Rams vencem Bengals e conquistam segundo Super Bowl na história da franquia
Franquia virou partida em última posse e contou com grande performance da defesa para confirmar o troféu
Redenção. Essa é a palavra que resume o Super Bowl LVI para o Los Angles Rams: a equipe se recuperou da derrota na decisão de 2018 e venceu seu segundo título na liga, após vitória por 23 a 20 sobre o Cincinnati Bengals neste domingo (13). É o primeiro título na carreira do quarterback recém-chegado à equipe, Matthew Stafford, e do head coach Sean McVay, no comando desde 2017.
História feita
Stafford é apenas o 34º quarterback na história a conquistar um anel de Super Bowl. Pelos Bengals, o QB Joe Burrow foi o primeiro lançador primeira escolha geral de Draft a chegar à decisão somente uma temporada depois de sua estreia – até então, o mais próximo havia conquistado o feito em seu sétimo ano na liga. Stafford anotou 26/40 passes completos e 283 jardas lançadas que resultaram em três touchdowns e duas interceptações, enquanto Burrow chegou a uma marcação em 22/33 passes conectados, além de passar para 263 jardas.
Ainda, o ex-Detroit Lions também se posta como o terceiro lançador da história a se sagrar campeão lançando 40 ou mais passes para touchdown na temporada regular. Os acompanhantes? Tom Brady, no ano passado, e o Hall of Famer Kurt Warner, na outra campanha de título dos Rams, na temporada 1999.
Defesas vencem campeonatos
A unidade defensiva dos Rams trabalhou. E bastante. Foram sete sacks para cima do lançador adversário – Burrow, inclusive, se tornou o QB mais sackado da história dos Super Bowls –, que chegou a assustar a torcida ao ficar no chão e reclamar de pancada durante o último quarto. Por outro lado, a cobertura de Los Angeles falhou em momentos pontuais, possibilitando com que Cincinnati capitalizasse em quase todas as oportunidades cedidas. Mesmo assim, se recuperaram no último drive e firmaram a segunda conquista na história da equipe.
Super Cooper
Cooper Kupp quebrou mais um recorde. O recebedor chegou a 33 recepções na noite deste domingo, passando o tight end Travis Kelce, do Kansas City Chiefs, que havia quebrado o recorde de passes recebidos na história da NFL em 2020, com 31. Na decisão, Kupp teve 92 jardas recebidas em oito conexões com Stafford, além de dois touchdowns confirmados. Claro, acabou eleito o MVP da final e se igualou a Joe Montana como o único atleta a vencer o prêmio AP Offensive Player of the Year e a ser o jogador mais valioso da final.
Ao todo, o recebedor ainda ficou em primeiro lugar em outras três principais estatísticas de recebedores na temporada regular: recepções (145), jardas de recepção (1.947) e TDs (16).
Passada de bastão
Em 2020, Bruce Arians, HC do Tampa Bay Buccaneers, com 68 anos e 127 dias, se tornava o mais velho no cargo a ser campeão na história da NFL. Neste domingo, a situação se inverteu: McVay colocou seu nome na história dos recordes, sendo o mais novo a erguer o Lombardi, com 36 anos e 20 dias.
Os Rams também herdaram de Tampa Bay a honra de vencer em território próprio. Os Bucs foram os primeiros a fazê-lo no ano passado, enquanto Los Angeles manteve a marca ativa, com o triunfo em Hollywood.
Equilíbrio
Foi a primeira vez desde 2015 que o Super Bowl terminou decidido por menos de cinco pontos, quando o New England Patriots bateu o Seattle Seahawks por 28 a 24, na temporada 2014. Ainda, a final não era decidida por menos de quatro pontos desde 2013, na vitória por 34 a 31 do Baltimore Ravens sobre o San Francisco 49ers.
O jogo
Os donos da casa abriram o contador logo na segunda campanha. Após a primeira terminar em um three-and-out, o ataque liderado por Matthew Stafford aproveitou um turnover on downs de Cincinnati no meio do campo para iniciar o novo drive em ótima posição sobre o gramado. E Stafford não demorou para fechar a posse com chave e ouro: após conexão de 20 jardas com Cooper Kupp, encontrou Odell Beckham Jr. na ponta da end zone para confirmar os primeiros pontos do jogo: 7 a 0 em favor de Los Angeles.
E os Bengals responderam. Joe Mixon abriu espaço com as pernas e guiou a equipe até o centro do campo. Burrow, então, arriscou passe longo em direção a Ja’Marr Chase, que afirmou a recepção de 46 jardas até a marca de 10 jardas de ataque. A defesa dos Rams, contudo, se impôs e conseguiu parar o ímpeto dos rivais, que tiveram que se contentar com field goal de 29 jardas de Evan McPherson. 7 a 3.
Mas a secundária dos Bengals ainda não havia se encontrado. Stafford não tinha maiores problemas para encontrar seu bom corpo de recebedores e ganhava território por conta disso. Foram duas big plays seguidas: um passe de 35 jardas para Beckham Jr. e outro de 25 para Darrell Henderson. Assim, não foi surpresa quando a vantagem aumentou. O QB recebeu snap, correu para a direita e, escapando do pocket, acertou passe no fundo do campo para Kupp acrescentar mais seis pontos no contador.
Na tentativa do extra point, houve uma situação inusitada. O holder Johnny Hekker não conseguiu segurar o snap e precisou improvisar, arriscando passe para o próprio kicker, Matt Gay, mas que acabou incompleto. 13 a 3.
Só que o tiroteio continuou. Os Bengals gastaram pouco mais de sete minutos no relógio para completar campanha de 14 jogadas e 75 jardas, terminada em passe de seis jardas de Joe Mixon para Tee Higins, em uma trick play. O running back recebeu pitch e lançou para o wide receivers fazer a recepção e diminuir a diferença para três pontos: 13 a 10. A situação melhorou ainda mais para Cincinnati quando, pouco depois, Stafford arriscou lançamento longo – que mais parecia um Hail Mary – e acabou antecipado por Jessie Bates, que firmou a pick dentro da end zone própria.
Apesar disso, Cincinnati não capitalizou após o erro, e as equipes foram aos vestiários com o 13 a 10 no placar. No entanto, dores de cabeça chegariam a Sean McVay no intervalo, com Odell Beckham Jr. lesionando o joelho na reta final do quarto, deixando o campo amparado por médicos e não tendo condições de retornar a campo pelo resto do confronto.
Já na volta do intervalo, os Bengals chutaram o balde. Primeiro snap, Burrow recebe a bola e se conecta com Higgins na ponta do campo, que se envolveu em lance polêmico com o cornerback Jalen Ramsey, que ficou no chão e na bronca com a arbitragem. Touchdown de 75 jardas e tomada à frente do placar, que atualizou em 17 a 13. Mas ainda havia mais por vir: Matthew Stafford arriscou um outro passe no meio do campo e foi mais uma vez interceptado pela defesa adversária, agora sem contar com a marcação de Chidobe Awuzie, que confirmou o turnover.
E dessa vez, Cincinnati aproveitou a bobeada adversária, evidenciado por chute de 38 jardas de McPherson, que fez 20 a 13. Los Angeles, entretanto, devolveu na mesma moeda, em uma primeira resposta no segundo tempo, em arremate de Gay para 41 jardas. 20 a 16.
O jogo, a partir de então, ficou muito morno, com os punters tendo trabalho e as defesas se antecipando aos movimentos de ataque. Tanta tensão acabou levando o embate lentamente aos minutos finais, que não contaram com menos inquietude.
Los Angeles, em seguida, chegou à red zone com pouco menos de dois minutos para o fim e contou com diversas faltas cometidas pela defesa para ir de um possível 4th down para ganhar mais quatro descidas, seguindo uma segurada e uma interferência de passe. O resultado, pouco depois, foi um passe de uma jarda de Stafford para Kupp, que recolocou os Rams à frente da contagem, com 1m25s no relógio. 23 a 20.
COOPER KUPP FOR THE LEAD!
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Então, a defesa, ponto forte da equipe na temporada, apareceu: forçou Cincinnati, que iniciava drive para, ao mínimo, acertar field goal e levar a decisão para a prorrogação, a uma quarta descida no campo de ataque, sackou Burrow com 40 segundos no relógio e confirmou o triunfo em casa. 23 a 20 no placar e o segundo Vince Lombardi na galeria de troféus.
(Foto: Reprodução / NFL.com)