Ícone do basquete brasileiro e médico, Marcel faz trabalho voluntário contra o coronavírus
Em entrevista, o medalhista de ouro no Pan de 1987 contra os EUA explicou como ajuda pacientes pelas redes sociais
Ídolo do basquete e diversas vezes campeão pelo Brasil, o ex-ala Marcel Ramon Ponikwar de Souza se aposentou das quadras como atleta há 26 anos, mas sua contribuição ao povo brasileiro segue irretocável até hoje. Realizando a maior cesta da carreira, mas agora fora das quatro linhas, o ex-jogador e médico, profissão em que se formou ainda durante a carreira esportiva, contou como vem ajudando no combate da pandemia pelo coronavírus, em entrevista ao site globoesporte.com.
Residente de Jundiaí, interior de São Paulo, Marcel, de 63 anos, disse que a iniciativa surgiu como forma de retribuição a todo carinho que recebeu como jogador e porque percebeu que as pessoas estavam com medo de ir até os hospitais. Com isso, ele ajuda a identificar os sintomas e tirar as dúvidas dos pacientes, mesmo a distância.
“Existe muito medo se aquele sintoma é necessário que a pessoa vá ao hospital, então auxílio na identificação (da doença Covid-19) e em tudo que é capaz de fazer através de mídia social”, explicou Marcel.
Além disso, ele diz também que não pôde trabalhar na linha de frente no combate da pandemia por dois motivos.
“Não estou na linha de frente no combate ao Covid por duas razões: a primeira porque tenho 63 anos de idade e sou do grupo de risco, a segunda porque tem gente que faz isso melhor do que eu. Não sou treinado para atender pessoas em estado de emergência, auxiliar nos procedimentos, então não consigo ajudar o máximo que posso”.
Marcel complementa que esse trabalho é fundamental, pois a aglomeração facilita a disseminação do vírus e ainda não existe um tratamento adequado.
“Essa pandemia tem dois grandes problemas. O primeiro é que a gente não sabe como ela transmite. A única coisa que a gente tem certeza é que aglomeração facilita a transmissão do vírus. Por isso que não se pode aglomerar. Faixa etária não é aquela que vinha sendo falada inicialmente”.
“O tratamento ainda não existe, então são feitos tratamentos para auxiliar. Talvez a vacina possa resolver nossos problemas, quando aparecer alguma coisa. O que os médicos têm feito é prolongar a vida dos pacientes em UTI para que eles possam desenvolver anticorpos que consigam combater a doença. Toda infecção viral é assim. O Brasil está com bom índice de cura e essa é a esperança para nós”, detalhou o doutor e ex-jogador da seleção brasileira.
Na medicina, o campeão mundial de clubes com o Esporte Clube Sírio em 1979 graduou-se na Faculdade de Medicina de Jundiaí, se especializando em Radiologia e Medicina da Família e da Comunidade. Além do trabalho voluntário atendendo pessoas com sintomas ou que tenham dúvidas sobre o coronavírus, ele stua em clínicas particulares na cidade do interior paulista como ultrassonografista.
Já na carreira esportiva, Marcel ostenta títulos e números impactantes em sua história. Foram mais de 35 anos de atividade no basquete, entre jogador e treinador (encerrou a carreira em 2014 no Clube Pinheiros), com participação em quatro olimpíadas: Moscou (1980), Los Angeles (1984), Seul (1988) e Barcelona (1992).
Ele jogou também cinco mundiais, com o bronze em 1978 e cinco Jogos Pan-Americanos, com direito ao inesquecível ouro em Indianápolis 1987, quando o Brasil venceu de maneira épica a seleção dos Estados Unidos, até então invicta dentro de seu território.
Além disso, foram 5.297 pontos marcados em 392 jogos, tornando-se o segundo maior cestinha brasileiro atrás apenas de Oscar Schmidt. Inclusive, foi o ex-companheiro um dos principais responsáveis por “viralizar” o seu belíssimo trabalho em postagem no Instagram, nesta sexta-feira (1). Homenagem mais que justa a um dos maiores nomes do esporte brasileiro!
https://www.instagram.com/p/B_pa6tHH_kp/?utm_source=ig_embed
Foto: Arquivo pessoal/ Marcel