Ranking: os quarterbacks calouros da temporada 2020 da NFL – final
O The Playoffs apresenta a avaliação final dos QBs novatos e o que esperar deles no futuro
Avaliar os quarterbacks calouros este ano foi fácil. Herbert chegou mostrando que pertence à NFL, Burrow mostrou potencial e se machucou, Tua e Hurts deixaram muito a desejar, por diferentes motivos. Basicamente é isso, mas vamos esmiuçar um pouco mais a avaliação na edição final do ranking dos quarterbacks calouros do The Playoffs.
Ninguém imaginava que os Chargers terminariam o ano como o mais feliz dos três (quatro com os Packers) times que gastaram uma escolha de primeira rodada em um quarterback. Os rankings abaixo não refletem necessariamente o que será da carreira de cada um desses jogadores. É possível que em três anos Burrow ultrapasse Herbert e seja até cômico comparar ambos jogadores.
Pode ser que Tua desenvolva e mostre ser muito mais o quarterback que vimos em Alabama do que em Miami este ano. Quem sabe Jordan Love, que passou o ano na reserva de Aaron Rodgers, mostre que é o cara da classe de quarterbacks de 2020.
Uma coisa, porém, é certa. Justin Herbert foi o cara em 2020. Calouro ofensivo do ano? Saberemos em algumas semanas. Por enquanto, segue nosso ranking!
(Foto: Reprodução Site/Los Angeles Chargers)
1. Justin Herbert (396/595 – 66,6% passes completados – 4.336 jardas – 7,3 jardas por passe – 31 touchdowns – 10 interceptações – rating 96.3)
Os números do quarterback do Los Angeles Chargers são sensacionais. Detentor do recorde de passes para touchdown entre calouros com 31 (contra 27 de Baker Mayfield em 2018), Herbert superou consideravelmente as expectativas dos especialistas em seu ano de calouro.
Ainda que tenhamos passado o ano elogiando o ex-quarterback de Oregon, na análise de hoje vamos falar de imperfeições. Herbert não é um QB perfeito. Na jogada abaixo, o passe vai um pouco atrás do que deveria – o que impede o touchdown – mas esse acaba sendo só um detalhe para o resultado do jogo. O que importa aqui é que o jovem quarterback consegue ver o matchup favorável e se mantém frio no pocket – inclusive movendo a cabeça para o lado direito do campo para deslocar o safety – e lança um passe em profundidade mesmo sabendo que iria receber a pancada do defensor.
HERBERT GOES DEEP. #BoltUp
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É importante ressaltar que essa não é uma habilidade que todos os quarterbacks possuem. Quando assistimos a jogadores como Sam Darnold, Mitchell Trubisky e Daniel Jones, o que mais salta aos olhos é a incapacidade de produzir sob pressão, por isso a importância de ver cada vez mais jogadas como essa do quarterback dos Chargers.
Se em seu ano de calouro Herbert já foi capaz de produzir números como esses, o céu é o limite para o quarterback de Los Angeles.
2. Joe Burrow (264/404 – 65,3% passes completados – 2.688 jardas – 6,8 jardas por passe – 13 touchdowns – 5 interceptações – rating 89.8)
Infelizmente não há muito o que falar sobre Burrow desde nossa última coluna. O sensacional calouro cai uma posição, não por conta de sua produção dentro de campo, mas por conta de sua ausência após uma lesão que o tirou do restante da temporada. A boa notícia para o torcedor dos Bengals é que a cirurgia foi bem sucedida e o quarterback deve estar pronto para o início da próxima temporada.
Quando esteve em campo, Burrow foi sólido, mas não espetacular. Atrás de uma linha ofensiva com problemas e um corpo de recebedores decente – mas não espetacular – o ex-quarterback de LSU e escolha número 1 do Draft não foi capaz de traduzir números em vitórias. Foram apenas duas como titular (e um empate) em 10 jogos disputados.
(Foto: Reprodução Twitter/Cincinnati Bengals)
3. Tua Tagovailoa (186/290 – 64,1% passes completados – 1.814 jardas – 6,3 jardas por tentativa – 11 touchdowns – 5 interceptações – rating 87.3)
Tua é um caso de estudo interessante. Com um currículo impressionante em Alabama, a maior preocupação com relação a sua atuação este ano era a lesão sofrida no quadril enquanto ainda jogava na NCAA em 2019. No entanto, o ex-Crimson Tide se manteve relativamente saudável durante toda a temporada. O problema foi mesmo a produção.
Sob seu comando, o ataque de Miami foi muito mal e abusava dos passes de curta distância, tornando o ataque previsível e nada explosivo. A coisa ficou tão feia lá para os Dolphins que o técnico Brian Flores teve de colocar Ryan Fitzpatrick no último quarto de algumas partidas para tentar salvar um ataque ineficaz nas mãos do calouro.
Essas repetidas substituições colocam um pouco em dúvida o futuro de Tua no comando do Miami Dolphins. Ainda que o quarterback tenha se mostrado capaz de limitar erros – foram apenas cinco interceptações -, o time ficou longe de produzir pontos o suficiente para competir com os melhores times da liga. Um massacre na última rodada contra o Buffalo Bills mostrou a vulnerabilidade de um time que ainda não é tão bom quanto o retrospecto (10-6) indica.
Há pontos positivos para se extrair das partidas de Tua este ano. Na jogada abaixo, o calouro faz uma leitura rápida antes da jogada e identifica DaVante Parker (1,91m) sendo marcado homem a homem por Josh Norman (1,83m) e coloca um passe perfeito no alto onde somente seu recebedor consegue chegar.
What a catch by @DeVanteParker11. #FinsUp
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A localização dos passes de Tagovailoa costumava ser muito boa em seus tempos de NCAA. Talvez com mais experiência na NFL o quarterback possa vir a alcançar tudo que se espera dele lá na Flórida.
4. Jalen Hurts (77/148 – 52% passes completados – 1.061 jardas – 7,2 jardas por tentativa – 6 touchdowns – 4 interceptações – rating 77.6)
Hurts teve seus momentos na temporada. Entrando no lugar de um descreditado Carson Wentz, o calouro ex-Oklahoma e Alabama mostrou seu dinamismo correndo com a bola, mas também alguns passes de qualidade que deram esperança ao torcedor da Philadelphia. Na partida da semana 15, contra o Arizona Cardinals, Hurts teve 338 jardas aéreas e três passes para touchdown, além de 63 jardas terrestres e uma corrida para touchdown, no entanto, o time saiu derrotado por 33 a 26. No total foram duas derrotas e uma vitória como titular, logo na estreia contra o New Orleans Saints.
Ainda é cedo na carreira de Hurts para fazer qualquer tipo de declaração sobre seu futuro. Nas avaliações pré-Draft de Hurts, as críticas mais comuns eram que ele era incapaz de ler defesas, um passador limitado, sem precisão e força. Há alguma verdade por trás de todas essas críticas. Certamente o quarterback dos Eagles é muito menos constante do que se gostaria. No entanto, há jogadas que podemos enxergar um potencial como passador, como nessa aqui:
Hurts. DJax. 81 yards.#PHIvsDAL | #FlyEaglesFly
📺: FOX pic.twitter.com/B9IZioHiZp
— Philadelphia Eagles (@Eagles) December 27, 2020
Nela, Hurts vê que os Cowboys estão enviando uma blitz, se desloca para o lado direito da linha onde sabe que terá a máxima proteção e explora a velocidade de Deshaun Jackson contra uma secundária incapaz de acompanhá-lo. Fáceis seis pontos.
Caso consiga evoluir a ponto de produzir jogadas como essa mais constantemente, Jalen Hurts pode vir a ser o quarterback do futuro para Philadelphia, enquanto Carson Wentz se mostra uma incógnita. Por enquanto, segue sendo o cara que foi para o banco de reservas de Nate Sudfeld (!) na última partida da temporada.