Morre Mike Bossy, ídolo do New York Islanders, aos 65 anos
Lenda da NHL, jogador lutava contra um câncer no pulmão. Ele foi um dos artilheiros dos Isles tetracampeões entre 1980 e 83
Faleceu nesta sexta-feira (15) o ex-jogador Mike Bossy, um dos ídolos do tetracampeonato do New York Islanders entre 1980 e 83. Ele lutava contra um câncer de pulmão, diagnosticado em outubro de 2021, e estava em cuidados paliativos desde o começo do mês. “Um ícone não apenas para Long Island, mas para todo o mundo do hóquei”, declarou Lou Lamoriello, presidente e gerente geral da franquia.
Bossy foi draftado pelos Islanders em 1977, na 15ª escolha geral, e estreou na liga no mesmo ano. Em sua primeira temporada, ele já liderou o time em gols e venceu o Calder Memorial Trophy de melhor calouro.
Ponta direita, Bossy integrou o Trio Grande, prolífica linha de ataque dos Isles completada por Clark Gillies na ponta esquerda e Bryan Trottier no meio. Junta, a trinca foi a peça principal do time tetracampeão, sendo a última equipe na NHL a vencer mais de dois campeonatos consecutivos até hoje. Bossy foi eleito Conn Smythe Trophy, o MVP das finais, em 1982.
Sua morte foi lamentada pelos colegas da época. “Ter um amigo como Mike e dividir do seu humor, dar boas risadas, como demos todos os dias… foi demais dividir o vestiário com ele”, comentou Trottier. “Um bom homem e um jogador de hóquei à toda prova”, falou Bob Bourne. “Bossy marcava gols com a mesma facilidade que eu levantava todas as manhãs”, brincou Chico Resch, goleiro reserva.
“Sabíamos que esse dia chegaria, claro. ‘Boss’ vinha muito doente. Mas nada nos prepara para quando, enfim, acontece”, disse Denis Potvin, ex-capitão da equipe. Seu irmão mais velho, Jean Potvin, faleceu há exatamente um mês.
Para o comissário da liga, Gary Bettman, Bossy foi um “ponta dinâmico cuja facilidade em marcar gols durante seus dez anos de carreira o coloca, sob qualquer perspectiva, entre os maiores da história da NHL.” Em comunicado oficial, o dirigente lembrou as marcas que o atacante somou em sua curta passagem pela liga.
Recordes e aposentadoria
Em cada um de seus dez anos de carreira, todos em New York, Bossy liderou o time em alguma estatística — ora em gols, ora em assistências e ora em pontos. Nas temporadas em que não dominou cada uma delas sozinho, dividiu a artilharia com Trottier. Nesse período, ele foi escolhido para sete All-Star Games.
Bossy parou aos 30 anos de idade devido a problemas crônicos na coluna. Ele deixou a liga com 573 gols e 553 assistências em 752 jogos, tendo a melhor média de gols por jogo da história, 0.762, e a terceira melhor em pontos por jogo, 1.497. Além do mais, é o único em todos os tempos com nove temporadas consecutivas, com pelo menos 50 gols marcados.
Ele divide com Wayne Gretzky o posto de jogador com mais temporadas, pelo menos 60 gols marcados, cinco no total.
Mesmo com seus êxitos, Bossy nunca venceu o Hart Memorial Trophy, MVP da temporada regular, nem o Art Ross Trophy, artilheiro da temporada regular — do Trio Grande, apenas Trottier alcançou as premiações. Entre 1980 e 1987, do auge de Bossy até a sua aposentadoria, Gretzky levou todos os prêmios de MVP.
Caso o Rocket Richard Trophy, prêmio para jogador com mais gols na temporada regular, instituído em 1999, fosse concedido retroativamente, Bossy o teria ganho em 1979 e 1981.
Apesar da falta dos dois maiores prêmios individuais da NHL, Bossy conquistou três Lady Byng Memoria Trophies, concedido aos atletas que demonstram, além de grande habilidade, valores como espírito esportivo e boa conduta no gelo.
Em 1991, Bossy foi nomeado para o Hall da Fama do hóquei no gelo. Os Islanders aposentaram sua camisa, de número 22, no ano seguinte.
Bossy é o segundo membro da dinastia de New York a falecer este ano. Gillies, seu colega de ataque, morreu em janeiro. “Ter a química que tínhamos no gelo, especialmente com Clark pela esquerda, foi muito especial”, lamentou Trottier, último remanescente do trio.
Fotos: NHL.com