Warren Sapp promete doar cérebro quando morrer e diz que sofre com perda de memória
Aos 44 anos, Hall of Famer se aposentou em 2008 e alegou que o futebol afetou a sua memória
O ex-defensive lineman Warren Sapp, membro do Hall da Fama do Futebol Americano Profissional (PFHOF), revelou nesta terça-feira (20) que vai doar seu cérebro para pesquisas da Concussion Legacy Foundation quando morrer. “Queria que esse esporte fosse melhor quando eu o deixei do que quando eu entrei nele”, disse o ex-jogador.
Sapp fez o anúncio em um vídeo publicado no ‘The Players Tribune’. Segundo ele, um e-mail que ele recebeu do ex-running back Fred Willis foi determinante para sua decisão.
De acordo com o ex-atleta do Tampa Bay Buccaneers e do Oakland Raiders, o e-mail “tinha frases de proprietários da NFL – você poderia ver: não há correlação entre futebol americano, CTE (encefalopatia traumática crônica), suicídios e todas essas coisas bobas. (…) quero dizer, de onde você está recebendo essa informação e, então, falando por aí como se fosse um fato?”.
Atualmente Sapp está com 44 anos, ele foi selecionado para o Pro Bowl por sete vezes, aposentando-se em 2008 dizendo que o futebol afetou sua memória.
“Nós estamos jogando uma liga de machos e estamos falando sobre Hall of Famers agora que são imortalizados para sempre, fizeram bustos e tudo mais. Lendas do esporte. Não há nenhuma maneira de qualquer um de nós realmente admitir que não podemos lembrar de como chegar em casa, de uma lista de compras que a esposa nos deu, de como levar nossos filhos à escola ou o que quer que seja”, falou. “Você tenta (dizer), ‘tudo bem, vou dormir mais um pouco – talvez seja algo que fiz na noite passada, talvez algo que eu bebi’, ou seja o que for. Você tenta achar uma razão que não seja o seu cérebro, que não estou me deteriorando bem diante dos meus próprios olhos. É o sentimento mais assustador, mas talvez é um sentimento de muito enfraquecimento porque você se sente como uma criança. Eu preciso de ajuda. Preciso de alguém para me ajudar a encontrar algo que eu poderia encontrar com os olhos fechados, no meio da noite, meio adormecido”, prosseguiu.
Eleito para o Hall da Fama em 2013, o ex-jogador de linha defensiva revelou que ele agora coloca lembretes em seu celular para ajudá-lo a se lembrar de tarefas simples.
“Eu costumava me chamar de elefante na sala. Nunca me esquecia de nada. Cara, eu acordo agora e fico como ‘ok, o que estamos fazendo?’. Deixe-me pegar o telefone celular. Quero dizer, com os lembretes no celular, realmente me ajuda a passar o meu dia com os compromissos e coisas diferentes que eu tenho que fazer porque simplesmente não posso me lembrar como eu costumava fazer”, frisou. “E é dos golpes que tomávamos como jogadores de futebol americano. Nós costumávamos dar os tackles com a cabeça, costumávamos agarrar as máscaras do capacete. Costumávamos permitir que Deacon Jones desse tapa na cabeça. Tudo isso era algo que devemos tirar do esporte. Costumávamos atingir os quarterbacks abaixo dos joelhos. Agora é uma zona proibida. Vamos continuar a melhorar o esporte”, completou.
Sapp completou dizendo que as melhorias no futebol americano devem começar nos níveis juvenis, eliminando os tackles até que os atletas cheguem ao high school.
Foto: Al Messerschmidt/Getty Images