Limite de folha salarial da NHL deve congelar nos próximos 3 anos
NHL propõe estagnação de folha salarial em US$ 81,5 milhões durante acordo com NHLPA
Na noite desta quinta-feira (25), o jornalista do portal Sportsnet.com Elliotte Friedman, que possui status de “insider”, portanto, que detém informações diretas com os cartolas da NHL, comentou sobre um assunto bastante delicado, a capacidade limite para a folha salarial das franquias: “Como parte do acordo, a folha salarial deve permanecer próxima de US$ 81,5 milhões nos próximos 3 anos. Porém, o valor pode subir em mais US$ 1 milhão após este período”.
O acordo de CBA (Collective Bargain Agreement) é firmado entre a liga e a associação de jogadores (NHLPA). Este define, entre outros tópicos, direitos dos jogadores e staffs das franquias baseando-se no sucesso de arrecadação frente outros acordos com patrocinadores, mídia e parceiros.
Este é sem dúvida o assunto mais polêmico envolvendo a maior liga de hóquei no gelo do mundo no momento. Tanto é verdade que, por conta de discordâncias, a temporada 2004-05 foi totalmente cancelada, além de muitos outros jogos sendo também cancelados nas temporadas 1994-95 e 2012-13. O último acordo foi firmado no dia 6 de janeiro de 2013 após 16 horas de negociações. Um pesadelo cíclico que atormenta os fãs deste esporte.
Com o vencimento daquele acordo datado para o fim da temporada 2021-22, tanto a NHL quanto a NHLPA já optaram em setembro de 2019 por não desistir das negociações, o que foi de fato comemorado principalmente pelos jornalistas, indicando que um novo acordo poderia ser assinado sem tantas feridas. No entanto, mesmo com otimismo e o pensamento no que mais importa que são as partidas, este acordo defende direitos dos profissionais e contestações são exaltadas constantemente.
A pandemia chegou para acirrar os ânimos acionando dispositivos argumentativos quanto ao protecionismo dos salários dos jogadores. Uma vez girando em torno de 35%, o acordo proposto para garantias de salários agora beira os 21% caso a liga não consiga concluir a atual temporada, ou de 27% a 28%, se tivermos um título conquistado no gelo.
Diversos outros assuntos delicados estão neste momento sendo debatidos em mesas de negociação como o atraso de 10% no pagamento dos salários que deverão ser quitados na próxima temporada. Obviamente, os atletas começam a inquietar-se, como é o caso de Artemi Panarin, jogador do New York Rangers, que publicou em suas redes sociais toda sua frustração. Outro que também se pronunciou foi o veterano do Anaheim Ducks Ryan Kesler: “Medidas que protegem somente os dirigentes”.
Os mais de 700 jogadores que atuam na NHL devem votar pelo novo acordo do CBA, mas é inegável que há uma grande e flagrante sensação de descontentamento entre os jogadores principalmente na condução do retorno aos jogos por conta da COVID-19.
Para corroborar tal desgosto, o comentário mais lúcido foi do goleiro do Montreal Canadiens Carey Price: “Eu diria que não me sinto confortável para votar neste momento. Ainda há inúmeros pontos de desacordo. Sei que a NHL e a NHLPA estão trabalhando para resolver as coisas da melhor forma e quanto antes, mas mesmo querendo voltar a jogar logo, ainda vemos tantas perguntas que precisam de respostas claras e situações que precisam de soluções antes de votarmos sobre sim ou não”.
(Foto: Divulgação/NHL.com)