Bucks levam a melhor em vários aspectos e são bastante favoritos, mas Miami busca feito que não acontece desde 2011
Após a vitória do Miami Heat na noite desta sexta-feira (14), pelo torneio play-in, o último confronto da primeira rodada da Conferência Leste foi decidido. De um lado o Milwaukee Bucks, melhor campanha da NBA em 2022-2023 e um dos favoritos ao título. Do outro, um Heat que parece respirar por aparelhos após conseguir a vaga para os playoffs.
Na “era Giannis Antetokounmpo”, essa será a terceira vez que as franquias se enfrentam no momento decisivo da temporada. Na primeira, em 2020 na “bolha de Orlando”, a equipe da Flórida levou a melhor e venceu por 4 a 1. No ano seguinte, os Bucks venceram por 4 a 0.
Duas séries pouco equilibradas, com ampla dominância para cada um dos lados e que o vencedor veio, posteriormente, a ser o representante do Leste nas finais da NBA.
Depois de dois anos, Milwaukee e Miami se reencontram. O primeiro, como grande favorito ao título. O segundo, como azarão que sonha em aprontar.
BUCKS X HEAT: COMO CHEGAM
Após grande temporada regular, os Bucks chegam para os playoffs como um dos grandes favoritos ao título. Mesmo sem Middleton em boa parte da temporada, a equipe se manteve competitiva com suas estrelas e uma das melhores defesas em toda a liga.
Ao todo, foram 58 vitórias e 24 derrotas, campanha suficiente para a primeira colocação no Leste e melhor recorde da NBA.
De maneira geral, os Bucks chegam saudáveis para os playoffs. A única incerteza vem com Middleton, que sentiu o joelho nas partidas finais da temporada regular. Porém, nesta quinta-feira (13) o ala participou normalmente dos treinos da equipe e deve estar em quadra para o primeiro jogo da série, que ocorre no domingo (16).
Já o Heat chega em um momento bem diferente. Após a melhor campanha do Leste e estar a, possivelmente, um arremesso de ir para as finais no ano passado, a equipe não foi muito mais do que mediana nesta temporada, em vários aspectos.
De ter o melhor aproveitamento nos arremessos de três pontos, foi para a quarta pior marca nesta temporada. O ataque foi anêmico e dependia muito de noites inspiradas de Jimmy Butler, Tyler Herro, Bam Adebayo e Kyle Lowry. A defesa foi melhor, mas não excelente como de costume nas recentes temporadas.
Miami terminou na sétima colocação, com 44 vitórias e 38 derrotas. Perdeu a primeira partida do torneio de play-in para o Atlanta Hawks e garantiu a oitava vaga após vitória apertada contra o Chicago Bulls.
Agora, tudo zera e apostando em veteranos e em um dos melhores técnicos em toda a NBA, Miami vai tentar fazer o improvável, já que desde 2011 o oitavo cabeça de chave não bate o primeiro.
(Foto: Reprodução Twitter/Milwaukee Bucks)
O CONFRONTO
A distância das equipes na tabela reflete muito bem a diferença em quadra. O confronto, em praticamente todos os aspectos, é consideravelmente favorável para os Bucks. O principal ponto do é o duelo entre o ataque de Miami e a defesa de Milwaukee, pois é nessa situação em que a diferença é muito grande.
Na temporada, a equipe de Miami tem o pior ataque em pontos por jogo, com apenas 109,5 pontos. Em rating ofensivo (ponto anotados a cada 100 posses de bola no ataque), é o sexto pior. É lento, tem poucos jogadores capazes de criar arremessos para si e para os demais em quadra. Além disso, não é um time que explora o garrafão para pontuar e tem o quarto pior aproveitamento nas bolas de três em toda a temporada.
Desde o All-Star Game, a equipe é a terceira que mais depende de lances livres para pontuar, tem o segundo melhor aproveitamento nesse tipo de arremesso e é a sétima que mais pontua a partir de turnovers forçados (apesar de ser uma das equipes que menos correm em transição).
Para os Bucks, a defesa tem o quarto melhor rating defensivo e tem poucas fraquezas que podem ser exploradas, principalmente quando o adversário tem um ataque tão anêmico quanto Miami. No perímetro, Jrue Holiday e Middleton são excelentes defensores e dificultam a vida de todo mundo. Se passar por eles, Brook Lopez e Antetokounmpo estarão esperando próximos ao aro.
Isso sem falar de Bobby Portis, Grayson Allen, Pat Connaughton, Javon Carter e companhia. Todos no elenco são capazes de defender em alto nível e contribuir no ataque.
Além disso, os Bucks lideram a NBA em rebotes defensivos, dando poucas segundas chances para os adversários.
Sem muita variação no ataque e com quase nenhum mismatch a ser explorado, cabe ao Heat desacelerar o máximo possível no ataque, cavar lances livres (nos quais a equipe vai bem), colocar jogadores importantes em problemas com faltas e conseguir empatar as coisas no quesito rebote. Acertar arremessos do perímetro também será crucial. Outro ponto importante de desacelerar é limitar as transições ofensivas de Milwaukee, quando Antetokounmpo é imparável.
Ao conseguir turnovers na defesa, será o momento de acelerar e aproveitar possíveis erros de transição de uma defesa que, quando posicionada, é uma das melhores.
No outro lado do jogo, desde a pausa do All-Star os Bucks possuem o sexto melhor rating ofensivo. A equipe é a terceira que mais acelera o jogo e aposta em Antetokounmpo e nos arremessos de três pontos. Para os favoritos, ao conseguir impedir os ataques de Miami a equipe deve acelerar o ritmo, quanto mais rápido melhor.
Com Lopez e Portis espaçando a quadra e forçando Bam sair no perímetro, os espaços devem estar mais abertos para infiltrações e passes para fora no perímetro.
O Heat deve montar a muralha na frente do grego e, provavelmente, deve apostar em trocas defensivas para forçar jogadas individuais e poucos arremessos fáceis.
Se tudo der certo e Miami conseguir levar as partidas para o momento clutch, talvez a equipe tenha alguma chance, já que tem o melhor plusminus e o melhor net rating (rating ofensivo menos o defensivo) na categoria. Se sair do controle e não conseguir tornar as partidas o mais lenta e física possível, a série deve ser bem fácil para os Bucks.
(Foto: Reprodução Twitter/Miami Heat)
RETROSPECTO
Na temporada regular, duas vitórias para cada lado.
Milwaukee Bucks 102 @ 108 Miami Heat – 12/01/2023 – Kaseya Center
Milwaukee Bucks 95 @ 111 Miami Heat – 14/01/2023 – Kaseya Center
Miami Heat 115 @ 123 Milwaukee Bucks – 04/02/2023 – Fiserv Forum
Miami Heat 99 @ 128 Milwaukee Bucks – 24/02/2023 – Fiserv Forum
O problema para o Heat (e notícia muito boa para os Bucks) é que, nas duas partidas que venceu a equipe, jogava em casa e Antetokounmpo não participou. Nas outras duas, com Milwaukee em casa e com seu melhor jogador, duas vitórias bem convincentes, principalmente a mais recente.
AGENDA DA SÉRIE
JOGO 1: Heat @ Bucks – 16/04, 18h30 (horário de Brasília)
JOGO 2: Heat @ Bucks – 19/04, 22h (horário de Brasília)
JOGO 3: Bucks @ Heat – 22/04, 20h30 (horário de Brasília)
JOGO 4: Bucks @ Heat – 24/04, horário a ser definido
JOGO 5: Heat @ Bucks – 26/04, horário a ser definido*
JOGO 6: Bucks @ Nets – 28/04, horário a ser definido*
JOGO 7: Heat @ Bucks – 30/05, horário a ser definido*
* Se necessário
PALPITE: BUCKS 4-0 HEAT
Como dito anteriormente, a única chance do Heat é se a equipe desacelerar os jogos, tornar físico o embate, com muitos lances livres (força de Miami e ponto fraco dos Bucks) e poucas chances de contra-ataque para os favoritos, e levar para o clutch, momento em que são um dos melhores time da NBA.
Porém, Milwaukee é melhor em praticamente todos os aspectos. Com a defesa do nível que é, o ataque não vai precisar produzir tanto e deve ter o necessário com Antetokounmpo, Middleton e companhia para varrer a série.
(Foto: Reprodução Twitter/Milwaukee Bucks)
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