RIO DE JANEIRO (RJ): Neste sábado, no Estádio do São Cristovão de Futebol e Regatas, zona norte da cidade, Flamengo Futebol Americano e João Pessoa Espectros se enfrentaram por uma vaga na final da Superliga Nacional. E quem saiu vitorioso foi a equipe rubro-negra carioca, com o placar de 25 a 10.

Em um duelo cercado de expectativa e ansiedade por jogadores e torcedores, os dois times proporcionaram um bom e equilibrado jogo de futebol americano aos presentes no Estádio Ronaldo Nazário de Lima. Com a vitória o Flamengo encara agora a equipe do Timbó Rex, na disputa do primeiro Brasil Bowl unificado, no dia 17/18 de dezembro.

O jogo

As duas equipes nunca se enfrentaram, apesar de alguns jogadores se conhecerem por causa das convocações da seleção brasileira (Brasil Onças). E com um bom público em uma tarde de sol no Rio de Janeiro, o jogo começou com os times especiais fazendo a diferença. Apoiados pela sua animada torcida que incentivou e fez muito barulho durante o jogo todo, o JP Espectros anotou os primeiros pontos da partida. Depois de um 3-and-out, o Flamengo foi para o punt. Este foi bloqueado e retornado pelo special team “fantasma” até a end zone.

Ainda se ajustando ao estilo de jogo do adversário, o Fla FA teve problemas com a defesa do time paraibano no primeiro período de jogo. Houve ainda outro field goal retornado para TD, mas foi anulado por falta na hora do snap. Já no fim do first quarter, o touchdown do Fla. Depois de uma campanha longa e com muitas faltas, o running back Felipe Florêncio correu para end zone e anotou 6 pontos para o time da casa.

As defesas e times de especialistas continuavam a ditar o ritmo do jogo. O QB do Flamengo, KC Frost foi interceptado pelo camisa #1 dos Espectros Karlos Cox, que por pouco não chegou à red zone. Logo após, já com o time pessoense coma posse de bola, sua tentativa de field goal foi bloqueada pelo defensive end do time rubro-negro Denis.

O quarterback do Flamengo sofreu um sack já perto do fim do primeiro tempo. Porém, com uma corrida longo de Florêncio e um passe para TD de Frost para o wide receiver Patrick, os anfitriões viraram a partida antes de intervalo.

Na volta do halftime, o equilíbrio continuou por um certo tempo. Logo na primeira posse de bola, o Flamengo teve um turnover on downs. O ataque do João Pessoa Espectros também sofreu com o time defensivo do Fla. Foram só 3 pontos anotados pelo time ofensivo dos visitantes no jogo inteiro.

A partir do fim do terceiro período, a equipe dos Espectros sofreu um TD em um retorno de kickoff de Florêncio. E chegando o quarto período, KC Frost anotou um touchdown terrestre, decretando a vitória do Fla e carimbando o passaporte para grande final contra o timbó Rex.

Entrevista

Ao fim da partida, o técnico do Flamengo FA, Otavio Roichman, conversou com o The Playoffs. Sobre a sensação de alcançar uma final inédita de Brasil Bowl, o head coach rubro-negro disse: “Estou me sentindo muito feliz, muito feliz mesmo. Era uma partida que nós esperávamos que fosse difícil, e foi difícil. Não é um time qualquer, é o atual campeão, nós temos que respeitar muito. Mas estou muito feliz pela atuação do time. Mais uma vez nós começamos tropeçando, conseguimos virar o jogo, dominar a partida. Os especialistas deles [Espectros] são muito bons. Os nossos também são muito bons, conseguimos bloquear punt. Nós equilibramos a partida aonde eles eram melhores e sobressaímos onde nós somos melhores”.

Em relação ao erros no início do confronto, Roichaman lembrou que as equipes nunca haviam jogado contra antes, e que isso é um fator importante. “Nós nunca tínhamos jogado contra eles, então no começo do jogo é muito estudo. Nesse momento, defesas se sobressaem aos ataques. Ataques não conseguem achar espaços e fica mais fácil pra defesa se impor. A partir do momento que nós aprendemos o que eles tinham preparado pra hoje, as jogadas começaram a funcionar. É um jogo de muita pressão. É o primeiro campeonato unificado, chegar na final inédita. É tudo muito grande”, disse o técnico.

Sobre o concorrente ao título de campeão brasileiro, o comandante rubro-negro vê o Timbó Rex como o adversário na decisão. “Independente do adversário, eu discordo um pouquinho sobre o [favoritismo] do Cuiabá Arsenal. Eu acho que o Timbó Rex e João Pessoa [Espectros] são as melhores, eles tem os títulos, então eles têm que ser sempre citados. Contra o Timbó Rex, o jogo seria no Rio de Janeiro. Eu não quero escolher adversário, mas obviamente jogar aqui e não precisar levar 60 pessoas para Cuiabá é um grande facilitador pra gente. Jogar em Cuiabá seria sensacional. Em uma arena de Copa do Mundo com público recorde seria muito legal. Dentro de campo não tem tanta diferença.É obvio que a viagem atrapalha, mas a gente tá muito acostumado a jogar fora. Quem for, pode  ter certeza que vai ser um grande jogo”, completou.

(Fotos: Pedro Franco/The Playoffs)