Reprovação do nome “Redskins” cresce entre nativos americanos
Mais da metade dos descendentes de índios americanos entrevistados reprovam a utilização de termos, aponta estudo
Um estudo feito pela Universidade da California-Berkeley identificou que cresceu a reprovação de termos como “Redskins” (peles vermelhas) entre pessoas com origem nativa americana. Mais da metade dos 1.000 descendentes entrevistados afirmaram que se sentem ofendidos com alusões aos índios como essa, usada pelo Washington Redskins na NFL.
A universidade também revelou que os números de reprovação do estudo ainda crescem se levadas em consideração as pessoas que se sentem identificadas com os nativos americanos e aqueles que têm algum engajamento com a sua cultura. Além dos termos, os entrevistados também problematizaram os mascotes e cânticos das franquias.
Em 2004, uma pesquisa do Annenberg Public Policy Center apontou que apenas um a cada dez nativos americanos se sentiam ofendidos com termos, mascotes e músicas. Em 15 anos, o número cresceu em pelo menos seis vezes e fez com que os acadêmicos da Universidade da California-Barkley suspeitassem sobre o método dos trabalhos antigos.
“Nós continuamos vendo exemplos claros de nativos falando e protestando contra nomes e mascotes de times. Ainda, pesquisas públicas, com pouca transparência metodológica, dizem que o povo nativo não está ofendido. As coisas simplesmente não batem”, afirmou Ariann Eason, autora co-líder da pesquisa.
Nas ligas americanas principais, as franquias que carregam os nomes com alusões ao povo nativo americano são: Atlanta Braves e Cleveland Indians, na MLB, Kansas City Chiefs e Washington Redskins, na NFL, e Chicago Blackhawks, na NHL. Todos os times da NBA que carregavam nomes como esses mudaram suas marcas.
Em grande parte, as equipes que continuam com referências ao povo nativo americano mudaram ou reformularem seus mascotes. Um exemplo são os Chiefs, que tinham o Warpaint entre 1963 e 1988 e retornaram com o símbolo em 2009. O warpaint antes era cavalgado por um homem caracterizado como um índio apache. Já nos dias de hoje, uma cheerleader do time (foto) entra em campo sobre o animal.
Para a maioria dos nativos americanos e dos adeptos a este protesto, o nome “redskin” (que batiza a franquia de Washington na NFL), o canto tomahawk (entoado pelos Braves na MLB, Chiefs na NFL e por Florida State no College Football) e o adereço de cabeça, característico dos índios estadunidenses usados em estádios e arenas, não representam um sinal de respeito.
(Foto: Reprodução Site/Kansas City Chiefs)