Donovan Mitchell teve uma das atuações mais espetaculares para um calouro na história dos Playoffs da NBA
Mitchell teve grande destaque na temporada com o Jazz, mas cresceu ainda mais na pós-temporada
O Utah Jazz foi eliminado na terça-feira, 8, pelo Houston Rockets na semifinal da Conferência Oeste, perdendo a série por 4-1. Mas isso não tira o mérito da equipe nesta temporada. O time conquistou a sua segunda classificação consecutiva à pós-temporada ocupando a quinta posição do Oeste, possuindo uma das melhores equipes da liga em Simple Rating System (SRS) e a defesa foi a que menos cedeu pontos na temporada regular, empatada com o San Antonio Spurs.
Os comandados de Quin Snyder tiveram como ponto forte em 2017-18 as grandes sequências de vitórias, principalmente durante o período de 17 de janeiro a 14 de fevereiro, quando o time conquistou 11 triunfos consecutivos, o que colocou Utah de vez na briga pelos playoffs.
Na pós-temporada, o Jazz venceu muito bem o confronto da primeira rodada contra o Oklahoma City Thunder, diminuindo bastante o ritmo ofensivo de OKC: o time do Thunder anotou 110,7 pontos por 100 posses na temporada, a sétima maior marca da NBA, mas foi eliminado com offensive rating de apenas 104,1.
Um dos principais responsáveis pelos grandes feitos de Utah durante o ano foi o novato Donovan Mitchell. O ala-armador selecionado pelo Denver Nuggets, mas trocado para o Jazz por Tyler Lydon e Trey Lyles, começou a temporada praticamente como reserva, sendo titular em apenas três das primeiras 11 partidas. A partir da quarta partida do time, o calouro começou a mostrar o seu valor: nos oito jogos em que esteve em quadra entre o final de outubro e o início de novembro, Mitchell fez mais de 15 pontos em cinco – e em três ultrapassou a marca dos 20.
De lá para cá, Mitchell terminou a temporada regular como o cestinha do Utah Jazz no ano, fazendo 20,5 pontos por partida, a 25ª maior média da liga no geral, além de ser o primeiro na equipe também na média de arremessos de quadra convertidos, estando no top 25 da NBA nesse quesito.
O impacto de Donovan Mitchell é grande também se comparado com os outros rookies. Ele ocupa a primeira posição entre os estreantes marcando pontos, média 4,4 superior a do segundo colocado no ranking, Kyle Kuzma (16,1) e cerca de 29,7% a mais do que Ben Simmons, terceiro melhor novato pontuando (15,8). Mitchell também possui o sétimo maior aproveitamento nos chutes, sendo o jogador de primeira temporada com mais tentativas certas (7,5 arremessos de quadra convertidos de média), e também é um dos mais precisos na linha do lance-livre.
O shooting guard novato melhorou ainda mais na pós-temporada. Mitchell teve média de pontos 19% maior do que ele anotou na fase de classificação. O jogador do Utah Jazz possui também uma das maiores médias de arremessos de quadra convertidos (9,3). A maior evolução dele nos 11 jogos em que esteve em quadra na pós-temporada foi na porcentagem de lances-livres: durante os 82 jogos da temporada regular, ele acertou de 80,5% das tentativas e na fase final da NBA, converteu 90,7%, crescimento de 12,7% nos playoffs.
Spider, como é apelidado, fez história nos playoffs, com a oitava melhor média de pontos feita por um calouro. Para se ter ideia, Mitchell anotou mais pontos como novato do que outros importantes jogadores da National Basketball Associaton: Jerry West (22,9), Larry Bird (21,3), Magic Johnson (18,3) – é apenas uma comparação estatística, porém mostra a proporção do impacto das atuações do calouro do Jazz. O próximo jogador nessa lista no século XXI foi Derrick Rose, com 19,7 pontos por partida na temporada 2008-09, ocupando a 26ª colocação nessa lista.
Das 11 partidas disputadas por Donovan Mitchell nesta pós-temporada, ele superou a marca de 20 pontos em nove, com direito a dois jogos com mais de 30 pontos, nos jogos 4 e 6 da série contra o Oklahoma City Thunder.
A temporada 2017-18 acabou para Donovan Mitchell, porém ele demonstrou ser um dos melhores novatos na história da pós-temporada da NBA, e ele poderia ser um forte candidato ao Rookie of the Year se a performance dele nos playoffs pudesse contar na votação. Não dá para saber se ele vai ganhar a premiação, já que o calouro dos 76ers Ben Simmons é o mais cotado, no entanto, uma coisa é certa: o futuro de Utah será muito promissor com ele.
*Por Luís Martinelli
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(Fotos: Reprodução Twitter/Utah Jazz)