Tom Brady é apresentado pelos Buccaneers em coletiva por telefone
Quarterback fala sobre quando decidiu sair dos Patriots e dificuldades na disputa pelo título da NFC Sul com os Bucs
Depois de ter a sua contratação oficialmente confirmada pelo Tampa Bay Buccaneers, Tom Brady foi apresentado pela franquia de uma forma inusitada devido à pandemia de coronavírus. O veterano quarterback falou pela primeira vez como jogador dos Bucs em uma coletiva de imprensa por telefone nesta terça-feira (24) e dois dos assuntos mais abordados pelo QB foram a sua decisão de sair dos Patriots e como será a disputa na NFC Sul com tantas mudanças na divisão nesta offseason da NFL.
O primeiro assunto abordado foi a saída de Brady de New England após 20 temporadas no time de Foxborough. O signal caller disse que descartou seu retorno para os Patriots na noite da sua reunião com o dono do time, Robert Kraft, e dois dias antes de firmar acordo com Tampa Bay.
“Isto foi realmente na noite em que parei e conversei com o Sr. [Rober] Kraft”, afirmou Tom Brady, segundo Michael Hurley, da CBS Boston. “Nós falamos sobre tudo e tivemos uma ótima conversa. E eu só queria expressar o que ele significa para mim na minha vida e conversamos também com o técnico [Bill] Belichick ao mesmo tempo. Estávamos em locais diferentes, mas conversamos com ele. Foi uma ótima conversa. Também tive a chance de conversar com Jonathan Kraft. Todos os três envolvidos em tantas decisões importantes na minha vida, relacionados a minha carreira e minha vida pessoal”.
O quarterback postou uma declaração nas suas redes sociais na manhã seguinte ao seu encontro com Kraft, anunciando que não voltaria aos Patriots. Após 20 temporadas e seis Super Bowls na Nova Inglaterra, o camisa 12 resolveu jogar nos Buccaneers, assinando um contrato de dois anos no valor de US$ 50 milhões, totalmente garantidos.
“Não quero falar sobre o passado, porque isso não é relevante para o que é importante no meu futuro e o que está acontecendo nesta offseason para mim”. O três vezes MVP da liga afirmou que não estava desapontado sobre os esforços de New England para mantê-lo. “Não há ninguém que seja mais fã dos Patriots do que eu. Não tenho nada além de total respeito e amor. Sou muito grato ao Sr. Kraft, à organização, ao coach Belichick e a todos os treinadores e, obviamente, a todos os meus colegas de equipe”, finalizou.
Brady também falou sobre o seu novo desafio, que implica em disputar em uma nova conferência e divisão. E com tantas mudanças na NFC South, o jogador de 42 anos afirmou que vencer a divisão é sempre difícil e sabe que sua mudança não será nada fácil, mesmo depois de vencer a AFC East por 11 temporadas consecutivas e 17 vezes em duas décadas com os Pats.
“É uma boa divisão, com bons quarterbacks, ataques muito bons, mas com defesas muito atléticas. Vencer a divisão é sempre uma coisa difícil de se fazer. Essas equipes se conhecem muito bem. Eu só joguei contra esses times uma vez a cada quatro anos, então tenho que estudar os jogadores, tenho que aprender os esquemas. Existem muitas coisas que eu tenho que aprender rapidamente, então é aí que todo o meu tempo e energia serão focados. Fora conhecer meus colegas de equipe e aprender sobre caras como Mike [Evans] e Chris [Godwin], OJ [Howard], Cam [Brate] e outros skill players. [Ronald] Jones e, obviamente, a linha ofensiva, que é um grupo muito talentoso”.
A NFC Sul é uma das divisões mais difíceis da NFL depois das transações de março. Liderados por QBs como Tom Brady, Drew Brees, Matt Ryan e Teddy Bridgewater, existem ainda nomes como Michael Thomas, Julio Jones e Christian McCaffrey, e chegaram na divisão o running back Todd Gurley e o wide receiver Emmanuel Sanders para deixar tudo ainda disputado.
Um grande desafio para Brady é aprender sobre um novo ataque, um novo playbook e criar química com os colegas de equipe em meio às quarentenas que resultam da pandemia global do COVID-19. Contudo, ao deixar os Pats, ele se une a Evans e Godwin, que representam a melhor dupla de WRs que o veterano tem em anos.
“Existem alguns jogadores realmente talentosos nesse ataque, que têm habilidades muito únicas e é realmente minha responsabilidade aprender o que eles fazem e sua linguagem corporal, como eles gostam das coisas e isso faz parte do desafio”, comentou o QB. “É lamentável o que estamos passando em nosso mundo. Apresenta desafios diferentes para todos nós. Novamente, assim que tivermos a oportunidade de estarmos juntos em um só lugar, podemos realmente começar a trabalhar nesse sentido. É isso que eu vou fazer”.
Tom Brady deixou os Patriots como o quarterback mais vencedor da história da NFL e agora quer fazer a sua história com o Tampa Bay Buccaneers, tentando chegar ao seu décimo Super Bowl, em pleno Raymond James Stadium, casa dos Bucs.
(Foto: Reprodução Twitter/Tampa Bay Buccaneers)