John Tortorella muda de opinião sobre protestos durante hino dos EUA
Outrora crítico, Tortorella entende que protestos durante hino não desrespeitam bandeira dos EUA
Vamos voltar ao ano de 2016.
Colin Kaepernick, QB do San Francisco 49ers naquela época, toma a decisão de protestar contra a violência policial – na esteira de assassinatos de cidadãos negros – se ajoelhando durante o hino dos Estados Unidos, o famoso “The Star-Spangled Banner”.
Enquanto isso, John Tortorella – treinador do time dos EUA durante a edição da Copa do Mundo de Hóquei – opinou sobre o assunto e condenou tais protestos. “Se qualquer jogador meu sentar no banco durante o hino nacional, lá ficará pelo resto do jogo”, afirmou o técnico em entrevista à repórter Linda Cohn, da ESPN.
Retornando ao ano de 2020, Tortorella revelou que mudou de opinião sobre o assunto.
“Quando defendo a bandeira e o hino nacional, minha reflexão é unicamente sobre os homens e mulheres que deram a vida defendendo nosso país, a constituição e a liberdade, junto com os que estão servindo hoje. Aprendi ao longo dos anos, ouvindo e observando, que homens e mulheres que optam por se ajoelhar durante esse período não desrespeitam a bandeira”, disse o técnico do Columbus Blue Jackets em entrevista a Aaron Portzline (The Athletic).
John Tortorella, que é pai de Nick (Ranger do Exército dos EUA), sugeriu um momento de reflexão antes do hino nacional ser tocado.
“Acredito no nosso direito a um protesto pacífico. Por que temos de escolher lados neste momento? Não podemos dividir um momento de união e reflexão antes do hino nacional, dedicado a protestar contra a injustiça racial no mundo? É minha escolha ficar em pé durante o hino respeitando e agradecendo àqueles que ainda servem e protegem nosso país, nossa constituição e os direitos civis de todas as pessoas. Isto não é de forma alguma uma demonstração de respeito. Minha família e eu nos preocupamos profundamente com as famílias que sofreram perdas por tratamento injusto. Nós defendemos o protesto pacífico por mudanças”, concluiu.
Ao todo, 110 jogadores e as 32 equipes da NHL (incluindo a futura franquia de Seattle) fizeram declarações recentes sobre o assassinato de George Floyd, os protestos que se seguiram e a falta de igualdade racial no hóquei.
Foto: Divulgação/NHL