[PRÉVIA] NBA 2018-2019: Divisão Sudeste
Wizards e Heat seguem favoritos, Hawks e Magic continuam em reconstrução e Hornets buscam consistência com coadjuvantes
Após ter sido representada pelo Miami Heat e Washington Wizards nos últimos playoffs, a Divisão Sudeste da NBA não deve ter grandes surpresas em 2018-19. O Charlotte Hornets pode beliscar uma vaga, mas precisa de mais do que apenas Kemba Walker para isso. Já Atlanta Hawks e Orlando Magic seguem na reconstrução do elenco, em busca de dias melhores – que dificilmente virão em 2018-19.
Sexto colocado no Leste na temporada passada, o Miami Heat não fez grandes movimentos durante a offseason e espera que Hassan Whiteside volte a atuar no alto nível que mostrou ter alguns anos atrás. No sul da Flórida, o grande destaque de 2018-19 será a despedida de Dwyane Wade, que já anunciou que esta será sua última temporada.
Já na capital americana, os Wizards, oitavos em 2017-18, mantêm a confiança em sua dupla de armadores, John Wall e Bradley Beal e contam com um elenco com mais profundidade para alçar vôos mais altos neste ano. A chegada de Dwight Howard e a evolução de Otto Porter Jr. e Kelly Oubre Jr. serão fundamentais para os planos da equipe, que tem potencial para estar entre as quatro melhores da Conferência Leste.
Quem ainda pode surpreender é o Charlotte Hornets, de Kemba Walker. O armador agora terá Tony Parker vindo do banco, além de toda a intensidade de Bismack Biyombo. Essa combinação pode fazer a equipe superar as 36 vitórias que alcançaram na última temporada e, quem sabe, disputar uma vaga nos playoffs.
Atlanta Hawks e Orlando Magic seguem na reconstrução de seus elencos e parecem estar no caminho correto. Em Atlanta, Travis Schlenk traz na bagagem a experiência adquirida na montagem do elenco do Golden State Warriors, tanto que selecionou o ótimo prospecto Trae Young, da Universidade de Oklahoma. Uma escolha depois, o Magic draftou o pivô Mohamed Bamba, da Universidade do Texas, outro atleta que gera muita expectativa na liga. Mas, é difícil imaginar uma campanha de mais de 30 vitórias para ambas as equipes.
Confira abaixo a previsão do The Playoffs para as equipes da Divisão Sudeste.
ATLANTA HAWKS
É tempo de renovação em Atlanta – em todas as partes. Começamos olhando para o general manager do time: Travis Schlenk, conhecido por construir a base do atualmente vitorioso (e quase imbatível) Golden State Warriors, assumiu as rédeas da franquia no começo da temporada passada e já começa a deixar clara a sua influência na montagem do elenco (qualquer semelhança com a ex-franquia não é mera coincidência).
Descendo um nível, temos o head coach: Lloyd Pierce tem a sua primeira experiência no comando técnico de uma equipe, após estar desde a temporada 2014-15 como assistente do Philadelphia 76ers. A decisão de trazer Pierce parece ter sido acertada, uma vez que o head coach terá um elenco bastante jovem e em reconstrução em suas mãos – algo que ele viu de perto durante o processo de Joel Embiid e Ben Simmons em Philadelphia.
Com Trae Young como principal aposta, o provável quinteto titular dos Hawks tem média de 24,6 anos de idade (nenhum na casa dos 30). Essa juventude deixa claro o caminho de reconstrução que a equipe está percorrendo. Alguns nomes que eram a cara da franquia não estão mais por lá, como o alemão Dennis Schroeder.
Para balancear, a equipe conta com alguns atletas mais experientes vindos do banco. Um deles é Jeremy Lin, que pode ensinar muito para Young, principalmente a como lidar com altas expectativas (basta lembrar do “Linsanity” algumas temporadas atrás). Mas, principalmente, Vince Carter, o jogador mais velho ainda em atuação na liga, pode contribuir bastante na evolução deste jovem elenco.
Toda essa juventude combinada deve dar bons frutos. Nomes como Taurean Prince e, principalmente Trae Young e John Collins devem brilhar muito nos próximos anos na liga, mas acreditar que apareçam já nesta temporada é ainda muito precoce. No momento, a equipe precisará se adaptar ao novo head coach e os jovens atletas precisam entrar no ritmo da NBA. Por isso, é difícil acreditar numa temporada de mais de 30 vitórias da franquia de Atlanta.
Resultados 2017/2018: 24-58 (27ª melhor campanha no geral)
Provável quinteto titular: Trae Young, Kent Bazemore, Dwayne Dedmon, Taurean Prince e John Collins
Briga por: reconstrução do elenco
(Foto: Reprodução Twitter / Oklahoma Basketball)
CHARLOTTE HORNETS
Os Hornets precisam encontrar a consistência para chegar mais longe em 2018-19. Com duas temporadas seguidas com campanhas de 36 vitórias, a equipe busca em Kemba Walker a liderança para colocar o elenco no caminho do sucesso. Além disso, esta pode ser a chance final de atletas como Cody Zeller e Michael Kidd-Gilchrist mostrarem o valor esperado na liga.
Walker tem médias de mais de 20 pontos por partida nas últimas três temporadas, se mostrando como a principal arma da franquia. Mas, as constantes especulações de troca do armador podem tirar a concentração das quadras. Para 2018-19, mais uma vez, o futuro de Kemba ainda é incerto. Ao lado dele como símbolo de consistência em quadra, Nicolas Batum tem a capacidade de melhorar os atletas que jogam ao lado dele e deve continuar sendo fundamental para a franquia de Charlotte em 2018-19.
Mas, o principal nome que precisa mostrar evolução nessa temporada é o pivô Cody Zeller. Quarta escolha do Draft de 2013, Zeller teve apenas 33 partidas em 2017-18, todas saindo do banco, dividindo o tempo de quadra com Dwight Howard (que deixou a franquia durante a offseason). Mas, as médias de apenas 7,1 pontos e 5,4 rebotes foram as piores desde a sua temporada de calouro. Com a saída do “superman”, os Hornets precisam que o pivô suba seu nível de atuação e cumpra as expectativas caso queiram buscar algo a mais nesta temporada.
Tudo isso será baseado no plano de jogo de um novo head coach. James Borrego, ex-assistente técnico de Gregg Popovich, do San Antonio Spurs, chega para comandar a franquia a partir desta temporada. Em 2014-15, Borrego teve 30 jogos na NBA, quando assumiu interinamente o comando técnico do Orlando Magic e acumula 10 vitórias e 20 derrotas.
Junto a Borrego, Tony Parker veio também de San Antonio e, mesmo que esteja longe de seu auge, será importante vindo do banco, para comandar a segunda unidade. Além disso, poderá ajudar Borrego a colocar o plano de jogo em prática, uma vez que ambos trabalharam juntos nas últimas três temporadas.
Com as peças funcionando e o novo head coach mostrando química com o elenco (principalmente com Walker), é possível acreditar numa campanha melhor do que a obtida na temporada passada.
Resultados 2017/2018: 36-46 (20ª melhor campanha no geral)
Provável quinteto titular: Kemba Walker, Nicolas Batum, Michael Kidd-Gilchrist, Marvin Williams e Cody Zeller
Briga por: vaga nos playoffs
(Foto: Facebook Kemba Walker)
MIAMI HEAT
A temporada do Heat será a temporada de Dwyane Wade. O futuro membro do Hall da Fama da NBA anunciou recentemente que esta será a sua última, comentando ainda que gostaria de poder dizer adeus, oficialmente, aos fãs. Desta forma, temos muita emoção garantida em todos os jogos da franquia em 2018-19. Ao seu lado, Udonis Haslem, eterno parceiro de Wade e ala-pivô da franquia desde 2003-04 (mesmo Draft do ala-armador) também deve se retirar das quadras após 2018-19.
Se de um lado da quadra, na temporada passada, o Miami Heat não converteu muitos pontos, tendo, em média, 103,4 por jogo (23º melhor ataque da liga), do outro o head coach Erik Spoesltra não tem do que reclamar. A defesa de Miami foi a quarta melhor da liga, permitindo, em média, 102,9 pontos por partida. Este desempenho defensivo tem muita influência do técnico, que foi muito criticado no início de seu trabalho, mas hoje é considerado um dos melhores da liga.
Outra parte da boa atuação defensiva tem sua explicação em um jogador: Josh Richardson. Ao lado de Justise Winslow, Richardson é, provavelmente, o melhor defensor da equipe. Além disso, em 2017-18 o ala mostrou bastante consistência no ataque, anotando quase 13 pontos em média, nas 81 partidas que esteve em quadra na temporada (todas como titular). Além dele, James Johnson também se mostrou um líder da equipe em quadra, principalmente nos playoffs, quando liderou a equipe em assistências, foi o segundo melhor “reboteiro” e o quarto melhor pontuador.
No comando da equipe, o armador Goran Dragic teve no Heat as melhores temporadas de sua carreira, conquistando uma vaga no All-Star Game do ano passado, pela primeira vez em seus dez anos na liga. A inteligência que o esloveno mostra no comando do ataque será fundamental mais uma vez para as ambições da equipe.
Uma decepção da última temporada foi Hassan Whiteside. O pivô teve ótimos números em 2016-17, com mais de 14 rebotes em média por jogo. Mas, em 2017-18, Whiteside teve apenas 54 partidas durante a temporada regular e suas médias baixaram para 14 pontos e 11 rebotes. Com um salário de US$ 25,4 milhões em 2018-19 e US$ 27 milhões em 2019-20, não é difícil imaginar que o nome do pivô vem sendo mencionado em possibilidades de trocas no Heat – mas, convencer outras equipes a ter Hassan no elenco não é uma tarefa das mais fáceis.
Toda a emoção da despedida de Wade, somada à evolução do desempenho de algumas peças e ao retorno de Dion Waiters, após lesão que o tirou de toda a temporada passada, fazem os torcedores do Heat sonharem novamente com vaga nos playoffs em 2018-19, afinal, nada mais justo para a temporada de despedida de Dwyane Wade, não é?
Resultados 2017/2018: 44-38 (15ª melhor campanha no geral)
Provável quinteto titular: Goran Dragic, Josh Richardson (ou Dwyane Wade), Justise Winslow, James Johnson e Hassan Whiteside
Briga por: vaga nos playoffs
(Foto: Divulgação/NBA)
ORLANDO MAGIC
As últimas temporadas vêm sendo bastante complicadas para os torcedores do Orlando Magic. Desde 2012-13 a equipe não tem uma campanha positiva – e apenas em 2015-16 passou das 30 vitórias. Mas, o processo de reconstrução da equipe parece ter encontrado, de uma vez por todas, um caminho correto. Com um novo head coach e um elenco jovem, recheado de atletas em desenvolvimento, o Magic pode estar dando os primeiros passos para voltar a ter campanhas positivas.
Steve Clifford será o comandante da equipe, substituindo Frank Vogel. Na NBA desde 2000-01, quando foi assistente técnico do New York Knicks, Clifford esteve à frente do Charlotte Hornets nas últimas cinco temporadas.
O provável quinteto titular da equipe também é bastante jovem, com média de 25,6 anos. Muito disso, responsabilidade do ala Aaron Gordon, principal estrela do time, de apenas 23 anos. Gordon mostrou uma grande evolução na última temporada (17,6 pontos, 7,9 rebotes e 2,3 assistências), comprovando que pode ser a peça-chave para a montagem da franquia nos próximos anos. O Magic também parece acreditar nisso, tanto que renovou o contrato do atleta logo no início da offseason, por quatro anos e US$ 76 milhões.
Outra peça que deve ser fundamental para o desenvolvimento da franquia é Mohamed Bamba. O pivô vindo da Universidade do Texas foi escolhido na 6ª posição do Draft e se destacou principalmente por sua envergadura – a maior da história do Draft da NBA. Além disso, se tem uma coisa que não podemos duvidar são das escolhas de pivôs feitas pelo Magic – principalmente em momentos de reconstrução. Para não voltar muito tempo, basta lembrar de 2004, quando a franquia escolheu Dwight Howard.
Com tantas jovens promessas (nem citamos outra delas, o Jonathan Isaac, sexta escolha do Draft do ano passado), é possível enxergar um futuro promissor para a franquia, com uma reconstrução sendo feita de maneira gradativa. Mas, é difícil imaginar a equipe sendo bem sucedida já nesta temporada.
Resultados 2017/2018: 25-57 (25ª melhor campanha no geral)
Provável quinteto titular: Jerian Grant, Evan Fournier, Terrence Ross, Aaron Gordon e Nikola Vucevic
Briga por: reconstrução da equipe
WASHINGTON WIZARDS
Provavelmente a melhor equipe da divisão para esta temporada, os Wizards precisam mostrar que podem ser tão competitivos quando prometem. A dupla John Wall e Bradley Beal já provou seu valor, mas a contínua evolução de Otto Porter Jr. e Kelly Oubre Jr. pode ser o fator que faltava para a equipe ser vitoriosa, principalmente na pós-temporada. Além disso, a chegada de Dwight Howard é fundamental para dar força ao garrafão.
Sabemos que o pivô está longe de sua melhor forma, mas, mesmo assim, Howard chama a atenção e é quase uma garantia de um duplo-duplo todo jogo. Vale lembrar que desde que saiu do Orlando Magic, mesmo pulando de franquia em franquia, tem médias de 15,9 pontos e 12,1 rebotes por jogo, forçando as defesas adversárias a darem atenção especial ao garrafão.
Com Howard colado na tabela e a dupla Wall e Beal no perímetro, os Wizards são muito perigosos no ataque. Além deles, outra peça fundamental no elenco é Otto Porter Jr., que mostrou evolução em todas as suas cinco temporadas na liga até aqui. Em 2017-18 o atleta teve médias de 14,7 pontos e 6,4 rebotes, além de um ótimo aproveitamento de 44% dos arremessos de três pontos.
Os Wizards conseguiram ainda aumentar as suas opções no banco de reservas, mesmo com a saída de Marcin Gortat e Mike Scott. A equipe assinou com o experiente Jeff Green, importantíssimo no elenco do Cleveland Cavaliers na última temporada, e com Austin Rivers, vindo do Los Angeles Clippers.
Mesmo com alguns egos difíceis de lidar, é importante lembrar que todas estas armas estão nas mãos de um dos melhores técnicos da liga. Scott Brooks faz um trabalho formidável no comando da franquia desde 2016-17 e tem nesta temporada a oportunidade de ficar entre as quatro melhores da Conferência Leste.
Com a saída de LeBron James, o topo da conferência deverá ficar entre Boston Celtics, Philadelphia 76ers e Toronto Raptors. Mas, a quarta posição, que garante o mando de quadra na primeira rodada dos playoffs, nunca ficou tão possível para a franquia de Washington. Assim, o torcedor pode se empolgar: os Wizards podem ter a sua melhor campanha das últimas temporadas e, com sorte, até beliscar uma vaga na final de Conferência Leste.
Resultados 2017/2018: 43-39 (17ª melhor campanha no geral)
Provável quinteto titular: John Wall, Bradley Beal, Otto Porter Jr., Markieff Morris e Dwight Howard
Briga por: Mando de quadra nos playoffs
(Crédito da foto: Reprodução Twitter/Washington Wizards)
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