[PRÉVIA] A Divisão Central da Liga Americana da MLB em 2020
Twins pretendem se estabelecer como a grande força da divisão enquanto Indians e White Sox correm por fora
A Divisão Central da Liga Americana promete ser uma das mais divertidas da MLB em 2020. O Minnesota Twins, campeão em 2019, segue como principal favorito ao título da divisão. A aquisição do terceira base Josh Donaldson deve acrescentar ainda mais poder no bastão dos Twins, que quebraram o recorde de home runs da MLB no ano passado. Kenta Maeda, Homer Bailey e Rich Hill chegam como peças experientes para ajudar no corpo de arremessadores da equipe.
Entre seus grandes desafiantes, o Cleveland Indians parece estar próximo de uma fase de reformulação. Com um elenco desfalcado, uma rotação um pouco inexperiente (principalmente após a troca que mandou o ace Corey Kluber para o Texas Rangers), os Indians devem ter problemas durante 2020.
Os White Sox vêm com uma forte base jovem, com grandes promessas subindo das ligas menores para a equipe principal em 2020. Luis Robert, um prospecto extremamente dinâmico e interessante, pode ser um grande candidato a Novato do Ano. Na offseason também chegaram peças como Dallas Keuchel, Edwin Encarnación e Yasmani Grandal. Se tudo der certo, é um grupo que promete muito de 2020 em diante.
Kansas City Royals e Detroit Tigers devem brigar na “lanterna” da divisão. Com elencos fracos, cheios de deficiências e questões, ambos devem utilizar a temporada abreviada para buscar o desenvolvimento de algumas peças jovens. Não se deve esperar muito de nenhuma das duas equipes, que provavelmente estarão entre as piores campanhas da MLB ao final de setembro.
Confira como vem a AL Central nesta prévia do The Playoffs da temporada da MLB em 2020, que começa em 23 de julho e terá apenas 60 jogos na fase de classificação.
(Foto: Reprodução Twitter/Minnesota Twins)
MINNESOTA TWINS
Campanha em 2019: 101-61 (1° lugar na divisão) – perdeu na ALDS para o New York Yankees por 3 a 0.
Os Twins serão a melhor equipe da AL Central novamente. A franquia que quebrou o recorde de home runs em uma única temporada em 2019 (com 307), reforçou ainda mais o seu poder no bastão com a contratação do 3B Josh Donaldson. O título de divisão, porém, é apenas um “pequeno obstáculo” no caminho de Minnesota. O grande objetivo da equipe deve ser passar finalmente da primeira fase dos playoffs.
A última vez que os Twins passaram do wild card ou da ALDS foi em 2002, quando bateram o Oakland Athletics por 3-2 na série melhor de cinco. Desde então, são sete eliminações na primeira fase da pós-temporada, sendo seis delas para o New York Yankees, a maior pedra no sapato dos Twins.
Em 2020, a equipe conta com a constante evolução de Max Kepler, seu rebatedor de leadoff que teve 36 home runs na temporada passada. O lineup segue basicamente o mesmo da última temporada, sendo assim uma das linhas ofensivas mais fortes da liga. Nelson Cruz parece seguir “desafiando” sua idade, chegando aos 40 anos nesta temporada como um dos bastões mais poderosos da MLB.
Miguel Sanó pode ter alguns problemas se adaptando na primeira base, visto que ele terá que “abrir espaço” para Donaldson do outro lado do diamante. Mitch Garver deve buscar a “consolidação” como um dos principais catchers da liga, após uma campanha surpreendente em 2019, quando rebateu para 31 home runs. Byron Buxton segue sendo um dos jogadores mais rápidos da liga, além de ser um outfielder espetacular no campo defensivo. Um “upgrade” em seu poder no bastão seria bem-vindo, mas nada que faça muita falta aos Twins.
No corpo de arremessadores, José Berrios e Jake Odorizzi devem formar uma bela dupla no topo da rotação. Principais pitchers da equipe na temporada passada, devem carregar a rotação que aguarda a volta de Michael Pineda de uma suspensão por doping (ele ainda tem mais 39 jogos em sua suspensão). O trio de veteranos adquiridos na offseason deve fazer um bom trabalho, se conseguirem manter-se saudáveis. Homer Bailey, Rich Hill e Kenta Maeda são mais do que capazes de “comerem” alguns innings e tirarem um pouco da pressão dos outros arremessadores da equipe.
Provável lineup: Max Kepler (RF), Jorge Polanco (SS), Nelson Cruz (DH), Josh Donaldson (3B), Eddie Rosario (LF), Miguel Sanó (1B), Mitch Garver (C), Luis Arraez (2B), Byron Buxton (CF)
Melhor rebatedor: Nelson Cruz – 41 HR, 108 RBI e 31,1% de aproveitamento no bastão em 120 jogos em 2019.
Provável rotação titular: José Berrios, Jake Odorizzi, Rich Hill, Kenta Maeda e Homer Bailey
Provável closer: Taylor Rogers
Melhor arremessador: José Berrios – (14-8), ERA de 3,68 e 195 strikeouts em 200,1 entradas arremessadas em 2019.
Manager: Rocco Baldelli (2ª temporada)
Projeção de posição na divisão: 1°
Briga por: título da divisão e possível vaga na ALCS
CLEVELAND INDIANS
Campanha em 2019: 93-69 (2° lugar na divisão) – não se classificou aos playoffs
Após três anos de domínio na AL Central e uma visita à World Series, os Indians finalmente parecem estar atingindo uma fase de declínio. Não se engane, o time ainda tem uma base sólida, porém os problemas no lineup e na rotação começam a ficar mais aparentes.
Além disso, Cleveland deve viver a última temporada de Francisco Lindor na cidade. O superastro e um dos principais shortstops da liga ainda não renovou seu vínculo com a equipe e foi assunto de muitas conversas de troca nesta longa offseason.
Se Lindor ainda não foi embora, o mesmo não pode ser dito sobre Corey Kluber. Principal pitcher da equipe por anos, foi trocado para o Texas Rangers e deve fazer falta no corpo de arremessadores da equipe. Shane Bieber, MVP do último All-Star Game, Mike Clevinger e Carlos Carrasco devem suprir a falta de Kluber, porém os outros espaços na rotação se tornam mais questionáveis, com a equipe tendo de apostar em jovens promessas que podem ter desempenhos inconsistentes na curta temporada de 2020. O bullpen segue com boas peças como Brad Hand e Adam Cimber e não deve criar tantos problemas para a “tribo”.
O lineup é uma grande questão. José Ramírez regrediu em 2019, mas pode voltar a apresentar o contato espetacular que teve em 2018. Isso pode dar um belo “empurrão” no lineup que foi inconsistente durante o ano passado. Franmil Reyes precisa diminuir seu número de strikeouts, embora demonstre muita força no bastão. Deve liderar a equipe em home runs no ano. No outfield, muitas dúvidas e algumas peças jovens. A equipe pode sofrer defensivamente e com o próprio desempenho ofensivo de suas peças do campo externo. No geral, Cleveland pode até surpreender, mas a expectativa é de que o time siga em descendência e se aproximando de um possível período de reconstrução.
Provável lineup: Francisco Lindor (SS), Oscar Mercado (CF), Carlos Santana (1B), Franmil Reyes (LF), José Ramírez (3B), Domingo Santana (DH), Jordan Luplow (RF), César Hernandez (2B), Roberto Pérez (C)
Melhor rebatedor: Francisco Lindor – 32 HR, 74 RBI, 28,4% de aproveitamento no bastão e 22 bases roubadas em 143 jogos em 2019.
Provável rotação titular: Shane Bieber, Mike Clevinger, Carlos Carrasco, Adam Plutko, Zach Plesac
Provável closer: Brad Hand
Melhor arremessador: Shane Bieber – (15-8), ERA de 3,28 e 259 strikeouts em 214,1 entradas arremessadas em 2019.
Manager: Terry Francona (8ª temporada)
Projeção de posição na divisão: 2°
Briga por: segunda posição na divisão com os White Sox e possível vaga de Wild Card
CHICAGO WHITE SOX
Campanha em 2019: 72-89 (3° lugar na divisão) – não se classificou aos playoffs
A campanha no ano passado pode e deve “enganar” quem enxerga apenas os números. O núcleo jovem dos White Sox segue em constante evolução e, para 2020, contará com diversas grandes contratações, proporcionando um lineup interessantíssimo que promete surpreender este ano.
Yasmani Grandal assinou por US$ 73 milhões e quatro anos, um dos maiores contratos para um catcher na MLB. Devendo encaixar-se bem no meio do lineup, Grandal oferece um arsenal completo na posição para Chicago. Edwin Encarnación, experiente slugger, assinou por um ano e deve ser o rebatedor de “clean-up” da equipe. O torcedor espera que seu período de “decadência” não comece logo agora. Nomar Mazara, que veio dos Rangers, oferece habilidades interessantes rebatendo do lado esquerdo do plate, porém precisa de mais consistência para se consolidar no lineup.
Talvez a maior contratação de Chicago seja alguém de suas categorias menores. Com um total de zero jogos na MLB, o outfielder Luis Robert recebeu um contrato de cinco anos por US$ 50 milhões. Tido como um dos prospectos mais completos da liga nos últimos anos, Robert parece ser uma futura estrela. Rebate para contato, força, tem velocidade, agilidade e é um exímio defensor no campo externo. Na temporada passada, somou mais de 30 home runs e 30 bases roubadas nas ligas menores. Olho nele para “Novato do Ano”.
Ao lado de Robert no outfield, Eloy Jiménez, que vem para seu segundo ano da MLB e era um dos grandes prospectos da liga em 2019. Impressionou com seu bastão, rebatendo para 31 home runs em seu ano de novato e deve seguir evoluindo neste ano. Nick Madrigal é outro que deve contribuir em 2020. O “baixinho” apresenta ótimas habilidades defensivas no meio do infield e é um clássico rebatedor de contato. Yoan Moncada segue crescendo e se destacando cada vez mais, principalmente com suas jogadas plásticas na defesa e correndo entre bases. Tim Anderson foi o líder da liga em aproveitamento no bastão ano passado e deve buscar seguir esse ritmo como homem de leadoff de Chicago em 2020.
No corpo de pitchers, o principal novo nome é Dallas Keuchel. O experiente canhoto deve providenciar um apoio sólido atrás de Lucas Giolito na rotação dos White Sox. Gio Gonzalez, outro canhoto, também foi contratado. Para o bullpen, Steve Cishek chega para preencher um espaço precário na posição de “setup man”, o pitcher que geralmente entra na 8ª entrada, antes do closer.
Provável lineup: Tim Anderson (SS), Yoán Moncada (3B), José Abreu (1B), Eloy Jiménez (LF), Yasmani Grandal (C), Edwin Encarnación (DH), Nomar Mazara (RF), Leury García (2B), Luis Robert (CF)
Melhor rebatedor: José Abreu – 33 HR, 123 RBI, 28,4% de aproveitamento no bastão em 159 jogos em 2019.
Provável rotação titular: Lucas Giolito, Dallas Keuchel, Reynaldo López, Dylan Cease, Gio Gonzalez
Provável closer: Alex Colomé
Melhor arremessador: Lucas Giolito – (14-9), ERA de 3,41 e 228 strikeouts em 176,2 entradas arremessadas em 2019.
Manager: Rick Rentería (4ª temporada)
Projeção de posição na divisão: 3°
Briga por: brigará fortemente com os Indians pela 2ª posição na divisão e, quem sabe, uma vaga no Wild Card
KANSAS CITY ROYALS
Campanha em 2019: 59-103 (4° lugar na divisão) – não se classificou para os playoffs
Reconstrução a todo vapor em Kansas City. Cinco anos após vencerem a World Series, os Royals se encontram “nos primeiros degraus” de um longo rebuild. A equipe conta com um novo dono, John Sherman, além de um novo treinador, Mike Matheny, ex-Saint Louis Cardinals.
Poucas coisas empolgam em KC. Whit Merrifield, seu rebatedor de leadoff, é possivelmente o melhor jogador da equipe. Consistente no bastão, eficiente e um defensor de qualidade, Whit deve ser alvo de diversas equipes na trade deadline. Jorge Soler teve a temporada de sua carreira em 2019 e também é outro que deve atrair interesse de outras equipes, principalmente se manter seu poder no bastão (liderou a AL em home runs com 48 em 2019). O questionável 3B Maikel Franco foi a principal contratação da equipe na offseason.
Salvador Pérez, catcher e um dos líderes da equipe, volta ao lineup após se recuperar de uma cirurgia Tommy John. Adalberto Mondesí talvez seja um dos pontos mais interessantes da equipe. Extremamente atlético e um defensor espetacular, é jovem e precisa desenvolver melhor suas habilidades no bastão. Pode ser um “ponto de foco”na reconstrução dos Royals.
No corpo de arremessadores, diversos jogadores com problemas de lesões, um bullpen fraco, muitos buracos. O ponto positivo deve ser Brady Singer, um dos principais prospectos da equipe, que sobe para as grandes ligas após um ano de 2019 ótimo nas ligas menores, onde teve um ERA menor do que 3. Não espere muitas coisas boas dos Royals em 2020.
Provável lineup: Whit Merrifield (CF), Adalberto Mondesi (SS), Hunter Dozier (RF), Jorge Soler (DH), Salvador Pérez (C), Alex Gordon (LF), Maikel Franco (3B), Ryan O’Hearn (1B), Nicky Lopez (2B)
Melhor rebatedor: Jorge Soler – 48HR, 117 RBI e 26,5% de aproveitamento no bastão em 162 jogos em 2019.
Provável rotação titular: Brad Keller, Danny Duffy, Jake Junis, Mike Montgomery e Brady Singer
Provável closer: Ian Kennedy
Melhor arremessador: Ian Kennedy – (3-2), 30 saves, ERA de 3,41 e 73 strikeouts em 63,1 entradas arremessadas do bullpen em 2019.
Manager: Mike Matheny (1ª temporada)
Projeção de posição na divisão: 4°
Briga por: lanterna da divisão/não ser uma das piores equipes da MLB
DETROIT TIGERS
Campanha em 2019: 47-114 (5° lugar na divisão) – não se classificou para os playoffs
Outra equipe nos passos iniciais de uma longa reconstrução. Após serem uma das principais forças da AL entre 2011 e 2014, os Tigers foram perdendo força durante a década. Agora, em 2020, o time se vê com um de seus piores elencos na historia. Talvez a única esperança atual seja o surgimento de alguns prospectos de alto nível, algo que os Tigers vêm acumulando nos últimos anos. Casey Mize, primeira escolha do draft de 2018, pode subir para a MLB nesta temporada e mostrar um pouco de suas habilidades.
Com jogadores de nível mediano pra baixo – alguns com nível de ligas menores – Detroit não tem um verdadeiro destaque em seu elenco. Miguel Cabrera, grande ídolo do time, vai encerrando sua carreira em decadência, com contusões e números que não chegam nem perto do auge de sua carreira. Mesmo assim, para se ter noção da fraqueza no elenco, ele segue sendo o melhor rebatedor dos Tigers. O venezuelano ainda tem quatro anos e US$ 126 milhões para receber em seu contrato…
Austin Romine, Cameron Maybin, C.J. Cron e Jonathan Schoop estão entre as contratações da equipe para 2020. Nem de perto, nomes que “inspiram positividade” no torcedor dos Tigers. O lineup deve ser um dos mais fracos da MLB, assim como em 2019, ano em que todos os ataques viram seus números aumentando, enquanto os Tigers apenas regrediram.
Na rotação titular e no bullpen, nomes questionáveis, diversos arremessadores de baixo potencial ou longe do auge de suas carreiras. Matthew Boyd, que teve destaque em 2019, é o principal pitcher da equipe. Teve uma segunda parte fraca pós all-star break ano passado, mas com um bom início de temporada este ano, pode atrair propostas de troca para Detroit.
Analisando friamente todo o elenco dos Tigers, pode-se afirmar que o time estará entre as piores campanhas da liga com certa folga. Talvez, até, “tankando” sua performance em 2020 para adquirir uma alta escolha de draft novamente.
Provável lineup: Niko Goodrum (SS), Victor Reyes (RF), Miguel Cabrera (DH), C.J. Cron (1B), Jonathan Schoop (2B), Christin Stewart (LF), Jeimer Candelario (3B), Austin Romine (C), JaCoby Jones (CF)
Melhor rebatedor: Miguel Cabrera – 12 HR, 59 RBI e 28,2 de aproveitamento no bastão em 136 jogos em 2019.
Provável rotação titular: Matthew Boyd, Jordan Zimmerman, Iván Nova, Spencer Turnbull, Daniel Norris
Provável closer: Joe Jiménez
Melhor arremessador: Matthew Boyd – (9-12), ERA de 4,57 e 238 strikeouts em 185,1 entradas arremessadas em 2019.
Manager: Ron Gardenhire (3ª temporada)
Projeção de posição na divisão: 5°
Briga por: uma das piores campanhas da MLB novamente e a possível 1ª escolha no draft de 2021.
(Fotos: Reprodução Twitter/ Minnesota Twins – Reprodução Facebook/Cleveland Indians – Reprodução Twitter/Chicago White Sox – Reprodução Twitter/Kansas City Royals – Reprodução Twitter/Detroit Tigers)
LEIA MAIS: PRÉVIAS MLB 2020