Morre Guy Lafleur, lenda do Montreal Canadiens, aos 70 anos
Atacante defendeu o Tricolor por 14 temporadas e venceu cinco Stanley Cups. Sua camisa, de número 10, foi aposentada pela franquia
Faleceu nesta sexta-feira (22) o jogador canadense de hóquei no gelo Guy Lafleur, aos 70 anos de idade. O “Diabo Loiro”, como era conhecido, lutava contra um câncer metastático no pulmão e estava em tratamento paliativo. “Estamos profundamente tristes”, disse Geoff Molson, dono do Montreal Canadiens, time pelo qual o ex-jogador atuou por 14 temporadas. “Foi um dos melhores jogadores do nosso clube, um grande embaixador para a organização e para o hóquei.”
LaFleur foi a primeira escolha geral no Draft de 1971, selecionado pelos Canadiens. Em mais de uma década com o Tricolor, o atacante venceu a Stanley Cup em 1973, 76, 77, 78 e 79.
Nas conquistas individuais, o camisa 10 passou dos 100 pontos em seis anos consecutivos, venceu o Art Ross Trophy de artilheiro da temporada regular em 1976, 77 e 78, o Hart Memorial Trophy de MVP da temporada regular em 1977 e 78 e o Conn Smythe Trophy, MVP dos playoffs, em 1977.
Ele também foi seis vezes Lester B. Pearson Award, uma espécie de MVP escolhido apenas pelos jogadores, troféu que hoje é chamado de Ted Lindsay Award, e foi escolhido para seis All-Star Games.
Aposentado em 1985, LaFleur teve sua camisa 10 imediatamente retirada pelos Canadiens. Ele foi nomeado para o Hall da Fama em 1988. No mesmo ano, retornou à NHL, passando brevemente por New York Rangers e Quebec Nordiques, até parar definitivamente em 1991.
Foram 1126 jogos, 560 gols e 793 assistências, ao longo de 17 temporadas.
“Guy teve uma carreira excepcional e sempre foi humilde, acessível e próximo aos fãs dos Habs e de hóquei no Quebec, no Canadá e em todo o mundo”, lamentou Molson.
Sua morte também foi homenageada pela NHL, na figura de seu porta-voz, o comissário Gary Bettman. “Você não precisava ver o nome ou o número na camisa de Guy Lafleur para identificar que era ele com o puck”, declarou o cartola. “Além do seu estilo único, uma vez que era muito talentoso, ele era uma figura chamativa e inconfundível sempre que pisava no gelo do Fórum de Montreal.”
Bettman se referia ao visual de Lafleur. Por jogar sem capacete, o atacante era facilmente reconhecido devido ao seu cabelo loiro e longo, característica que lhe rendeu o apelido “Diabo Loiro.”
“Ele era um personagem chamativo no gelo. Depois, aprendemos que era igualzinho fora dele”, finalizou Molson.
LaFleur deixa esposa e dois filhos. Sua morte aconteceu exatamente uma semana depois da de Mike Bossy, um dos seus rivais de artilharia nos anos 70 e 80.
Fotos: NHL.com