Entenda o Hack-a-Jordan e seus diferentes pontos de vista
Artimanha usada por Spurs (e todos os times) para explorar deficiência de pivô dos Clippers gera discussão na NBA; opine!
No basquetebol, toda falta de um jogador sobre outro jogador, passível de lance livre, deve ser batida pelo próprio jogador que a sofreu. Posto isso, abriu-se uma brecha para que as equipes, em um ato de “malandragem”, utilizassem esse artifício para fazerem faltas intencionais em jogadores que têm baixo percentual de acerto em lances livres, essa artimanha é chamada de hack.
O hack ganhou notoriedade quando foi aplicada no pivô e grande estrela da NBA Shaquille O’Neal em meados dos anos 2000. Ali virou Hack-a-Shaq. Seu aproveitamento em lances livres era de pouco mais de 52%, ou seja, na teoria, nos dois lances livres, ele fazia um e errava outro. O que levava seu time a pontuar apenas 1 ponto por ataque, enquanto o outro time, também em teoria, faria 2 ou 3.
O nome informal do truque, veio de O’Neal. E ao longo do tempo, foi batizando todos os jogadores que sofriam o hack. Atualmente o nome em discussão neste início de Playoffs da NBA, é o do pivô do Los Angeles Clippers DeAndre Jordan, vítima do Hack-a-Jordan. Com ótimas atuações com a bola “quicando”, ele terminou a temporada regular com apenas 39,7% de aproveitamento em lances livres; um número muito pior que de seu predecessor, Shaq, o qual também teve atritos durante a carreira ao enfrentar o San Antonio Spurs, de Gregg Popovich, que hoje, usa a tática em Jordan sem pudor.
E a discussão começa a partir daqui. Vamos aos diferentes pontos de vista da estratégia de uso do Hack-a-Jordan ou Hack-quem-for:
– Os pontos negativos para quem assiste o jogo ficam claros ao observar que a estratégia fere os princípios do espírito esportivo, que nada mais é, ter um vencedor em condições iguais de jogo. Segundo, é completamente massivo ao espectador, pois o relógio de jogo não flui normalmente. E ainda, por mais que a regra permitida, ninguém gosta de ver uma artimanha imoral e o jogo sem sua dinâmica natural.
– Para a equipe que comete, passa-se a sensação de que a defesa é frágil ao explorar isso. Mas é um artifício que vem sendo utilizado por muito tempo, inclusive nas temporadas regulares. E, pode dar certo no contexto de melhorar o saldo de pontos na partida e principalmente no fator de conseguir a vitória necessária. Mas além de contar com a insegurança dos fãs, o time fica pendurado em faltas, o que pode atrapalhar o desempenho.
– Vejo até pontos positivos para o time que sofre o hack. É ter seus jogadores de quadra sem se desgastarem e com a certeza de ter ataques que podem ser convertidos em pontos, em todo lance. Só depende do jogador que sofre, convertê-los. Além, de levar o jogo à outro patamar, o psicológico, que pode ser melhor trabalhado durante a temporada. Comprovado pela serenidade de DeAndre Jordan ao sofrer o hack nestes playoffs – já que passou por isso o ano todo. Só falta mesmo a ele melhorar nos arremessos, o que ainda parece estar longe.
Enquanto isso, preocupada com o excesso do Hack-a-Jordan nos Playoffs e na temporada, a NBA já se prepara para discutir uma mudança na regra para impedir isso já na próxima edição da Liga. Uma opção, a mais simples, seria ampliar a regra dos dois minutos finais para todo o jogo. No caso, qualquer falta entendida como intencional em determinado jogador, fora do lance da bola, é marcada como dois arremessos, e o time que sofreu a infração escolhe quem bate os lances livres e ainda fica com a posse de bola.
E você, leitor, o que acha do hack? Deve ser utilizado ou não? Se você fosse técnico, usaria esse artifício para conseguir vitórias? Você acha acha que a NBA deve intervir com mudanças na regra? – o que na minha opinião, se acontecer, irá ferir outro princípio moral, ao colocar um especialista para arremessar, coisa única no basquetebol de ter jogadores completos e não especializados.
O debate está aberto, enquanto isso, podemos acompanhar tudo que acontece nos playoffs da NBA aqui no The Playoffs, o seu mais completo portal de esportes americanos no Brasil. Até a próxima!
(Fotos: Reprodução/NBA.com e Flickr)