Chegou a hora da decisão na Liga Nacional. Buscando o bicampeonato para lutar pela World Series que fugiu em 2017, o Los Angeles Dodgers volta à National League Championship Series – NLCS e, uma vez mais, a disputa é contra um representante da Divisão Central mas, ao contrário do Chicago Cubs, os adversários da franquia da Califórnia chegam de Wisconsin. O Milwaukee Brewers montou, aos poucos, uma ótima equipe para retornar à World Series após 36 anos de ausência.

Os dois times precisaram de um ‘jogo 163’ para definir o título das respectivas divisões, e os Brewers chegam com moral, já que somaram a melhor campanha da NL e conquistou o direito de fazer o jogo e um eventual jogo 7 em casa. Os Dodgers, que sofreram com uma oscilação grande na primeira metade da temporada, precisarão de ao menos uma vitória no Miller Park, que viveu dias de glória na série contra o Colorado Rockies, para disputar novamente a World Series.

Os dois lineups são muito fortes, com opções que podem decidir o jogo a qualquer momento, mas o que chama a atenção é a diferença na gestão dos grupos de arremessadores: enquanto Dave Roberts aposta bastante nos titulares, já que o miolo do bullpen demonstrou ser vulnerável, Craig Counsell tem ótimos relievers, mas sofre com a falta de abridores, a tal ponto que um ‘bullpen game’ é cogitado. Chega de lenga-lenga, vamos à análise da emocionante NLCS.

LOS ANGELES DODGERS X MILWAUKEE BREWERS

Uma franquia acostumada aos grandes jogos, um time animado com uma oportunidade rara. Os Brewers chegam empolgados após dominar de forma incrível os Rockies, impedindo que o rival anotasse em 27 dos 28 innings da NLDS resolvida em três jogos. Os Dodgers precisaram de uma partida a mais, mas a tranquilidade oriunda dos arremessadores titulares era grande: Hyun-Jin Ryu e Clayton Kershaw passaram ilesos pelos dois primeiros jogos da série vencida por 3 a 1.

Kershaw será o titular da franquia de Los Angeles no jogo 1 e, dependendo do desenrolar da série, pode aparecer em até três partidas, voltando ao montinho no quarto e sétimo duelos. Ryu deve ser utilizado no jogo 3, com Rich Hill ou Walker Buehler atuando no jogo 2. Do outro lado, a falta de nomes sólidos na rotação deixa tudo embaralhado, mas Gio Gonzalez foi escolhido para o jogo 1, com Wade Miley no 2 e Jhoulys Chacin é o nome para o jogo 3.

Os Brewers demoraram para essa definição, sabendo do poderio do ataque adversário. São tantas opções que o nível segue muito parecido contra arremessadores canhotos ou destros. Imaginando um titular que use o braço direito, Roberts poderia guardar no banco, para uso em situações decisivas, nomes como Max Muncy, Joc Pederson e Yasiel Puig. Se um canhoto abre o jogo, o manager pode colocar esse trio e guardar David Freese, Chris Taylor e Matt Kemp, por exemplo.

O lineup dos Brewers não é tão versátil, mas impressiona pelo ótimo desempenho em 2018. Christian Yelich chegou para ser ‘apenas’ o favorito ao prêmio de MVP da Liga Nacional, Lorenzo Cain retornou para acrescentar velocidade no começo da ordem, Jesus Aguilar apareceu de repente para dar segurança à primeira base, e o veterano Ryan Braun segue muito perigoso. Entre as opções de banco, Jonathan Schoop, o veterano Curtis Granderson e Hernan Perez.

(Foto: Reprodução Facebook / Los Angeles Dodgers)

EM QUEM FICAR DE OLHO

No caso dos Brewers, a resposta é clara: Christian Yelich chegou em ótima forma aos playoffs, e deu um show nos três jogos contra os Rockies: se somou apenas duas rebatidas, ele conseguiu seis bases por bolas, chegando em base em 57,1% das oportunidades. Foram quatro corridas anotadas, duas bases roubadas e um papel decisivo na varrida. Travis Shaw e Mike Moustakas também foram bem, com aproveitamento superior a 35% no bastão e, no caso de Moustakas, a rebatida decisiva para garantir a vitória no jogo 1.

O ótimo desempenho do grupo de arremessadores na série faz com que o ideal seja destacar o mais talentoso reliever dos Brewers. Escolhido para o All-Star Game de 2018, Josh Hader é extremamente versátil, e Counsell o utiliza nos momentos de maior tensão, seja no meio do jogo ou para um longo save. É difícil até rebater contra o canhoto, que impressionou na temporada regular com 143 strikeouts em apenas 81 1/3 innings, o que dá uma média de quase 16 strikeouts por nove entradas.

Quando as palavras arremessador e Dodgers são colocadas na mesma frase, o resultado é Clayton Kershaw. Brilhante nos últimos anos, ele superou as lesões e voltou forte em 2018, decidido a mostrar que a lenda de ‘pipoqueiro’ em playoffs é falsa. Mais uma prova veio no jogo 2 contra os Braves, com oito entradas em que cedeu apenas duas rebatidas e nenhuma corrida. O novo Kershaw, que aposta mais no contato ruim e reduziu o número de strikeouts em prol de uma polidez maior, terá nova prova contra o forte lineup de Milwaukee.

Entre os rebatedores do time de Dave Roberts, os melhores na NLDS foram Justin Turner e Max Muncy, mas por razões diferentes: o primeiro conseguiu cinco rebatidas em 14 at-bats e, com quatro walks, chegou em base em 50% das oportunidades, anotando duas vezes. Muncy teve um aproveitamento ruim, conseguiu apenas duas rebatidas, mas ambas voaram por cima do muro, e o surpreendente infielder anotou quatro corridas, impulsionou quatro e ainda roubou uma base.

(Foto: Reprodução Twitter/MLB)

A SÉRIE

Jogo 1 – Los Angeles Dodgers @ Milwaukee Brewers (Miller Park, 12/10, 21h10)

Jogo 2 – Los Angeles Dodgers @ Milwaukee Brewers (Miller Park, 13/10, 17h10)

Jogo 3 – Milwaukee Brewers @ Los Angeles Dodgers (Dodger Stadium, 15/10, 20h40)

Jogo 4 – Milwaukee Brewers @ Los Angeles Dodgers (Dodger Stadium, 16/10, 22h10)

Jogo 5 – Milwaukee Brewers @ Los Angeles Dodgers (Dodger Stadium, 17/10, 18h05) *Se necessário

Jogo 6 – Los Angeles Dodgers @ Milwaukee Brewers (Miller Park, 19/10, 21h40) *Se necessário

Jogo 7 – Los Angeles Dodgers @ Milwaukee Brewers (Miller Park, 20/10, 22h10) *Se necessário

PALPITE: Brewers em 7 jogos

Com dois ótimos lineups, a possibilidade de a série ser definida pelos arremessadores é grande, e a balança pende um pouco mais para Milwaukee porque, se os Dodgers confiam mais nos titulares, especialmente Kershaw e Ryu, os relievers dos Brewers equiparam a disputa e podem ser utilizados em dias seguidos, especialmente com as folgas após os jogos 2 e 5. Fazer a sétima partida em casa também pesa no leve favoritismo do time da NL Central.

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