[PRÉVIA] A Divisão Central da Liga Nacional da MLB em 2020
Com incertezas e sem disparidades, tudo está aberto no grupo mais competitivo da liga
2020 é o ano de incertezas na Divisão Central da Liga Nacional. Se não bastasse as dúvidas sobre a realização de uma temporada no meio de uma pandemia, o cenário aponta para um grupo sem favoritos e certezas. Ainda mais pela situação de jogadores optarem por não jogar ou ficarem ausentes porque contraíram o coronavírus. Talvez o time com melhores protocolos de segurança se sobressaia nesse ano atípico de beisebol.
Voltando aos times da AL Central, o Chicago Cubs é a equipe com maior força no bastão entre os cinco da divisão. Inquestionável o grupo com Kris Bryant, Anthony Rizzo, Javier Báez, Kyle Schwarber e Willson Contreras. Cabe ao novo manager, David Ross, revitalizar esse elenco, que vive ainda de ressaca da World Series de 2016 – título que Ross venceu ainda como jogador.
Já pelo lado dos arremessadores, temos duas franquias bem parelhas na disputa pelo melhor montinho. Os Cardinals contam com a força de Jack Flaherty e de seus amigos Miles Mikolas, Dakota Hudson e Adam Wainwright. Por outro lado, o Cincinnati Reds aposta em Trevor Bauer, Luis Castillo e Sonny Gray – o último se recupera bem dos traumas pós-Yankees.
A equipe de Ohio também se destacou no mercado da última offseason e embolsou mais rebatedores. Se Joey Votto e Eugenio Suárez se sentiam sozinhos, agora recebem de braços abertos Nicholas Castellanos, Mike Moustakas (provenientes do rival de Milwaukee) e a estrela da NPB (Nippon Professional Baseball) Shogo Akiyama. Também não podemos esquecer da jovem revelação Aristides Aquino, destaque surpresa da última temporada.
Por outro lado, Milwaukee Brewers e Pittsburgh Pirates continuam na mesma e quase sem alterações relevantes nos elencos. Por um lado, a equipe do Wisconsin segue como candidata a algo e terá o retorno de Christian Yelich saudável. Porém a equipe ainda continua sem nomes de destaque na rotação, apesar de manter um bullpen de destaque liderado por Josh Haden.
Já em Pittsburgh, o rebuild continua e o sonho também. Destoando das outras equipes, os Piratas seguem na reconstrução, mas quem sabe uma temporada reduzida pode ajudar? De qualquer forma, não se pode descartar totalmente a equipe.
Depois desse resumão, confira agora com detalhes como vem a NL Central nesta prévia do The Playoffs da temporada da MLB em 2020, que começa em 23 de julho e terá apenas 60 jogos na fase de classificação.
(Foto: Reprodução Divulgação/MLB)
CHICAGO CUBS
Campanha em 2019: 84-78 (3º lugar na divisão) – não se classificou aos playoffs
Ventos novos em Chicago! Joe Maddon deixou o seu legado na franquia e agora busca vida nova, comandando o time dos Angels. A necessidade de um “fresh start” era mútua entre treinador e franquia. Dessa forma, David Ross assume o posto de manager e é a esperança para revitalizar o elenco dos Cubs, que ainda vive da World Series de 2016.
A equipe perdeu o outfielder Nicholas Castellanos e o arremessador canhoto Cole Hamels, porém mantém a base de starting pitchers e rebatedores. Por outro lado, houve grande reforma no bullpen e com diversas mudanças nos relievers. Sai Brandon Kintzler (Marlins), sai Steve Cishek (White Sox), sai Pedro Strop (Reds). Vem Dan Winkler (Braves), vem Jeremy Jeffress (Brewers), vem Ryan Tempera (Blue Jays).
Se por um lado o bullpen foi reformado, os rebatedores e arremessadores tiveram menos alterações. Ofensivamente, a equipe continua muito boa com diversos talentos de força no bastão. Kris Bryant, Anthony Rizzo, Kyle Schwarber, Javier Báez e Willson Contreras dispensam comentários. O único ponto que preocupa é o outfield da equipe -jogadores como Jason Heyward, Ian Happ e Albert Almora Jr. precisam apresentar mais, principalmente Heyward que recebe um dos maiores salários da MLB.
Entre os arremessadores, Kyle Hendricks deve continuar doutrinando com os changeups e Yu Darvish tem tudo para continuar a crescer. As ressalvas ficam para os canhotos Jon Lester e José Quintana, além do destro Tyler Chatwood. Os dois primeiros precisam ter mais consistência e o terceiro, mostrar que pode ser um titular, não sendo apenas uma peça cara no bullpen.
O time em geral continua muito bom, com vários rebatedores de qualidade e bons arremessadores. Porém, a inconsistência é a praga do time e o sucesso de Ross depende exclusivamente em eliminá-la. O veterano Lester é o melhor exemplo: após um 2018 muito bom, o canhoto teve uma queda de produção assustadora em 2019.
Outro ponto também é a reconstrução do time e a possível trade do astro Kris Bryant durante o campeonato. Enquanto os rumores sobre KB não aquecem, “Papa Ross” já o colocou como novo leadoff da equipe.
Provável lineup: Kris Bryant (3B), Anthony Rizzo (1B), Javier Báez (SS), Kyle Schwarber (DH), Willson Contreras (C), Jason Heyward (OF), Ian Happ (OF), Albert Almora Jr. (OF) e Nico Hoerner (2B)
Melhor rebatedor: Kris Bryant – 31 HRs, 77 corridas impulsionadas, 28,2% de aproveitamento e 38,2% de OBP em 2019
Provável rotação titular: Kyle Hendricks, Yu Darvish, Jon Lester, José Quintana e Tyler Chatwood
Provável closer: Craig Kimbrel/Rowan Wick
Melhor arremessador: Kyle Hendricks – 11-10, ERA 4.46, Entradas Arremessadas 177 e 150 strikeouts em 2019
Manager: David Ross
Projeção de posição na divisão: 1º (32-28 segundo o site Fangraphs)
Briga por: título da divisão
MILWAUKEE BREWERS
Campanha em 2019: (2º lugar na divisão) – perdeu no Wild Card da Liga Nacional para os Nationals
Será que os Brewers vão repetir a mesma campanha de 2018? Será que Christian Yelich vai retornar voando após lesão na última temporada? Será que Josh Hader vai cortar o cabelo?
De fato, os Brewers perderam muitos jogadores na offseason. Alguns significativos como Yasmani Grandal e Mike Moustakas vão fazer falta para a equipe. Porém, Yelich continua no time e é tudo que importa. Sem ele, Milwaukee foi presa fácil nos playoffs de 2019.
Entre as aquisições, tivemos o retorno de Eric Sogard, além das contratações de Avisail Garcia, Justin Smoak, Brett Anderson e Josh Lindblom. Realmente foi a equipe que teve mais movimentos na divisão
Com adições de Brett Anderson e Josh Lindblom, a rotação se completa com Brandon Woodruff, Adrian Houser e Eric Lauer. As duas contratações substituem Gio Gonzales e Jordan Lyles, que deixaram a equipe. Lembrando que antes o time envolveu o pitcher Zach Davies em uma troca com os Padres que trouxe Lauer para a equipe. A grande incógnita é a respeito do ex-jogador de San Diego, já que o arremessador contraiu coronavírus, está na lista especial para a doença e pode perder tempo de jogo.
A equipe ainda mantém alguns nomes daquele time que perdeu para os Dodgers na NLCS em 2018. Lorenzo Cain, Orlando Arcia e Ryan Braun não deixam o time, inclusive o último deve ser o rebatedor designado da equipe. Junto da experiência, temos as contratações já comentadas de Garcia e Sogard, além da jovem promessa Keston Hiura.
Pelo lado do bullpen, Jeremy Jeffress e Drew Pomeranz deixaram a equipe. Porém, Corey Knebel retorna ao time após se recuperar de cirurgia Tommy John. E, é claro, Josh Hader está lá firme e forte.
Provável lineup: Eric Sogard (3B), Lorenzo Cain (OF), Christian Yelich (OF), Ryan Braun (DH), Keston Hiura (2B), Avisail Garcia (OF), Justin Smoak (1B), Orlando Arcia (SS) e Omar Narvaez (C)
Melhor rebatedor: Christian Yelich – 44 HRs, 97 corridas impulsionadas, 32,9% de aproveitamento e 42,9% de OBP em 2019
Provável rotação titular: Brandon Woodruff, Adrian Houser, Brett Anderson, Eric Lauer, Josh Lindblom
Provável closer: Josh Hader/Cory Knebel
Melhor arremessador: Brandon Woodruff– 11-3, ERA 3.62, Entradas Arremessadas 121.2 e 143 strikeouts em 2019
Manager: Craig Counsell
Projeção de posição na divisão: 2º (32-28 segundo o site Fangraphs)
Briga por: título da divisão ou wild card
(Foto: Jonathan Daniel/Getty Images)
CINCINNATI REDS
Campanha em 2019: 75-87 (4º lugar na divisão) – não se classificou aos playoffs
Os limites de cartões de crédito não existem em Cincinnati de 2020. Os Reds foram ao mercado para montar uma possível futura potência na liga. Mesmo não sendo uma das mais endinheiradas da liga, a franquia não mediu esforços para bater recordes de contratações. Por exemplo, Nichollas Castellanos e Mike Moustakas dividem o posto de maiores contratos da história do time – ambos assinaram por 4 anos e US$ 64 milhões.
Mas essa mudança de comportamento começou ainda em 2019, durante a temporada regular. Na época, Cincy despachou o outfielder Yasiel Puig numa troca tripla e recebeu o pitcher Trevor Bauer, ex-jogador dos Indians. Em 2020, a equipe adquiriu Wade Miley para fechar o quinteto de arremessadores titulares.
Nome por nome, a rotação dos Reds compete com a dos Cardinals sobre qual é a melhor da divisão. Luis Castillo continua sendo um baita arremessador. Sonny Gray parece recuperado do trauma que passou nos Yankees e vai arremessar na rodada de abertura. Anthony DeSclafani e Wade Miley são opções relativamente sólidas. O grande porém ainda cerca Trevor Bauer: será que volta a ser o mesmo do Cleveland Indians? Se sim, torna essa rotação fortíssima.
No bastão, Joey Votto e Eugenio Suárez não vão precisar carregar o ataque da equipe nas costas. Nicholas Castellanos, Mike Moustakas e Shogo Akiyama devem agregar bastante no lineup. Sem contar a revelação da última temporada, Aristides Aquino, para completar o ataque repaginado dos Reds.
Talvez a maior dúvida do time seja Castellanos. Será que o jogador vai repetir a mesma produção surpreendente de quando foi trocado para os Cubs?
Por fim, o bullpen da equipe de Ohio ainda possui seus melhores nomes: Raisel Iglesias, Michael Lorenzen e Amir Garrett. Os Reds também reforçaram a unidade com Pedro Strop, também proveniente do rival de Chicago.
Provável lineup: Joey Votto (1B), Eugenio Suárez (3B), Shogo Akiyama (OF), Nicholas Castellanos (DH), Mike Moustakas (2B), Aristides Aquino (OF), Jesse Winkler (OF), Freddy Galvis (SS) e Tucker Barnhart (C)
Melhor rebatedor: Eugenio Suárez – 49 HRs, 103 corridas impulsionadas, 27,1% de aproveitamento e 35,8% de OBP em 2019
Provável rotação titular: Sonny Gray, Trevor Bauer, Luis Castillo, Anthony DeSclafani e Wade Miley
Provável closer: Rasiel Iglesias
Melhor arremessador: Sonny Gray – 11-8, ERA 2.87, Entradas Arremessadas 175.1 e 205 strikeouts em 2019
Manager: David Bell
Projeção de posição na divisão: 3º (31-29 segundo o site Fangraphs)
Briga por: título da divisão ou wild card
(Foto: Reprodução Twitter/Cincinnati Reds)
ST. LOUIS CARDINALS
Campanha em 2019: (1º lugar na divisão) – perdeu no NLCS para o Washington Nationals por 4 a 0
Ardiloso. Talvez essa seja a palavra que define melhor esse time do St. Louis Cardinals. Caso você desconheça o significado do termo, o dicionário diz que é alguém cheio das astúcias ou esperto. Essa deve ser a única explicação para uma equipe que cresce muito nos momentos decisivos e em reta final de temporada.
Sendo assim, sempre vamos esperar que os Cards estejam concorrendo ao título da divisão e até ir além nos playoffs, mesmo apresentando um plantel inferior aos dos adversários. Em 2020 não será diferente. Com poucas perdas e poucas adições, ainda estamos de olho nas traquinagens do passarinho vermelho.
Marcell Ozuna foi a maior perda da equipe. Após um período sabático sem time e de confusões na vida particular, o jogador foi contratado pelo Atlanta Braves. A outra perda foi o arremessador titular Michael Wacha, que rumou para o New York Mets. Apenas o pitcher teve uma reposição: a equipe buscou na liga coreana KBO Kwang Hyun Kim, ex-jogador do SK Wyverns.
E falando nos arremessadores, a equipe continua forte com seus titulares. Será que Jack Flaherty ganha o Cy Young da Liga Nacional de 2020? As expectativas sobre o ace são ótimas e com certeza ele vai começar a temporada como concorrente ao prêmio. Entre os outros, Adam Wainwright continua muito bem, obrigado por perguntar. O Highlander renovou com a equipe e aos 38 anos mostra que pode continuar a contribuir. Miles Mikolas e Dakota Hudson também fizeram um bom 2019 e são sólidos para a rotação.
A única dúvida da rotação seria apenas para a última vaga: será que Kwang Hyun Kim pode completar esse time? Nos treinos, o coreano parece estar impressionando e deve ser o complemento ao quinteto.
Rebatendo, a equipe só perdeu Ozuna e deve continuar semelhante. Mas, existe a dúvida: Paul Goldschmidt vale o investimento? Apesar de rebater mais de 30 home runs em 2019, o veterano ainda não teve um bom ano. Por exemplo, o OBP de 34,6% foi o pior desde a sua temporada de calouro (33,3%). Os Cardinals precisam do “Goldy” para almejar algo nesta temporada.
Provável lineup: Yadier Molina (C), Kolten Wong (2B), Paul Goldschmidt (1B), Matt Carpenter (DH), Tommy Edman (3B), Dexter Fowler (OF), Paul DeJong (SS), Tyler O’Neil (OF) e Harrison Bader (OF)
Melhor rebatedor: Paul Goldschmidt – 34 HRs, 97 corridas impulsionadas, 26% de aproveitamento e 34,6% de OBP em 2019
Provável rotação titular: Jack Flaherty, Miles Mikolas, Dakota Hudson, Adam Wainwright e Kwang Hyun Kim
Provável closer: Carlos Martinez
Melhor arremessador: Jack Flaherty – 11-8, ERA 2.75, Entradas Arremessadas 196.1 e 231 strikeouts em 2019
Manager: Mike Shildt
Projeção de posição na divisão: 3º (31-29 segundo o site Fangraphs)
Briga por: título da divisão ou wild card
(Foto: Reprodução Twitter/St. Louis Cardinals)
PITTSBURGH PIRATES
Campanha em 2019: (5º lugar na divisão) – não se classificou aos playoffs
Abandonar o navio! Ventos nada favoráveis sopram em direção aos mares de Pittsburgh (eu sei que a cidade não tem praia e eu tenho licença poética para isso). A equipe continua vivendo o processo de rebuild e deposita as esperanças da temporada no marujo Josh Bell. O tripulante de maior destaque da barca pode mudar de posição, sendo DH em vez de 1B.
Se já não bastasse a escassez de bons jogadores no elenco, a equipe sofre perdas na posição de pitcher. Chris Archer perderá a temporada com lesão no pescoço e Jameson Taillon ainda não retorna, dessa vez se recupera de um cirurgia Tommy John. Aliás, torço muito para que Taillon retorne a jogar beisebol, o cara é um guerreiro.
Sem os dois principais titulares, a equipe conta com uma penca de arremessadores questionáveis: Joe Musgrove, Trevor Williams, Steven Brault e Derek Holland. Nada legal. Talvez o mais interesse a se observar seja o prospecto Mitch Keller, maior beneficiado com as ausências de Archer e Taillon, mas o arremessador de 24 anos não fez um bom ano de estreia em 2019. Fica a expectativa para ver se situação muda para o jovem destro.
No lineup de rebatedores, volto a repetir que Bell é a maior esperança da equipe. A equipe também pode contar com Colin Moran, Jose Osuna e Gregory Polanco como nomes regulares. Com adições pouco significativas, a equipe perdeu Melky Cabrera e adicionou Jarrod Dyson no outfield. Basicamente, os Pirates precisam de mais rebatedores de qualidade.
No bullpen, a situação está pior ainda. O único nome que produzia era Felipe Vázquez e ele foi preso durante a última temporada regular por conta de crimes hediondos. Prefiro nem comentar sobre o que ele fez… Segue o jogo, o que resta para a equipe são nomes que podem crescer neste ano, por exemplo: Keola Kela, Kyle Crick e Nick Burdi.
Provável lineup: Adam Frazier (2B), Bryan Reynolds (OF), Gregory Polanco (OF), Josh Bell (DH), Jose Osuna (1B), Colin Moran (3B), Kevin Newman (SS), Jarrod Dyson (OF) e Jacob Stallings (C)
Melhor rebatedor: Josh Bell – 37 HRs, 116 corridas impulsionadas, 27,7% de aproveitamento e 36,7% de OBP em 2019
Provável rotação titular: Joe Musgrove, Trevor Williams, Steven Brault, Derek Holland e Mitch Keller.
Provável closer: Keone Kela
Melhor arremessador: Joe Musgrove – 11-12, ERA 4.44, Entradas Arremessadas 170.1 e 157 strikeouts em 2019
Manager: Derek Shelton
Projeção de posição na divisão: 5º (27-33 segundo o site Fangraphs)
Briga por: nada
(Foto: Reprodução Twitter/Pittsburgh Pirates)
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