Trump sugere medidas punitivas aos jogadores que protestarem durante o hino
Segundo o presidente dos Estados Unidos, atletas que ajoelharem deverão ser suspensos e até mesmo ficar sem salário
O presidente dos Estados Unidos, Donald J. Trump, se pronunciou nesta sexta-feira (20), mais uma vez, sobre os protestos durante a execução do hino americano. Segundo o líder de Estado, jogadores deveriam ser suspensos de jogos ou da temporada, no caso de repetirem o ato.
Trump cobrou um posicionamento do comissário da NFL, Roger Goodell, o chamando de “comissário de US$ 40 milhões”. A mensagem vem após NFL e NFLPA (associações dos jogadores) anunciarem que irão discutir juntas uma política de conduta em relação aos protestos. Veja o tweet do presidente.
“O debate do hino americano na NFL está vivo e bem – não consigo acreditar! Não está no contrato que jogadores tem a obrigação de ficar de pé em respeito, mãos no coração? O comissário de US$ 40 milhões deve fazer um pronunciamento agora. Primeira vez ajoelhando, fora de um jogo. Segunda vez ajoelhando, fora da temporada/sem salário!”
The NFL National Anthem Debate is alive and well again – can’t believe it! Isn’t it in contract that players must stand at attention, hand on heart? The $40,000,000 Commissioner must now make a stand. First time kneeling, out for game. Second time kneeling, out for season/no pay!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 20, 2018
As declarações de Trump se dão também um dia após a imprensa americana veicular que o Miami Dolphins teria criado um manual com cerca de nove páginas sobre como os jogadores deveriam se portar durante a execução do hino. O dono da franquia, Stepehn Ross, foi a público, em forma de um pronunciamento oficial, explicar o que de fato teria acontecido.
“Nós fomos questionados sobre o envio de um formulário à NFL sobre nossa política disciplinar antes do começo da data de apresentação dos calouros. A sentença de uma linha relacionada ao hino nacional era uma espaço em branco por nós não termos tomado uma decisão sobre o que faríamos, se alguma coisa, naquele ponto. Estou grato pela NFL e NFLPA estarem tomando uma pausa para pensar sobre uma solução para este problema. Eu sou apaixonado por justiça social, e através do Miami Dolphins e a criação do RISE, continuarei usando a poder unificador dos esportes para melhorar as relações raciais e o progresso social.”
Statement from Owner Stephen Ross pic.twitter.com/cl1mS11HH0
— Miami Dolphins (@MiamiDolphins) July 20, 2018
Na verdade, os Dolphins ainda não sabem como vão lidar com os atletas que ajoelharem. A punição máxima, que seria de quatro jogos, segundo o jornalista Adam Beasley do Miami Herald, pode eventualmente se tornar realidade.
Entretanto, ao menos por enquanto, as regras para ajoelhar durante o hino estão suspensas. Com o escândalo sobre o possível manual dos Dolphins, NFL e NFLPA entraram em um acordo que nenhuma regra será homologada durante as próximas semanas. Durante este período, reuniões confidenciais estarão sendo feitas para chegar a um acordo entre atletas, liga e donos das franquias.
Colin Kaepernick, pioneiro dos protestos durante o hino, começou sua manifestação ficando ajoelhado durante o primeiro jogo de pré-temporada do San Francisco 49ers em 2016. Ele só foi notado durante o terceiro jogo que tomava esta atitude, e então outros jogadores também inciaram seus protestos contra as questões de desigualdade racial nos Estados Unidos.
Com a opinião da população americana dividida, Kaepernick se encontra hoje sem equipe e processando a NFL por uma possível conspiração dos donos de franquias para mantê-lo fora da liga.
(Foto: David Hahn/Icon Sportswire via Getty Images)