São Paulo sanciona ‘dia do futebol americano’ e anima dirigentes
Proposta do deputado Wellington Moura (PRB) foi aprovada unanimamente e sancionada pelo governador Geraldo Alckmin
Foi publicado no Diário Oficial do Estado de São Paulo, em 2 de junho, a aprovação da Lei 16.239/2016 que instaura 5 março como o “Dia do Futebol Americano”. O projeto foi criado pelo deputado Wellington Moura (PRB) em outubro do ano passado, aprovado de forma unânime pela Assembléia Legislativa e promulgada pelo governador Geraldo Alckmin na última semana.
“Nunca tinha ido a um jogo de futebol americano antes, não conhecia as regras, não conhecia nada. Achei um esporte muito interessante. Vi quantas pessoas e quantas famílias são interessadas por esse jogo”, revelou o parlamentar ao jornal O Estado de S. Paulo.
Wellington também é presidente da Comissão de Assuntos Desportivos da Assembléia Legislativa de São Paulo. Segundo ele, a sequência do projeto é a realização de eventos por todo o Estado e também na capital. Para tanto, procurará entrar em contato com a Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) e as secretarias de Cultura e Esporte estadual e municipal.
A iniciativa paulista surpreendeu Guto Sousa, presidente da CBFA, principalmente por se tratar de um decreto estadual. “Eventualmente, algumas prefeituras ajudam os clubes. No interior de São Paulo tem bastante, nos Estados da região Sul também. Esse apoio varia muito, desde uma simples cessão de campos para treinamentos ou locais para fazer os jogos, até o patrocínio do clube”.
Os principais casos de ajuda de Estados são observados no Mato Grosso e na Paraíba, onde os times têm demonstrado sucesso nos campeonatos nacionais. Por exemplo, o Cuiabá Arsenal já coleciona dois títulos e algumas participações em semifinais nos últimos anos; e o João Pessoa Espectros foi vice em 2014 e campeão em 2015 da Superliga Nacional.
O entendimento de Sousa é de que a lei não deve ser vista pelo poder público apenas como uma data comemorativa, mas que com ela sejam iniciadas, também em outros Estados, “ações para a prática, valorização e uso da modalidade para inclusão social. Assim, a tendência de ajudar a desenvolver, profissionalizar e tudo mais vai ser sempre maior”.
Na mesma linha, o ex-técnico da seleção brasileira masculina de FA Danilo Muller espera que a ação traga visibilidade ao esporte. “Não tenho conhecimento de nenhuma ajuda do governo, à exceção das cidades do interior. Aqui na capital, não temos nenhum apoio da prefeitura. Talvez com esse apoio estadual, as cidades, principalmente São Paulo, comecem a nos dar suporte e permitir o acesso a parques e campos, que é uma das grandes dificuldades dos clubes.”
Os times de futebol americano geralmente são formados por 60 jogadores e nem sempre conseguem locais específicos para os treinos. Outros contam até com equipes femininas de flag football, o que limita ainda mais os lugares. “Os espaços públicos [para prática de esportes] deveriam receber todas as modalidades, mas infelizmente aqui no Brasil é aberto apenas ao futebol. Qualquer outro esporte tem que esperar ou até não tem vez”, lamenta Eduardo Veronesi, diretor de marketing e comunicação do Mooca Destroyers, time que fundou ao lado de cinco outros sócios.
Futuro promissor
Iniciativas recentes das ligas pelo Brasil fazem com que 2016 seja um ano promissor para o futebol americano brasileiro. No Rio Grande do Sul, a decisão estadual será no estádio Beira Rio, em junho. Em Minas Gerais a iniciativa também foi adotada, e o Mineirão receberá a final do estado. Em São Paulo, foi criada recentemente a São Paulo Football League, que reúne alguns dos principais times e marcas do estado, também associadas ao futebol da bola redonda (como Santos, Palmeiras e Corinthians).
Além disso, no mais impactante dos acontecimentos de 2016, a CBFA aproveitou o fim do Torneio Touchdown para enfim unificar seu campeonato nacional com equipes de todo o País, anunciando a criação da Super Liga de FA, que terá início em 9 de julho.
(Foto 1: Divulgação/ São Paulo Storm – Foto 2: Divulgação ClippingCom/Junior Martins – Foto 3: Divulgação/Juventude FA/Viviane Harff)