsabilidade sobre o que acontece dentro de uma franquia cai sobre o seu dono”, alegou Manfred. “Quero dizer, isso diz respeito à maneira de como regulamos o jogo, o dono tem essa obrigação”.
Por último, Rob Manfred afirmou que o uso de vídeo ficará ainda mais restrito no futuro. “Não há dúvida de que teremos uma nova política antes da temporada de 2020. Não nego que o uso de vídeo pode ajudar na performance se você tem acesso durante um jogo, mas um jogador não pode sair no meio da partida e analisar sua rebatida. Nós teremos que viver com menos acesso a transmissões ao vivo no dugout e no vestiário”.
(Foto: Divulgação/MLB)