[PRÉVIA] A Divisão Central da Liga Americana da MLB em 2021
White Sox aparecem como favorito para encerrar jejum de 20 anos na divisão, mas Twins e Indians tem força para manter a hegemonia dos últimos anos
Os últimos cinco anos da Divisão Central da Liga Americana da MLB foram dominados pelo Cleveland Indians e pelo Minnesota Twins, com os Indians chegando inclusive a uma World Series no período.
Os Twins venceram a divisão nos dois últimos anos, mas não conseguiram repetir o sucesso ‘doméstico’ nos playoffs e sequer chegaram nas finais da Liga Americana no período.
Já os Indians modificaram muito do elenco que foi tricampeão da divisão, mas conseguiram trabalhar bem na fazenda e no mercado para manter a equipe competitiva.
Mas o Chicago White Sox aparece forte para derrubar esse domínio dos rivais em 2021, contando com uma base jovem, talentosa e já experimentada e com a chegada do experiente Tony La Russa, após dez anos aposentado da MLB.
Correndo por fora está o Kansas City Royals, que manteve as principais estrelas da equipe e fez algumas adições interessantes ao elenco como o arremessador Mike Minor, o primeira base Carlos Santana e o outfielder Andrew Benintendi.
Já o Detroit Tigers irá passar mais uma temporada em seu processo de reestruturação, dando tempo de campo importante para as promessas da franquia, sob a nova direção de A.J. Hinch.
Confira como vem a AL Central em mais uma prévia do The Playoffs para a MLB 2021.
MINNESOTA TWINS
Campanha em 2020: 36-24 (1º lugar na divisão)
Os Twins contam com um dos melhores corpos de rebatedores de toda a MLB, tendo sido o sexto de toda a liga em home runs rebatidos na última temporada (91).
Para esta temporada, a expectativa do técnico Rocco Baldelli é poder contar com o infielder Josh Donaldson e o outfielder Byron Buxton de forma mais regular. A dupla somada jogou apenas 57 vezes em 2020, desfalcando em muito o poder ofensivo dos Twins.
Outra novidade para esta temporada deve ser a maior presença do outfielder Alex Kirilloff. O atleta é um dos principais prospectos dos Twins nos últimos anos e irá começar a temporada como titular no campo esquerdo.
Entre as principais contratações dos Twins para a temporada estão o shortstop Andrelton Simmons, os arremessadores veteranos J.A. Happ e Matt Shoemaker, além do closer Alex Colomé.
Simmons é um dos melhores defensores na posição em toda a MLB e um rebatedor consistente. Já Happ e Shoemaker não vêm de boas temporadas junto ao New York Yankees e Toronto Blue Jays, respectivamente.
Colomé encerrou a temporada como closer dos White Sox e chega para brigar com Taylor Rogers pela posição nos Twins, algo muito interessante, contando com a queda de nível do veterano Jose LeClerc em 2020.
Algo que os Twins puderam comemorar durante a offseason é que o esqueleto da equipe foi mantido, visto que apenas o outfielder Eddie Rosario e os veteranos arremessadores Rich Hill e Jake Odorizzi saíram de Minnesota.
Dessa forma, os Twins entram na temporada com a difícil missão de fazer frente aos White Sox, mas possuem armas suficientes para este fim, em especial se a equipe conseguir ser menos prejudicada pelas lesões.
Provável lineup: Max Kepler (RF), Jorge Polanco (2B), Josh Donaldson (3B), Nelson Cruz (DH), Alex Kirilloff (LF), Miguel Sano (1B), Ryan Jeffers (C), Byron Buxton (CF) e Andrelton Simmons (SS)
Melhor rebatedor: Nelson Cruz – 16 home runs, 33 corridas impulsionadas, 30,3% de AVG e 39,7% de OBP em 2020
Provável rotação: Jose Berrios, Kenta Maeda, Michael Pineda, J.A. Happ e Matt Shoemaker
Provável closer: Alex Colomé
Melhor arremessador: Jose Berrios – ‘La Makina’ vem de um temporada instável junto aos Twins com um ERA de 4.00 em 12 jogos com a equipe, tendo cinco vitórias e quatro derrotas. O porto-riquenho sabe que precisa elevar o desempenho não apenas para Minnesota manter o título da divisão, mas também para se consolidar como um dos principais arremessadores da Liga Americana.
Manager: Rocco Baldelli (terceira temporada)
Briga por: Vencer a divisão
Projeção de posição na divisão: 2º
CLEVELAND INDIANS
Campanha em 2020: 35-25 (2º lugar na divisão)
Os Indians passaram por diversas transformações nos últimos anos e mesmo assim conseguiram se manter competitivos dentro da MLB, apoiados em boas trocas e também com o auxílio dos prospectos.
Nesta temporada, Cleveland terá que novamente se reinventar após as perdas do shortstop Francisco Lindor e do arremessador Carlos Carrasco, ambos trocados para o New York Mets.
Entre as principais contratações estão o outfielder Eddie Rosario (vindo do rival Twins), os shortstops Andres Gimenez e Amed Rosario (conseguidos na troca com os Mets) e o reliever Blake Parker.
Além disso, prospectos como o arremessador Triston McKenzie, o closer James Karinchak, o outfielder Oscar Mercado e o primeira base Jake Bauers já mostraram estarem prontos para o desafio nas grandes ligas.
Essa mistura deve ser composta com veteranos com selo All-Star como o terceira base José Ramírez e o atual Cy Young da Liga Americana, Shane Bieber.
Inclusive, o corpo de arremessadores é a principal arma dos Indians dentro da temporada, com nomes como Bieber, McKenzie, Plesac e Civale, todos candidatos a terminarem a temporada como All-Stars.
A principal dúvida de Terry Francona no início da temporada deve ser entre os ‘garotos’ vindos do Mets, Gimenez e Rosario, pela posição de shortstop.
Obviamente ambos não estão prontos para substituir Lindor e seu impacto para os Indians em sua carreira em Cleveland, mas são dois jovens atletas que podem se transformar em sólidos jogadores para a franquia nos próximos anos.
Provável lineup: Cesar Hernandez (2B), Jose Ramirez (3B), Eddie Rosario (LF), Franmil Reyes (DH), Josh Naylor (RF), Roberto Perez (C), Jake Bauers (1B), Oscar Mercado (CF) e Andres Gimenez (SS)
Melhor rebatedor: Jose Ramirez – 17 home runs, 46 corridas impulsionadas, 29,2% de AVG e 38,6% de OBP em 2020
Provável rotação: Shane Bieber, Zach Plesac, Aaron Civale, Tristan McKenzie e Cal Quantrill
Provável closer: James Karinchak
Melhor arremessador: Shane Bieber – O arremessador entra novamente como um dos candidatos ao título de Cy Young, tendo discutivelmente a melhor bola de curva de toda a MLB. Bieber entra em sua quarta temporada na liga e terá como principal desafio manter a excelente performance de 2020, contando com ainda maior atenção dos rebatedores.
Manager: Terry Francona (nona temporada)
Briga por: Chegar aos playoffs via Wild-Card
Projeção de posição na divisão: 3º
CHICAGO WHITE SOX
Campanha em 2020: 35-25 (3º lugar na divisão)
Os White Sox são um dos times mais aguardados para a próxima temporada, após reforçarem com boas peças na offseason um time jovem e talentoso.
Lance Lynn e Carlos Rondon chegaram para dar profundidade ao corpo de arremessadores, Adam Eaton é um rebatedor consistente e com histórico vencedor, enquanto Liam Hendriks é um dos melhores closers da MLB.
Junte esses nomes a uma equipe que já contava com jovens talentos como Tim Anderson, Eloy Jimenez, Luis Robert e Nick Madrigal, além do sempre consistente Jose Abreu.
Mesmo com boa campanha na última temporada, Rick Renteria foi demitido e Tony La Russa foi retirado da aposentadoria. A principal dúvida dos White Sox na temporada é justamente a respeito de La Russa. Uma das maiores mentes da história do beisebol é capaz de passar dez temporadas fora da liga e voltar com o mesmo patamar de quando saiu?
Outra dúvida importante sobre a equipe é dentro do corpo de arremessadores. As chegadas de Lynn e Rodon ajudam, mas é nítido como uma lesão no setor dificilmente terá a cobertura necessária.
Além disso, os jovens arremessadores Dylan Cease e Michael Kopech devem ganhar mais espaço e também terão que responder com a pressão de uma equipe contender.
Mesmo com essas dúvidas é inegável como os White Sox entram na temporada com o melhor elenco da divisão e podem inclusive serem um competidor pelo título da Liga Americana.
Provável lineup: Tim Anderson (SS), Adam Eaton (RF), Yasmani Grandal (C), Jose Abreu (1B), Eloy Jimenez (LF), Yoan Moncada (3B), Luis Robert (CF), Zack Collins (DH) e Nick Madrigal (2B)
Melhor rebatedor: Jose Abreu – 19 home runs, 60 corridas impulsionadas, 31,7% de AVG e 37% de OBP – MVP da Liga Americana em 2020
Provável rotação: Lucas Giolito, Dallas Keuchel, Lance Lynn, Dylan Cease e Carlos Rodon
Provável closer: Liam Hendriks
Melhor arremessador: Lucas Giolito – O arremessador ainda tem sofrido com lesões que atrapalham maior linearidade na carreira, mas é inegável que Giolito já tenha se consolidado como um dos principais nomes da posição na Liga Americana. O pitcher é uma máquina de strikeouts e um dos queridinhos dos jogadores de fantasy.
Manager: Tony La Russa (primeira temporada)
Briga por: Chegar a final da Liga Americana
Projeção de posição na divisão: 1º
KANSAS CITY ROYALS
Campanha em 2020: 26-34 (4º lugar na divisão)
Os Royals são provavelmente o time mais “inferno-céu” desta temporada. Jovens talentosos, base mantida e boas contratações na offseason fizeram a franquia poder voltar a sonhar com voos mais altos em um futuro próximo.
Mike Minor veio para reforçar a jovem e talentosa rotação de arremessadores, enquanto Carlos Santana, Andrew Benintendi, Hanser Alberto e Michael Taylor deixam o grupo de rebatedores mais robusto.
Santana e Benintendi não jogam mais em nível All-Star, mas ainda têm gasolina no tanque para serem rebatedores competentes, embora o outfielder deva perder alguns jogos no início da temporada devido a uma lesão nas costelas.
Mas ainda melhor que o trabalho das contratações feito pelo front-office, foi a manutenção de peças importantes do ano passado, em especial o closer Greg Holland.
A principal chave da equipe na temporada é a rotação com nomes como Brad Keller, Brady Singer e Kris Bubic, todos jovens arremessadores vindos da “fazenda” dos Royals.
O desempenho desses jovens arremessadores será fundamental para qualquer pretensão de sucesso de Kansas City nesta temporada, ainda mais em uma divisão com três times muito fortes.
Assim como a grande parte dos elencos de baixo investimento, o maior problema dos Royals é no bullpen, o pior da divisão, com exceção dos Tigers. Holland conseguiu se reencontrar com os Royals, mas os demais nomes não enchem os olhos, o que coloca ainda mais pressão no trabalho dos jovens arremessadores.
Provável lineup: Salvador Perez (C), Carlos Santana (1B), Nicky Lopez (2B), Adalberto Mondesi (SS), Hunter Dozier (3B), Andrew Benintendi (LF), Michael Taylor (CF), Whit Merrifield (RF) e Jorge Soler (DH)
Melhor rebatedor: Salvador Perez – 11 home runs, 32 corridas impulsionadas, 33,3% de AVG e 35,3% de OBP em 2020
Provável rotação: Brad Keller – Brady Singer – Mike Minor – Danny Duffy – Kris Bubic
Provável closer: Greg Holland
Melhor arremessador: Brad Keller – Mesmo em apenas nove jogos junto aos Royals na última temporada, Keller já mostrou potencial para ser o ace da franquia pelos próximos anos. ERA de 2,47 e cinco vitórias em nove partidas e quase quatro strikeouts de média. Em uma temporada completa, candidato forte para o All-Star Game.
Manager: Mike Matheny (segunda temporada)
Briga por: Melhorar o recorde da última temporada
Projeção de posição na divisão: 4º
DETROIT TIGERS
Campanha em 2020: 23-35 (5º lugar na divisão)
Sim, os Tigers não vão brigar pelos playoffs e têm grandes chances de terem a pior campanha de toda a MLB. Mas é inegável que existe um norte em Detroit e que o sucesso pode não estar tão no futuro assim.
O primeiro grande passo foi a chegada de A.J. Hinch aos Tigers. Obviamente o escândalo do roubo de sinais deixa uma mácula no currículo vencedor do técnico, mas é inegável como Hinch foi fundamental no desenvolvimento de peças essenciais no elenco do Houston Astros.
Hinch terá justamente esse desenvolvimento dos jovens talentos dos Tigers como principal desafio dentro da franquia, até porque matéria-prima não irá faltar ao treinador.
Entre essas promessas, estão nomes que já atuaram com os Tigers na última temporada como Jeimer Candelario, Willi Castro, Isaac Paredes, Victor Reyes e Casey Mize.
Um nome que irá se juntar a esse núcleo jovem dos Tigers é o arremessador Tarik Skubal, um dos principais prospectos da franquia e que promete causar impacto imediato dentro da MLB.
Mesmo em mais uma temporada ‘abraçada’ com o tank, os Tigers fizeram adições interessantes na última offseason, como o catcher Wilson Ramos, o outfielder Nomar Mazara, o infielder Renato Nunez e o arremessador Jose Ureña.
Inclusive, Ureña chega para tentar dar maior consistência a um corpo de arremessadores talentoso, mas instável. Spencer Turnbull e Matthew Boyd têm potencial para jogarem em alto nível, mas não o fizeram de forma regular na última temporada, enquanto Mize e Skubal ainda precisam de maiores testes.
Juntando todo esse cenário, temos um Tigers em uma temporada de desenvolvimento, mas que pode proporcionar diversos bons momentos durante o ano.
Provável lineup: Robbie Grossman (OF), Jeimer Candelario (3B), Willi Castro (SS), Miguel Cabrera (DH), Jonathan Schoop (2B), Nomar Mazara (OF), Wilson Ramos (C), Renato Nunez (1B), Jacoby Jones (OF)
Melhor rebatedor: Miguel Cabrera – 10 home runs, 35 corridas impulsionadas, 25% de AVG e 32,9% de OBP em 2020
Provável rotação: Matthew Boyd, Casey Mize, José Ureña, Spencer Turnbull, Tarik Skubal
Provável closer: Gregory Soto
Melhor arremessador: Casey Mize – aqui vamos considerar o potencial de Mize como fator preponderante para ele ser o principal arremessador dos Tigers em 2021. Como já mencionado, Turnbull e Boyd ainda demonstram muita irregularidade e se o jovem conseguir maior regularidade, deve se tornam em breve o ace da franquia.
Manager: A.J. Hinch (primeira temporada)
Briga por: Não ter o pior recorde da MLB
Projeção de posição na divisão: 5º
Fotos: Nick Wosika/Icon Sportswire via Getty Images, Reprodução/ Twitter MLB, Reprodução/Twitter Cleveland Indians, Reprodução/ Twitter White Sox, Reprodução/Twitter Kansas City Royals e Reprodução/YouTube
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