Em sua quarta participação nos Jogos Olímpicos de Inverno, Marie-Philip Poulin foi decisiva mais uma vez sendo o grande destaque da seleção do Canadá, que levou o ouro em cima dos EUA pelo placar de 3 a 2, na final desta quinta-feira (17) em Pequim.

A capitã canadense marcou dois gols e chegou à marca de seis em quatro finais olímpicas. Após a derrota nos Jogos de 2018 para os EUA no shootout, o Canadá brilhou em todo o torneio, vencendo seus sete jogos, marcando incríveis 57 gols.

Era a final esperada por todos, reunindo os dois melhores times no hóquei feminino mundial. As equipes tinham se encontrado na primeira fase, com o Canadá saindo vencedor pelo placar de 4 a 2, numa partida onde os EUA pressionaram o gol defendido por Ann-Renne Desbiens, que terminou aquela partida com 51 defesas. Na grande decisão, a goleira do Canadá também brilhou, fechando a partida com 38 defesas. Pelo lado norte-americano, destaque para Hilary Knight, que marcou um dos gols na final e foi a artilheira da equipe no torneio com seis gols.

O jogo começou com os EUA pressionando, com um jogo veloz e mantendo o puck dentro da zona defensiva do Canadá. Desbiens foi obrigada a realizar boas defesas e contou com a sorte quando Hannah Brandt acertou a trave direita, quase abrindo o placar para o time americano. O susto acordou o time canadense que chegou a balançar as redes dois minutos depois com Natalie Spooner, mas a arbitragem reviu o lance e anulou o gol, confirmando o impedimento de Sarah Nurse no começo da jogada. Mas Nurse se redimiu logo depois e desviando uma finalização de Claire Thompson, bateu a goleira Alex Cavallini, fazendo 1 a 0 para o Canadá.

Então começou o show de Poulin. Faltando quatro minutos pro fim do primeiro período, Nurse disparou para o gol, Cavallini defendeu e no rebote, a capitã do Canadá empurrou para a rede, ampliando a vantagem da equipe. Com o gol e a assistência, Nurse terminou a partida com incríveis 18 pontos (5 gols e 13 assistências), sendo a maior pontuadora desta edição e estabelecendo o novo recorde na história dos Jogos Olímpicos.

No segundo período, a equipe dos EUA voltou buscando equilibrar o jogo, tentando repetir o bom início na decisão, mas esbarrava em Desbiens, sendo incapaz de passar pela goleira do Canadá. A pressão dos EUA deu espaços para o contra-ataque canadense e aos nove minutos, Poulin disparou para marcar seu segundo gol na partida, fazendo 3 a 0 para a equipe do Canadá. Quando a final parecia decidida, Knight aproveitou rebote dado por Desbiens em finalização de Alex Carpenter e faltando três minutos para o fim do período, colocou os EUA no placar, dando um sopro de esperança para os últimos 20 minutos.

O terceiro período mostrou uma seleção canadense adiantando a sua marcação, pressionando a seleção americana em sua zona defensiva, buscando dificultar a construção do ataque. E a estratégia deu certo, gerando algumas chances de gol. Os EUA, vendo o tempo passar, voltaram a realizar a transferência do puck para a zona ofensiva e brigar pela posse nas paredes. O Canadá foi mais eficiente no plano de jogo e usava o relógio a seu favor. Até que faltando 14 segundos para o fim, com os EUA no power play, Amanda Kessel empurrou o puck para o gol, diminuindo a diferença para apenas um gol, mas acabou sendo tarde demais para uma reação.

A vitória devolve o comando do hóquei feminino para o Canadá, que após quatro ouros seguidos, de 2002 a 2014, perdeu a decisão nos últimos Jogos para os EUA e em 2019, viu o mesmo time americano levantar o troféu no Campeonato Mundial. Com uma combinação de jovens e veteranas, a seleção comandada por Troy Ryan reconquistou o mundial ano passado e completa a missão com o ouro olímpico.

Veja os melhores momentos da grande vitória da seleção do Canadá:

(Créditos na foto: Twitter dos Jogos Olímpicos e Getty Images)