Richard Sherman sobre protestos durante hino dos EUA: “As pessoas estão perdendo o ponto”
Cornerback dos Seahawks cruzou os braços durante hino nacional e reafirmou posição em coletiva forte nesta quinta
Richard Sherman, do Seattle Seahawks, travou bons duelos com Colin Kaepernick, do San Francisco 49ers, nos últimos anos. Mas a atitude do jogador dos Niners em ajoelhar no hino nacional norte-americano, em protesto aos assassinatos de negros que aumentaram nas últimas semanas, uniram os rivais na mesma causa.
O camisa 25 dos Seahawks, junto de outros companheiros negros da equipe, cruzou os braços durante a execução do hino nas duas primeiras semanas da NFL.
Sherman, formado como jornalista na Universidade de Stanford, uma das mais respeitadas no cenário educacional dos EUA e um dos jogadores mais francos da atual NFL, foi franco em entrevista coletiva nesta quinta-feira, após a confirmação de mais dois jovens negros assassinados por policiais.
“Acho certo, na posição privilegiada que nós (jogadores) temos, tomarmos uma posição. Se nós estamos cruzando os braços ou ficando de joelhos, estamos mostrando que não estamos calados. Nos últimos dois dias, mais dois jovens morreram no meio da rua. Cada vez mais vídeos de abusos contra negros aparecem. Como atletas de alto nível, devemos tomar frente disso. A sociedade em geral ainda não entendeu que a questão é maior que o hino de um país. Não tem noção do ponto em que chegamos, a de pessoas morrerem nas ruas apenas pela sua cor”, afirmou Sherman.
Crescido em Compton, uma das cidades mais violentas do estado da Califórnia, Sherman acrescentou que ele sempre busca fazer o melhor para ajudar sua comunidade e icentivar as crianças do local. Mas sente que a sua mensagem está cada vez mais difícil de ser passada.
“Quando você diz a uma criança para apenas colocar as mãos para cima e cumprir com tudo que vai dar tudo certo, ela não acredita. Pois ela sabe que ela pode ser morta mesmo assim.”
Foto: Reprodução Facebook/Richard Sherman