O Brasil não se intimidou por encarar o Canadá em Toronto. Mesmo nos domínios do adversário, a seleção comandada por Rúben Magnano teve uma noite fenomenal, deu um show e passou por cima dos canadenses em plena final dos Jogos Pan-Americanos. Dominando o jogo do início ao fim, com uma defesa extremamente eficiente, o selecionado brasileiro venceu por 86 a 71, garantindo assim a medalha de ouro do torneio de basquete masculino do Pan-2015.

Tendo subido ao lugar mais alto do pódio em todas as edições dos Jogos entre 1999 e 2007, o Brasil teve o amargo sabor de terminar a última edição do Pan, realizada em 2011, sem uma medalha sequer, contudo, com muita propriedade, uma equipe formada por muitos jovens valores e sem suas principais estrelas deu uma enorme mostra do talento brasileiro, denotando a ascensão da modalidade desde a chegada de Magnano ao comando técnico.

O principal nome da brilhante atuação coletiva por parte da seleção brasileira foi o ala-pivô Rafael Hettsheimeir, atualmente no Bauru, que marcou 13 pontos, sendo importantíssimo sobretudo no primeiro quarto. Quem também foi muito bem foi o jovem pivô do CB Murcia, Augusto Lima, que errou apenas um de seus arremessos de quadra e foi responsável pela mesma quantidade de pontos, pontuação esta também alcançada por Larry Taylor.

Pelos canadenses, a grande estrela do time, o ala-pivô Anthony Bennett, que atua na NBA pelo Minnesota Timberwolves e foi a 1ª escolha do Draft em 2013, teve ótima atuação com 18 pontos e 9 rebotes, sendo o principal nome de sua equipe, que acabou com a prata.

Brasil dá aula de basquete nos dois primeiros quartos

Com o Canadá deslocando Junior Cadougan, jogador que atua no basquete italiano, para marcar exclusivamente o ala Vitor Benite, que vem sendo o principal jogador brasileiro neste Pan, a seleção brasileira teve algumas dificuldades no início, porém Rafael Hettsheimeir começou a aparecer com mais frequência demonstrando uma excelente prisão, além de Rafael Luz que distribuía muito bem o jogo, com tal ascensão, os canadenses foram ficando atrás do placar e a principal estrela do time, Anthony Bennett, se viu obrigado a sair de quadra depois de duas faltas. Foi a deixa para o Brasil se consolidar com mais de 10 pontos à frente do placar.

Chegou o segundo quarto e a equipe de Rúben Magnano doutrinou os donos da casa. Com a defesa atuando de maneira extremamente agressiva fazendo  o Canadá ter apenas 23% no field goal e o ataque rodando a bola de maneira muito eficiente, os brasileiros não davam chance alguma de reação aos seus adversários e ditavam o ritmo da partida com enorme intensidade, não à toa foram para os vestiários depois da metade inicial de jogo com o placar em 48 a 29 à seu favor.

Canadá cresce, mas Brasil sustenta vantagem

Quando o terceiro quarto se iniciou, a escrita dos outros dois, aparentemente, se manteria, contudo, principalmente na parte final de tal período, os jogadores brasileiros passaram a errar como ainda não havia errado na partida. Jogando na base da velocidade, o Canadá começou a crescer na partida e se aproveitar da abusivas faltas por parte do Brasil, com isso, a vantagem que chegou a ser de mais de 20 pontos se foi e o último quarto começou com os canadenses estando 13 pontos à frente.

Motivados com a crescente no terceiro período, os canadenses começaram os 10 minutos finais buscando manter o ritmo frenético para tentar, à qualquer custo, diminuir ainda mais a vantagem. Preocupado, Magnano chegou a pedir tempo técnico para acalmar os nervos de sua equipe, que viria a perder Benite por ter extrapolado o limite de faltas, porém, transmitindo toda sua experiência, Olivinha apareceu bem com uma bola de três pontos e uma bela bandeja, o bastante para impulsionar a seleção brasileira novamente.

De ânimo renovado, o selecionado brasileiro não deu chance ao azar, enquanto o Canadá abusava das bolas de três pontos. No fim das contas, não deu mesmo para o jovem time canadense e o ouro ficou com a seleção brasileira depois de uma grande noite da equipe como um todo.