Washington Redskins ganha direito de usar nome da franquia de forma irrestrita
Suprema Corte dos EUA decide que equipe poderá usar nome da forma que quiser, e proprietário do time comemora
A nomeação do Washington Redskins está, sem dúvida, entre as maiores polêmicas da NFL. “Peles vermelhas” na tradução livre, o nome, acusado de ser racista, tinha perdido o direito de ser usado comercialmente em 2014, mas após longo processo na Justiça, a Suprema Corte dos EUA decidiu na última segunda-feira que a alcunha agora poderá ser usada de forma irrestrita.
Colocando como motivo principal a “liberdade de expressão”, a decisão unânime diz que registros de marca podem ser utilizados mesmo que depreciem a algo ou alguém. Isso barra a cláusula “Lanham Act”, pela qual o Escritório de Marcas e Patentes dos Estados Unidos proibia o uso do nome da franquia como marca registrada. “Eu estou emocionado! Salvem os Redkins [Peles Vermelhas]!”, declarou o proprietário da franquia, Daniel Snyder, sobre a decisão.
Segundo alguns especialistas, é difícil que a decisão judicial volte atrás. Para alguns militantes da causa racial indígena no país, o episódio representa mais uma derrota desse povo nos EUA. “Agora eles têm a liberdade registrar um nome racista. Eu não vejo o que é emocionante em relação a isso. Nosso caso provavelmente terminará. Este é apenas mais um dia para os nativos norte-americanos. Não é novidade para nós. Raramente há alguma justiça para os nativo-americanos”, afirmou Amanda Blackhorse, uma das cinco integrantes de movimento pelos nativos-americanos que integravam uma petição contra o nome.
Desde a fundação do Washington Redskins, o nome da franquia é alvo de críticas por expor, denegrir, ofender e estereotipar os índios norte-americanos, dizimados durante o período de colonização dos Estados Unidos. Snyder e dirigentes da equipe sempre se opuseram veementemente a essa acusação, e nunca consideraram a possibilidade de alterar o nome da franquia.
“Isso é algo que acreditamos que nunca será resolvida dentro de um tribunal, e a decisão não altera alguns fatos bem claros. A equipe de futebol americano de Washington promove vendas e lucros com o uso de uma palavra que não é meramente ofensiva – é um insulto racial definido pelo dicionário, criado desde o início para promover o ódio e a intolerância contra os nativos norte-americanos”, diz uma declaração do diretor-executivo do Congresso Nacional dos Índios Norte-Americanos, Jackie Pata, em conjunto com outras instituições.
Crédito da Foto: Divulgação/Facebook/Washington Redskins.