Dono de uma personalidade forte, Richard Sherman se estabeleceu na NFL como um dos grandes defensores de seu tempo, contudo, o lado falastrão do cornerback do San Francisco 49ers sempre esteve acompanhado de suas grandes performances. Na última semana, o atleta conversou com Robert Klemko, do programa MMQB, sobre uma série de assuntos, e claro que não ia deixar de falar sobre sua ex-equipe, o Seattle Seahawks.

Sherman atuou pelo grande rival dos 49ers por sete temporadas, sendo selecionado por quatro vezes ao Pro Bowl quando fez parte de uma das melhores defesas que a NFL já viu. Seattle venceu o Super Bowl em 2013, entretanto, com o passar dos anos a legion of boom foi perdendo sua força ao se desfazer do camisa 25, além de ver o defensive end Michael Bennett se juntar ao Philadelphia Eagles. Como se não bastasse, Kam Chancellor, um dos safeties mais agressivos da liga anunciou sua aposentadoria e seu companheiro de secundária, Earl Thomas, vive um impasse em busca de um novo contrato.

Questionado sobre tais mudanças na consagrada defesa de Seattle, Sherman não poupou críticas à diretiva dos Seahawks: “Erros de avaliação costumam custar caro, eles não souberam como tratar de forma adequada aqueles que tanto fizeram pela organização”, disse Sherman à Sports Illustrated.

Para o cornerback, os Seahawks parecem não enxergar quem realmente faz a diferença para a equipe ter chegado num nível tão alto de desempenho.

“E a notícia que pensam em não renovar o contrato do Earl Thomas é um absurdo. Um cara que sempre deixou tudo que podia dentro do campo. Está tudo errado, eles têm os dois melhores linebackers da liga, um quarterback acima da média, um ótimo wide receiver como Doug Baldwin. Mas preferem renovar com Duane Brown”.

Sherman e os Seahawks mantiveram o nível de excelência nos três anos após a conquista do Super Bowl, em 2013. A equipe quase levou o bicampeonato em 2014, perdendo para o New England Patriots nos segundos finais daquela decisão, e chegaram aos playoffs em 2015 e 2016, registrando a expressiva marca de 32 vitórias e 15 derrotas no período.

A temporada de 2017, no entanto, esteve longe das melhores campanhas. Após fechar o ano com nove vitórias e sete derrotas, Seattle não conseguiu classificação à pós-temporada, com Sherman entregue ao departamento médico por conta de uma ruptura no tendão de aquiles.

A vencedora equipe de 2013 ficou para trás, e a reconstrução se faz mais do que necessária com as saídas de Sherman, Bennett, Jimmy Graham, Sheldon Richardson e Jeremy Lane, apenas para citar alguns. John Schneider, GM da franquia, evitar falar em remontagem de equipe, embora, seu discurso sugira o contrário:

“Não se trata de uma reconstrução. Avaliamos quem pode agregar à equipe no momento e fazemos as mudanças necessárias. Uns partem, outros chegam. É assim que funciona”, disse Schneider à Sports Illustrated.

Fato é que os Seahawks estarão bem diferentes na temporada de 2018, e Sherman acredita que o caminho a ser percorrido de volta ao sucesso está longe de acontecer.

“Eles se perderam completamente. Simples assim. Quando você comete inúmeros erros durante anos, você cava seu próprio buraco. E na tentativa de voltar ao estágio que um dia você esteve, decisões precipitadas são tomadas. Espero que eles retomem o caminho certo”, finalizou o defensor.

(Foto: Reprodução Twitter / San Francisco 49ers)