Hall da Fama do Beisebol recebe seis novos membros
Seis novos integrantes foram eternizados no Hall da Fama do Beisebol
Cooperstown viveu um dia histórico neste domingo (21). A cidade do interior de Nova York abriga o Hall da Fama do Beisebol, que abriu suas portas e recebeu seis novos integrantes, a chamada Classe de 2019 da instituição destinada à memória do esporte. Foram eternizados no local Harold Baines, Lee Smith (eleitos pelo painel que analisa jogadores, dirigentes e pessoas ligadas ao esporte que não estão na cédula tradicional), Mike Mussina, Edgar Martinez, Roy Halladay (representado por sua família) e Mariano Rivera, primeiro a ser eleito de forma unânime para o Hall da Fama.
A cerimônia foi emocionante, especialmente por contar com o discurso de Brandy Halladay, viúva de Roy, ex-arremessador do Toronto Blue Jays e Philadelphia Phillies e que morreu em um acidente de avião no final de 2017. Ela discursou em homenagem ao marido, falando sobre imperfeições. “Somos todos imperfeitos e erramos, de um jeito ou de outro. Todos sofremos. Mas com trabalho árduo, humildade e dedicação, pessoas imperfeitas podem ter momentos perfeitos. Roy foi abençoado, em sua vida e carreira, pela oportunidade de ter esses momentos”, disse Brandy ao lembrar do jogo perfeito e do no-hitter que Halladay conseguiu, apenas o segundo em uma partida de playoffs.
Esse discurso foi antecedido pela fala de Mike Mussina, um dos grandes arremessadores da Divisão Leste da Liga Americana entre o final do século passado e o início dos anos 2000. Ex-jogador de Baltimore Orioles e New York Yankees, ele agradeceu às duas franquias e comemorou a entrada no Hall da Fama. “Nunca tive a felicidade de vencer um Cy Young ou conquistar uma World Series. Não venci 300 jogos ou consegui 3 mil strikeouts. E, se todas as oportunidades para isso ficaram no passado, hoje eu me torno membro do Hall da Fama do Beisebol”, comemorou ele.
Martinez, que defendeu apenas o Seattle Mariners em sua carreira e destacou-se como um dos grandes rebatedores designados de seu tempo, celebrou especialmente os torcedores dos Mariners, que fizeram muito barulho em Cooperstown. “Fãs de Seattle, obrigado por sempre estarem ao meu lado. Vocês me apoiaram incondicionalmente desde 1997, e foi ainda mais claro durante os últimos 10 anos (enquanto esteve na cédula de eleição do Hall). O apoio de vocês nas redes sociais trouxe-me até aqui hoje”, explicou o porto-riquenho.
Baines, que atuou como DH e outfielder por diversas franquias da Liga Americana entre as décadas de 1980 e 1990, recordou-se de seu pai, Linwood, e das lições que aprendeu com ele e que justificam seu silêncio em muitos momentos. “Quando muitos de vocês perguntam-me por que nunca falei muito, eu lembro-me do meu pai e da lição que ele me deu muitos anos atrás, enquanto eu treinava com ele. Como me ensinou, palavras são fáceis. Atos são difíceis. Palavras podem ser vazias. Atos falam mais alto, e muitas vezes ecoam para sempre”, resumiu.
Smith, que fez fama como closer e chegou a defender o New York Yankees antes de Rivera, brincou que a franquia não precisava de alguém para fechar os jogos, pois alguém já estava pronto para a vaga, brincando com o panamenho. Ele também falou sobre os aspectos que considera fundamentais para o sucesso. “Ser leal com seu time e com seus companheiros. E ser confiável, como um companheiro e como um arremessador”, apontou o responsável por 478 saves ao longo da carreira.
Ovacionado, Rivera foi o último a falar. Primeira unanimidade na história do Hall da Fama, via do palco três importantes companheiros de Yankees: Jorge Posada, Derek Jeter e Andy Pettite. Ele brincou com o fato de ser o último a falar e aproveitou para, sorrindo, pedir desculpas ao filho Mariano Jr. por perder muitos de seus aniversários, que ocorrem em outubro, mês dos playoffs da MLB. Rivera ainda recordou seu passado com os Bronx Bombers. “É um privilégio e uma honra ter feito parte dessa franquia. Eu fiz isso com dignidade, honra e orgulho. Eu tentei carregar as listras (no uniforme dos Yankees) do melhor jeito possível. Acho que eu fiz tudo certo”, concluiu o mais vitorioso closer da história da Major League Baseball.
Crédito das imagens: Reprodução/Twitter Hall da Fama do Beisebol