Vencedores e perdedores da free agency para o fantasy football em 2022
Mudanças de endereço de alguns jogadores significam mudanças de valores para o fantasy football, não só para quem deixa determinado time, mas também para quem viu peças se alterando à sua volta. Vem conferir com o The Playoffs os principais jogadores impactados
Março chegou, passou e muita coisa aconteceu desde que os agentes livres da NFL foram liberados para negociar seus novos contratos em 2022. Além disso, importantes e impactantes trocas foram feitas na inter-temporada mais movimentada da história da liga profissional de futebol americano.
Se os torcedores das 32 franquias já projetam o futuro de suas equipes depois das saídas e chegadas aos elencos, circunstância que ainda será bastante afetada pelo Draft no final de abril, aos praticantes de fantasy football já é possível listar alguns jogadores que ganharam ou perderam valor no game em decorrência das movimentações confirmadas até agora. Vamos à lista!
Foto: Reprodução Twitter/Las Vegas Raiders
VENCEDORES
QB Derek Carr (Las Vegas Raiders)
Reencontrar velhos amigos é sempre muito bom. Quando o velho amigo calha de ser um dos melhores wide receivers da NFL, se não o melhor, temos certeza de algo positivo. Voltando a unir forças com seu principal recebedor dos tempos de College – adquirido numa das mais surpreendentes trocas dos últimos tempos –, que vem para se encaixar num ataque que já contava com peças acima da média em Josh Jacobs, Darren Waller e Hunter Renfrow, e que agora será treinado por uma criativa mente ofensiva (Josh McDaniels), Derek Carr tem a melhor oportunidade possível para finalmente se estabelecer como um QB1 (top 12) para o fantasy.
RB James Conner (Arizona Cardinals)
Premiado com uma generosa extensão de contrato e tendo visto o ex-companheiro de backfield Chase Edmonds partir para Miami, o camisa 6 tem tudo para seguir firme no ressurgimento de carreira iniciado em 2021, ano no qual terminou a temporada como RB5 em pontos totais e produziu estatísticas dignas de RB1 geral nas ocasiões em que Edmonds foi desfalque – gerando mais oportunidades de ser envolvido no jogo aéreo. Principalmente pela insana média de touchdowns (18, sendo 15 terrestres), talvez seja extremamente otimista esperar que o veterano repita esses números em 2022, mas a confiança demonstrada pela franquia de Glendale – representada pelos valores do novo contrato –, somada à saída do antigo camisa 2, certamente garante um aprimoramento significativo do piso de pontuação esperada por parte de Conner.
RB Leonard Fournette (Tampa Bay Buccaneers)
Após um fevereiro no qual o panorama para Fournette era uma total incógnita, já que não sabíamos se continuaria na Flórida e, mesmo se continuasse, o ataque provavelmente sofreria uma severa piora em razão da aposentadoria de Tom Brady, março veio para não só recolocar o camisa 7 nas cabeças em termos de projeções estatísticas para o fantasy, mas melhorá-las. Afinal, o “GOAT” mudou de ideia e retornou aos atuais campeões da NFC Sul – a divisão com o maior favoritismo de um só time em relação aos demais, o que é sempre bom para o running back –, fazendo com que “Lenny” decidisse assinar um novo e mais polpudo contrato com a franquia vermelha e cinza. Como cereja do bolo, o veterano perdeu a concorrência de Ronald Jones, que zarpou para Kansas City, vislumbrando a definitiva liderança de um backfield que deve assegurá-lo pelo segundo ano seguido no top 10 de sua posição – ainda mais com Todd Bowles, que substituiu Bruce Arians no comando técnico, prometendo correr mais com a bola.
WR CeeDee Lamb (Dallas Cowboys)
Ainda que rumores cada vez mais fortes surjam a respeito do interesse dos Cowboys em selecionar um wide receiver na primeira rodada do Draft que se aproxima, é certo que a saída de Amari Cooper para os Browns finalmente assegura a liderança do corpo de recebedores da equipe para o terceiranista que, até então, vinha tendo de conviver com uma situação de 1A/1B com o ex-camisa 19. O provável aumento na quantidade de alvos e na liberdade em ocupar diversas posições do campo tem tudo para fazer com que o talentoso – e ainda muito jovem – camisa 88 dê o salto estatístico que muitos esperavam já em 2021.
WR Allen Robinson (Los Angeles Rams)
Depois de uma temporada absolutamente decepcionante, na qual foi, facilmente, o maior “bust” do fantasy football, principalmente ao se excluir ausências por lesões, já que foi draftado, em média, como WR12, mas com ranking final de WR81, ARob tem uma oportunidade de ouro para reagir e voltar a figurar ao menos entre os 30 principais recebedores para o nosso jogo dentro do jogo. Isto porque desembarca nos atuais campeões da NFL, com um contrato interessante, para ocupar a posição de WR2 num ataque prolífico que trocou Robert Woods para Tennessee e (ainda?) não renovou com Odell Beckham Jr. Se a esperança de que Justin Fields fosse o quarterback que finalmente ofereceria o talento com o qual ainda não havia compartilhado o campo passou longe de se confirmar no último ano, desta vez o veterano não tem desculpas, pois encontra um experiente e calibrado signal caller em Matthew Stafford, isso sem falar na criatividade do esquema ofensivo de Sean McVay. Será por única e exclusiva responsabilidade dele mesmo caso o novo camisa 1 dos Rams, que, até 2021, podia ser facilmente colocado como um dos melhores recebedores da NFL, falhe em produzir nesta temporada.
TE Travis Kelce (Kansas City Chiefs)
Figurinha carimbada entre os líderes de pontuação para o fantasy football, o camisa 87 dos Chiefs vislumbra um incremento em alvos, recepções e jardas ao passar a ser, de forma incontestável, a principal arma de Patrick Mahomes após a troca que levou Tyreek Hill para Miami. Embora seja possível argumentar que as defesas passarão a ter mais facilidade em dobrar ou até triplicar a marcação no veterano, a capacidade técnica dele e de quem lhe passa a bola pode facilmente passar por cima desse aparente problema. Com isso, Kelce possui plenas condições de retomar seu status de TE1 para o game depois de um 2021 em que viu sua sequência de cinco anos na liderança da posição sendo quebrada por Mark Andrews.
Skill players do Denver Broncos
Para não fazer com que nossa lista fosse toda laranja e marinho, englobamos todos os jogadores de habilidade do Denver Broncos em uma só categoria. É esse o efeito da chegada de Russell Wilson ao Colorado: melhorar o panorama do ataque por inteiro. Para começar, ele próprio deve experimentar uma melhora estatística, já que o valor de troca despendido pelos Broncos tende a fazer com que tenha muito mais liberdade para “cozinhar” na nova casa, embora haja dúvida quanto a um possível declínio na qualidade dos recebedores – o que não acontece, todavia, em relação à quantidade.
Ainda que Jerry Jeudy e Courtland Sutton – que têm a companhia de Tim Patrick – possam ser considerados uma dupla pior do que D.K. Metcalf e Tyler Lockett, é inegável que agora possuem a chance de um considerável acréscimo em seus números, tendo a chance real de terminarem no top 24 entre wide receivers. Além deles, o jovem tight end Albert Okwuegbunam – “Albert O” para os íntimos – pode surpreender e figurar no top 12 da posição. Por fim, o upgrade ofensivo que Russ promete trazer tem tudo para ser o combustível decisivo para que o segundanista Javonte Williams termine o ano entre os running backs que mais pontuaram para o fantasy, principalmente se Melvin Gordon não permanecer em Denver – situação de free agency que se arrasta por mais tempo do que qualquer fã do nosso game gostaria.
Outros vencedores da free agency para o fantasy: QB Joe Burrow (CIN), QB Trevor Lawrence (JAX), QB Tua Tagovailoa (MIA), QB Matt Ryan (IND), RB Joe Mixon (CIN), RB Aaron Jones (GB), RB A.J. Dillon (GB), RB Elijah Mitchell (SF), RB James White (NE), RB/WR Cordarrelle Patterson (ATL), WR Michael Pittman (IND), WR Mike Williams (LAC), WR Darnell Mooney (CHI), WR Gabriel Davis (BUF), WR Christian Kirk (JAX), WR Rondale Moore (ARI), WR JuJu Smith-Schuster (KC), TE Dalton Schultz (DAL), TE Zach Ertz (ARI), TE Cole Kmet (CHI), TE Irv Smith (MIN), TE David Njoku (CLE), TE Hayden Hurst (CIN)
PERDEDORES
QB Aaron Rodgers (Green Bay Packers)
O histórico mostra que o controverso futuro membro do hall da fama é capaz de produzir estatísticas mesmo na ausência de Davante Adams. Porém, é inegável que a perda de sua até então dupla dinâmica tende a causar um baque nos números do camisa 12, já que a amostragem do ataque sem seu recebedor alfa deixará de ser pequena, passando a compreender toda uma temporada. Claro que os Packers ainda podem – e devem – trazer reforços para a posição de wide receiver via Draft ou troca, mas, pelo menos neste momento, o quarterback que também é apresentador de game show vislumbra dificuldades para terminar no top 5 de sua posição, sendo melhor ranqueado como um QB1 baixo.
RB Antonio Gibson (Washington Commanders)
Numa das maiores trollagens já feitas com os jogadores de fantasy football nos últimos tempos, o running back J.D. McKissic, depois de ter sido anunciado como reforço do Buffalo Bills, voltou atrás em sua decisão e, ao receber a mesma oferta contratual do seu atual time – os Commanders – resolveu permanecer na capital federal e jogar por terra toda a animação que havia causado a quem admira Antonio Gibson e não aguentava mais o veterano “roubando” preciosos toques na bola do terceiranista, principalmente no jogo aéreo. Foram singelos os dias em que vislumbramos “Gibby” como workhorse, recebendo passes e finalmente atuando em terceiras descidas e situações de two-minute drills. Será difícil perdoar J.D. McKissic.
RB Myles Gaskin (Miami Dolphins)
A chegada de uma nova comissão técnica, liderada pelo ex-49er Mike McDaniel, trouxe consigo uma avalanche de movimentações, dentre elas a adição de dois running backs: Chase Edmonds e Raheem Mostert. Ainda que o backfield de Miami ofereça alto potencial de produção estatística, representando um sonho do praticante de fantasy em ver um só corredor dominando os toques na bola provenientes dele, este sonho parece cada vez mais distante, com a tendência da continuidade de um comitê sendo bastante presente. Nesta equação, o franzino Gaskin, de quem este que vos escreve nunca foi fã, possui reais chances de sequer ser escalável para o fantasy a partir de agora, pois, além de os dois reforços terem chegado com a aprovação do novo técnico, não se pode descartar a possibilidade de que ao menos mais um jogador seja incorporado ao RB room da equipe, provavelmente via Draft.
WR Jaylen Waddle (Miami Dolphins)
Após ter quebrado o recorde de recepções para um calouro em seu ano de estreia na liga e terminar a temporada como WR13 em ligas PPR, o camisa 17 vislumbrava a real chance de finalizar 2022 no top 10 de sua posição. Isso até que os Dolphins agitassem os bastidores da liga ao adquirir Tyreek Hill via troca, garantindo-lhe o contrato mais caro para um wide receiver na história da NFL. Com isso, o talentoso segundanista, embora tendendo a encontrar marcações menos cerradas a partir de agora, certamente terá uma queda no volume de targets destinados a ele. Lembrando, também, que DeVante Parker saiu rumo ao rival de divisão New England Patriots, não se descarta a possibilidade de que Waddle ainda seja um sólido WR2 para o fantasy, mas o elevado teto que possuía antes da chegada do ex-Chiefs não está mais lá.
WR Robert Woods (Tennessee Titans)
Praticamente num contraponto a Allen Robinson, que, na prática, passou a ocupar seu lugar em Los Angeles, “Bobby Trees” foi trocado para uma situação bastante diferente da que tinha na Califórnia. Sendo o WR2 claro de seu time – já que A.J. Brown é o alfa –, passa a fazer parte de um ataque muito mais conservador e focado no jogo terrestre em comparação ao dos Rams, no qual, pelo menos até 2020, dividia o protagonismo do corpo de recebedores com a agora superestrela Cooper Kupp. Nesse novo cenário, este redator ficaria muito surpreso em ver o novo camisa 2 dos Titans terminando a temporada como algo mais do que um WR3 (top 36).
TE Hunter Henry (New England Patriots)
Se a conservação de sua posição no top 10 entre tight ends, demasiadamente baseada nos nove touchdowns que anotou ao longo de 2021, já seria difícil por si só, o camisa 85 vê esse panorama ainda mais dificultado agora que os Patriots trocaram por DeVante Parker, um recebedor que, se passa longe de figurar entre os principais da liga, tem como principal característica a fisicalidade e habilidade de ganhar bolas divididas em recepções contestadas, o que pode fazer com que Henry perca valiosos alvos na end zone. Além disso, é forte a tendência de New England buscar novas armas para Mac Jones no Draft que se aproxima.
Skill players do Seattle Seahawks
A troca envolvendo um dos melhores quarterbacks da NFL é a fortuna de uns e o pesadelo de outros em se tratando de fantasy football. Contando, pelo menos por ora, com Drew Lock como QB1 na lista do elenco, os Seahawks enxergam ampla possibilidade de possuir um dos piores ataques da liga em 2022. Assumindo que rumores não sejam confirmados e nenhum deles seja trocado, isso certamente não é boa notícia para os wide receivers D.K. Metcalf e, principalmente, Tyler Lockett, já que o primeiro, pelas próprias características e pequena amostragem durante a ausência de Russell Wilson por lesão na última temporada, tem mais chances de produzir recebendo passes de signal callers como Geno Smith – free agent que pode retornar a Seattle, inclusive.
De resto, Noah Fant – um dos envolvidos na negociação por Wilson – basicamente mantém a condição de terceira opção no jogo aéreo de um ataque fraco, enquanto os running backs Chris Carson e Rashaad Penny, além de batalharem pela liderança do backfield, vislumbram menos chances de anotar touchdowns, apesar do provável incremento no volume de toques na bola.
Outros perdedores da free agency para o fantasy: QB Patrick Mahomes (KC), QB Dak Prescott (DAL), RB Clyde Edwards-Helaire (KC), RB Devin Singletary (BUF), RB Rex Burkhead (HOU), WR Davante Adams (LV), WR Tyreek Hill (MIA), WR Hunter Renfrow (LV), WR Russell Gage (TB), WR Marvin Jones (JAX), WR Kendrick Bourne (NE), TE Darren Waller (LV), TE Mike Gesicki (MIA), TE Evan Engram (JAX), TE C.J. Uzomah (NYJ), TE Tyler Conklin (NYJ)