Às vésperas do Spring Training, clima esquenta nos bastidores da MLB
Ainda sem solução para agentes livres, diálogo entre partes envolvidas ganha contornos de tensão
O Spring Training, com início previsto para o dia 23 de fevereiro, está cada vez mais próximo. E alguns atletas de peso que estão na condição de agente livre (Yu Darvish, J.D. Martinez, Jake Arrieta, entre outros) seguem sem saber em qual(is) time(s) atuarão em 2018. A situação é tão fora do normal, que começou a ser aventada a possibilidade de um boicote ao período que antecede a temporada regular da MLB.
Apesar da offseason e do período de free agency estarem em um ritmo bem lento (quase que “congelados”), o mesmo não pode ser dito do diálogo entre as partes envolvidas no assunto – principalmente a MLB e a MLBPA. Recentes declarações das duas organizações mostraram que uma solução para este delicado assunto pode não estar tão próxima assim.
Tom Clark, diretor executivo da Associação de Jogadores da MLB, teceu críticas ao que ele chamou de “corrida para o fundo”. Em um comunicado divulgado pela MLBPA nesta terça-feira (6/2), Clark afirma que “esta conduta é uma violação fundamental da confiança entre uma equipe e seus fãs, ameaçando a própria integridade do nosso jogo”.
Statement of #MLBPA Executive Director Tony Clark Regarding the Integrity of the Game
Declaración del Director Ejecutivo de MLBPA Tony Clark Sobre la Integridad del Deportehttps://t.co/CMcTq09D3m pic.twitter.com/AkBDLgNpM2
— MLBPA (@MLBPA) February 6, 2018
Outro personagem diretamente envolvido no assunto “agentes livres” é o agente Scott Boras – que trata dos interesses de J.D. Martinez, Jake Arrieta e Eric Hosmer. Boras, segundo informações do repórter do site FanRag Sports Jon Heyman, soltou o verbo e disse:
“Acho interessante que o escritório da liga possa afirmar como fato de que os agentes livres de idade têm ofertas de ‘nove figuras’ [nove dígitos], uma vez que o CBA exige que as equipes não compartilhem esse tipo de informação. Também estou curioso como uma declaração pública comunicando todas as equipes sobre ofertas na mesa e jogadores pedindo muito dinheiro, de um escritório central que supervisiona, coordena e representa as 30 equipes, é diferente do infame ‘banco de informações’ [que reunia e disseminava informações sobre ofertas feitas a agentes livres] nos anos 1980”. Em outras palavras, Scott acusa a existência de um conluio na MLB.
Mas, o que a liga teria a dizer sobre tais declarações?
Dan Halem, executivo da liga, veio a público com uma resposta em tom agressivo para as acusações de Boras. De acordo com Jon Heyman, Halem deixou claro que “se o Sr. Boras gastou tanto tempo em conseguir que seus jogadores assinassem, emitindo declarações inflamatórias e sem fundamentos para a imprensa, talvez os eventos desta temporada fossem diferentes”.
Além disso, a MLB também mandou um recado para aqueles agentes que não responderam às mudanças do mercado, conforme divulgado por Ryan Fagan, do site Sporting News:
“É comum neste ponto do calendário ter um grande número de agentes livres sem contrato assinado. O incomum é termos alguns dos melhores agentes livres sem contrato mesmo com ofertas substanciais, algumas com nove dígitos. É responsabilidade dos agentes dos jogadores valorizar seus clientes em um mercado de agentes livres em constante mudança, baseado em fatores como demanda posicional, análise avançada e o impacto do novo Acordo Básico. Responsabilizar os clubes pelo fracasso de alguns agentes em avaliar com precisão o mercado é injusto, injustificado e inflamatório”.
"This is your fault, Mr. Boras."
– MLB, basically pic.twitter.com/nj04wO7MQO
— Ryan Fagan (@ryanfagan) February 6, 2018
Por fim, a liga contestou a avaliação de Tony Clark e reforçou: “Nossos clubes estão empenhados em colocar um produto vencedor no campo para seus fãs. Os proprietários possuem equipes por um motivo: eles querem ganhar. Sempre foi verdade que os clubes passaram por estratégias cíclicas e plurianuais direcionadas para ganhar”.
Foto: Divulgação/MLB