PRÉVIA: Tampa Bay Buccaneers x Philadelphia Eagles – NFL Playoffs 2023-24 (NFC Wild Card)
Times seguiram caminhos quase inversos ao longo da temporada e agora protagonizam um dos confrontos mais imprevisíveis da rodada
Até o meio da temporada, seria difícil imaginar um cenário em que o Philadelphia Eagles não fosse favorito absoluto contra o Tampa Bay Buccaneers. Quando os times se enfrentaram na semana 3, os Eagles tiveram uma vitória dominante, mas chegando ao Wild Card, a vitória de Philadelphia não é mais uma aposta tão segura.
Na semana 13, o desempenho de ambos os times mudou drasticamente. Os Buccaneers estavam no limite da eliminação e venceram cinco dos seus últimos seis jogos para conquistar a NFC Sul. Já os Eagles eram líderes de sua divisão e ocupavam a primeira colocação da conferência, mas conquistaram apenas uma vitória no mesmo período. Este não é um confronto entre aspirantes ao Super Bowl, é uma luta pela sobrevivência.
Esta é a sexta vez que Philadelphia e Tampa Bay se enfrentam nos playoffs, sendo que a última vez aconteceu em janeiro de 2022, quando os Buccaneers ainda tinham Tom Brady no comando. Os Buccaneers levam a vantagem com três vitórias, incluindo o confronto mais recente.
(Foto: Reprodução Site Oficial/ Tampa Bay Buccaneers)
COMO CHEGAM
Apesar de ter a pior campanha entre os dois, Tampa Bay tem o mando de campo por ter vencido a sua divisão. Sob o comando de um novo coordenador ofensivo e um novo quarterback, os Buccaneers demoraram a encontrar seu ritmo ofensivamente, mas a falta de competitividade da NFC Sul deu à equipe a chance de se recuperar ao longo da temporada.
Apesar da dificuldade de substituir Tom Brady, Baker Mayfield acabou conquistando a confiança de seus companheiros de time e voltou a mostrar lampejos da habilidade que o fez ser a primeira escolha geral do Draft em 2018. Contar com recebedores de elite como Mike Evans e Chris Godwin, definitivamente, tornou a vida do quarterback um pouco mais fácil.
A defesa desempenhou um papel fundamental na classificação do time, principalmente na reta final da temporada. A equipe limitou os adversários a 20 pontos ou menos em quatro dos últimos seis jogos, sendo fundamental para manter os Buccaneers na disputa mesmo nos dias em que o ataque não conseguia se impor.
A defesa de Tampa Bay está entre as dez melhores da temporada e a terceira melhor na red zone, cedendo apenas 19,1 pontos por jogo. O trabalho contra a corrida foi o quinto melhor em jardas cedidas, com 95,3 jardas cedidas por jogo. Isso foi fundamental na semana 18, quando o time não conseguiu anotar um touchdown sequer contra o Carolina Panthers, mas conseguiu a vitória por 9 a 0. Porém, para vencer nos playoffs o ataque precisa voltar a produzir.
Philadelphia seguiu o caminho contrário. Depois de uma derrota dolorosa no Super Bowl LVII, os Eagles começaram a temporada atropelando a concorrência. O time venceu 11 dos primeiros 12 jogos e liderava a conferência com alguma folga. Porém, a derrota para o San Francisco 49ers na semana 13 desestabilizou completamente a equipe, que venceu apenas mais um jogo até o final da temporada.
Desde então, ficou claro que as saídas de Shane Steichen e Jonathan Gannon dos papéis de coordenador ofensivo e defensivo, respectivamente, na offseason, impactou muito o esquema dos Eagles. A relutância dos Eagles em utilizar o jogo corrido de forma explosiva e de mascarar suas jogadas com o uso de movimentação pré-snap coloca a maior parte da responsabilidade sobre Jalen Hurts, A.J. Brown e DeVonta Smith. Embora sejam jogadores de muito talento, quando um dos três produz abaixo de seus padrões ou não está completamente saudável, a eficiência do time despenca, o que é uma enorme preocupação para o time durante a pós-temporada.
Os Eagles acumularam bons resultados no início da temporada e o saldo positivo foi o suficiente para colocá-los em uma posição relativamente favorável nos playoffs. Porém isso não pode mais ajudá-los e eles precisam se recompor imediatamente se desejam vencer os Buccaneers.
O JOGO
Sem um claro favorito, existem alguns pontos principais que podem definir este confronto, sendo o primeiro deles a disponibilidade do elenco. Jalen Hurts sofreu uma lesão no dedo e A.J. Brown teve uma lesão no joelho na semana 18 e ambos saíram de campo antes do fim da partida. Hurts deve jogar, mas Brown está oficialmente fora da partida com uma torção no joelho. Os Eagles também esperam o retorno do CB Darius Slay, que está afastado desde a semana 15 com problemas no joelho. Pelos Buccaneers, Baker Mayfield tem sofrido com dores nas costelas nas últimas semanas, mas tudo indica que ele vai para o jogo.
Quando falamos em matchups, um dos mais interessantes é a defesa do Buccaneers contra D’Andre Swift e o jogo corrido. Os Eagles têm um jogo corrido eficiente, ainda que pouco explosivo, tendo Swift como estrela principal. O running back registrou 1.049 jardas corridas e cinco touchdowns, em uma média de 4,58 jardas por tentativa. Porém, o esquema corrido com poucas variações acaba sendo previsível. A defesa de Tampa Bay é a quinta melhor em jardas terrestres cedidas por jogo (95,3) e a oitava melhor em jardas cedidas por tentativa (3,8).
Se os Buccaneers conseguirem limitar a corrida, Hurts vai precisar depender quase exclusivamente do passe para mover a bola. Sem seu recebedor número 1, o quarterback pode se complicar para manter a consistência do passe.
Do outro lado, Tampa Bay também tem um desafio a enfrentar. A linha ofensiva dos Buccaneers foi a quarta pior contra a pressão e estará de frente com um dos grupos de pass rushers que mais gerou pressões nesta temporada. Baker Mayfield tem sua própria dupla de estrelas a quem recorrer, mas precisa que que sua OL, principalmente seus guards, o mantenham protegido.
QUEM PODE DECIDIR
Mike Evans (Buccaneers): O wide receiver fez história nesta temporada ao alcançar a marca das 1.000 jardas pela décima vez consecutiva, e é a principal arma ofensiva de Tampa Bay. O jogador tem a velocidade e a habilidade de correr rotas para vencer qualquer cornerback dos Eagles em duelos individuais e pode ter ainda mais espaço se Darius Slay não jogar ou se não estiver 100% em sua recuperação.
Antoine Winfield Jr (Buccaneers): Em jogos apertados, a batalha dos turnovers muitas vezes é decisiva. O safety forçou seis fumbles e recuperou quatro nesta temporada, se estabelecendo como um dos pilares fundamentais de uma defesa que conta com outros bons nomes. Além de defender o fundo do campo, Winfield também pode ser usado para pressionar o quarterback, e registrou seis sacks na temporada.
D’Andre Swift (Eagles): O trabalho do running back foi bastante ofuscado nesta temporada graças ao sucesso do “tush push” para conquistar touchdowns curtos e a um esquema tático um pouco diversificado no jogo corrido. Apesar disso, Swift deve ser uma peça fundamental para estabelecer ritmo no ataque de Philadelphia e tirar a pressão do jogo aéreo.
Jalen Hurts (Eagles): Se todo o resto falhar, Hurts resolve. Esta tem sido uma parte considerável da filosofia de jogo dos Eagles nesta temporada, ainda que nem sempre dê certo. Apesar disso, não parece que o time está disposto a mudar, então Hurts precisa estar preparado para fazer o possível e o impossível para mover as correntes. O grau da lesão no dedo que o quarterback sofreu na última semana pode definir a partida.
PALPITE: Tampa Bay Buccaneers
Apesar de ter um time no geral mais talentoso, o maior problema dos Eagles é tático. O time conseguiu mascarar a situação com seus playmakers no início da temporada, mas já não consegue mais produzir em alto nível, ainda mais sem uma de suas principais estrelas. Os Buccaneers também têm seus defeitos, mas estão no melhor momento e, se conseguirem estabelecer um ritmo ofensivo no início do jogo, possuem as peças certas para explorar as vulnerabilidades de Philadelphia.
SOBRE O JOGO
Dia: 15/01/2024
Horário: 22h15, horário de Brasília
Local: Raymond James Stadium, em Tampa, Flórida
Transmissão para o Brasil: ESPN 2 e Star +