Roger Goodell diz que NFL errou ao não ouvir protestos de jogadores
Comissário da Liga passa mensagem contra o racismo e admite que foi errado ao não escutar protestos de atletas negros
Após várias manifestações de jogadores negros da NFL exigindo ação da Liga contra o racismo, o comissário Roger Goodell passou uma forte mensagem em resposta. No Twitter oficial da NFL, Goodell postou um vídeo em que ele condena o preconceito racial, e admite o erro em não ouvir os protestos de jogadores que se ajoelharam no hino nacional americano antes das partidas, campanha iniciada por Colin Kaepernick.
We, the NFL, condemn racism and the systematic oppression of Black People. We, the NFL, admit we were wrong for not listening to NFL players earlier and encourage all to speak out and peacefully protest. We, the NFL, believe Black Lives Matter. #InspireChange pic.twitter.com/ENWQP8A0sv
— NFL (@NFL) June 5, 2020
“Têm sido dias difíceis no nosso país. Em particular, para as pessoas negras do nosso país. Primeiro, quero prestar minhas condolências para as famílias de George Floyd, Breanna Taylor, Ahmaud Arbery, e todas as famílias que passaram por brutalidade policial. Nós, da National Football League, condenamos o racismo e a opressão institucional das pessoas negras. Nós, da National Football League, admitimos que estávamos errados em não escutar os jogadores, e encorajamos todos a protestarem pacificamente.
Nós, da National Football League, acreditamos que vidas negras importam. Eu protesto pessoalmente com vocês, e quero ser parte da mudança necessária nesse país. Sem jogadores negros, não existiria NFL, e os protestos que acontecem agora são reflexos de anos de silêncio, falta de igualdade e opressão de jogadores, técnicos e staff negros. Estamos ouvindo, eu estou ouvindo, e eu estarei procurando todos os jogadores que levantaram sua voz para que possamos criar uma família NFL melhor e mais unida.” Disse Goodell no vídeo.
Tudo isso faz parte dos protestos que estão acontecendo no mundo inteiro desde a morte de George Floyd, vítima de violência policial. Em 2016, Colin Kaepernick deu início a uma série de protestos contra violências contra pessoas de cor. Ele se ajoelhava na hora do hino nacional dos Estados Unidos, desencadeando em várias manifestações desse tipo por outros jogadores, causando uma polêmica aos opositores que alegavam falta de respeito à bandeira do país.
Logo após o ano de protestos, Kaepernick acabou saindo do San Francisco 49ers e, desde então, não conseguiu nenhum emprego na NFL, o que gerou acusações de boicote por parte dos donos das franquias. Pouco tempo atrás, a Liga tentou fazer um esforço para o quarterback voltar a jogar, organizando um training camp com ele em Atlanta mas, mesmo assim, o silêncio e a falta de apoio ainda está em evidência para o jogador.
Goodell ter essa atitude vem pouco depois da declaração de Drew Brees, que acusou os jogadores que protestaram pacificamente de “desrespeitarem a bandeira”. O quarterback do New Orleans Saints sofreu muitas críticas, inclusive dos próprios companheiros e dos manifestantes na cidade, que entoaram cantos xingando o jogador. Brees veio a se desculpar duas vezes depois.