[PRÉVIA] Super Bowl LVI: Cincinnati Bengals x Los Angeles Rams
O confronto que absolutamente ninguém imaginou no início da temporada irá encerrar a maior temporada da história da NFL; confira a prévia do Super Bowl LVI
Seja bem sincero! Em setembro de 2021 você previu que Cincinnati Bengals e Los Angeles Rams se enfrentariam no Super Bowl LVI? Aposto que não! Na prévia do último Super Bowl dissemos que a temporada mais atípica de todas se encerrava com um confronto histórico. Pois bem, a maior – literalmente a mais longa – temporada da NFL termina com um confronto não menos histórico: de um lado, o Cincinnati Bengals de Joe Burrow, do outro o Los Angeles Rams de Matthew Stafford.
Os Bengals, que não venciam uma partida de playoffs há 32 temporadas, chegam no Super Bowl logo na primeira experiência de Burrow na pós-temporada. Já os Rams voltam à principal partida da NFL após três anos, depois de perderem para o New England Patriots no Super Bowl LIII, só que dessa vez com Stafford na posição de QB – que venceu apenas suas primeiras partidas de playoffs na carreira, em sua 13ª temporada na liga.
Pois bem, ninguém esperava, mas agora todo mundo quer ver esse confronto. Na história da NFL, Bengals e Rams se enfrentaram 14 vezes e o time de Cincinnati lidera o confronto histórico com oito vitórias. Os Rams, por sua vez venceram seis vezes, inclusive o último confronto em 2019, quando o time do estado de Ohio também foi à Califórnia, como acontecerá neste domingo (13). Naquela oportunidade Joe Burrow ainda jogava em LSU e caminhava para vencer o Heisman e o título nacional da NCAA.
Esse Super Bowl também marca apenas a segunda vez que dois quarterbacks selecionados na primeira escolha geral de seus Drafts se enfrentam na decisão do título. A outra vez foi no Super Bowl 50, quando Peyton Manning e Cam Newton batalharam pela glória máxima da NFL.
(Foto: Reprodução Twitter/NFL)
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CINCINNATI BENGALS
Os Bengals superaram vários traumas de playoffs para chegarem ao Super Bowl. O time tinha a maior seca de vitórias em pós-temporada na NFL, 32 temporadas sem conseguir uma sequer. Cincinnati também estava há 33 anos sem chegar na final da AFC – também a maior seca da liga até então. E por fim a equipe conseguiu, não uma, mas duas vitórias fora de casa na pós-temporada. Antes deste ano os Bengals tinha sete derrotas e nenhum vitória jogando fora de Cincinnati nos playoffs.
A corrida neste playoff começou em casa contra o Las Vegas Raiders, e talvez tenha sido o jogo mais “fácil” que tiveram. Vencendo por 26 a 19 mesmo sem anotar nenhum touchdown no segundo tempo daquele jogo. A vitória marcou o fim do maior trauma da franquia.
Na sequência, os Bengals viajaram para Nashville para encarar o Tennessee Titans que eram o seed 1 da AFC. Neste jogo ficou exposta a maior fraqueza do Cincy. Sua linha ofensiva não protege bem Burrow e o quarterback sofreu nove sacks na partida. Ainda assim, o QB achou uma maneira de jogar bem e liderou o time para uma vitória por 19 a 16 com um chute de Evan McPherson com o relógio zerado e a vaga garantida para a final da AFC.
Na semana seguinte, Cincinnati foi até o Arrowhead Stadium encarar o temido Kansas City Chiefs e teve que superar um grande obstáculo. Os Bengals ficaram 18 pontos atrás no placar durante o primeiro tempo, mas com um segundo tempo quase perfeito, o time conseguiu reagir e a partida foi para o overtime.
Os Chiefs acabaram ganhado o coin toss e tiveram a posse de bola, mas Jessie Bates fez uma grande jogada desviando um passe que acabou interceptado por Vonn Bell e o Cincinnati ficou bem posicionado para vencer a partida. Mais uma vez McPherson garantiu a vitória acertando mais um field goal decisivo.
(Foto: Reprodução Twitter/Cincinnati Bengals)
LOS ANGELES RAMS
Os Rams montaram esse time de uma forma bem diferente do que o comum. O general manager Les Snead praticamente sacrificou o Draft de 2022 para conseguir trazer peças muito importantes para este elenco. Primeiro foi Matthew Stafford em uma troca com o Detroit Lions ainda em janeiro de 2021. Depois, já durante a temporada, o GM fez outra troca para trazer Von Miller em negociação com o Denver Broncos. Snead ainda conseguiu assinar com Odell Beckham Jr depois que o wide receiver foi dispensado do Cleveland Browns.
Esses reforços foram essenciais durante a temporada regular, mais ainda mais durante os playoffs. Von Miller, por exemplo, duplicou sua porcentagem de pressões durante a pós-temporada, tendo 18,4% de pressure rate em três partidas de acordo com o Next Gen Stats.
O caminho dos Rams nesses playoffs começou em casa, recebendo o Arizona Cardinals. O time foi perfeito, não deu espaço para os rivais de divisão, com direito a pick six contra Kyler Murray. Eles venceram com tranquilidade com o placar de 34 a 11.
Na rodada divisional, o time atravessou os Estados Unidos para jogar contra o Tampa Bay Buccaneers na Flórida. Neste jogo, os Rams começaram extremamente forte e abriram uma boa vantagem no placar, mas do outro lado havia Tom Brady – que no fim estava fazendo sua última partida na NFL – que conseguiu reagir e empatar a partida nos momentos finais. Porém Stafford teve tempo no relógio para um drive final de 40 segundos e com um passe incrível para Cooper Kupp, colocou o time em posição de field goal para o chute de Matt Gay, que levou a equipe mais uma vez para a final da NFC.
Na final de conferência, o confronto foi exatamente contra o adversário que foi a maior pedra no sapato dos Rams nos últimos anos. O time não vencia o maior rival San Francisco 49ers havia seis partidas. E parecia que a sina contra os Niners continuaria, já que a equipe de San Francisco chegou a abrir 10 pontos de vantagem no último quarto, mas Los Angeles reagiu e anotou 13 pontos no 4º quarto para garantir a vitória e chegar aos segundo Super Bowl da era Sean McVay.
(Foto: Reprodução Site/Los Angeles Rams)
O JOGO
Esses dois times não se enfrentam desde 2019. Nenhum dos dois quarterbacks estavam lá quando essa partida aconteceu. Stafford estava em mais um ano frustrante com o Detroit Lions e Burrow estava no meio de um ano mágico com LSU no college. Os Bengals visitaram os Rams e perderam, uma derrota que “ajudou” o time a ter a pior campanha da NFL naquele ano e que garantiu a primeira escolha geral do Draft, que acabou sendo usada no jovem quarterback que agora é a cara da franquia de Cincinnati.
Vejo que Bengals e Rams têm características que se encaixam num confronto que tem tudo para ser eletrizante. Apesar dos Rams terem uma das melhores defesas da NFL e a visão da unidade liderada por Aaron Donald e Von Miller contra a linha ofensiva dos Bengals ser assustadora, o que ambos os times têm de forte entram muito bem com as fraquezas dos adversário. Por exemplo, a defesa dos Rams tem problemas para tacklear e consequentemente a maior fraqueza da defesa é parar jogadas de passes rápidos, como screens e passes curtos para running backs. Bom, isso os Bengals fazem muito bem, nem precisamos voltar muito para ver isso. Foi um passe para o running back Samaje Perine que colocou Cincinnati de volta ao jogo contra Kansas City na final da AFC.
Além disso, não será fácil para os Rams marcarem Ja’Marr Chase. Ele não é o WR1 comum. Ele pode ser usado de diversas formas. Em rotas longas pelas laterais, em screens, em rotas curtas, comebacks e rotas no slot. Por causa disso, dificilmente Jalen Ramsey ficará alinhado o tempo inteiro com Chase. E mesmo que o time de Los Angeles opte por fazer isso. Isso irá significar que Tee Higgins, Tyler Boyd, C.J. Uzomah e os running backs tenham mais liberdade durante a partida.
Já para os Rams, obviamente que a pressão de sua defesa contra Burrow será essencial. Não só por dificultar o passe, mas essa defesa tem a capacidade de forçar turnovers e esse deve ser o caminho mais fácil para a vitória do time que vai jogar em casa – apesar de tecnicamente ser visitante, já que por causa do revezamento Cincinnati é considerado o mandante. O ataque dos Rams, apesar de ser excelente, também tem problemas para cuidar da bola e a defesa pode amenizar isso se forçar esses turnovers e quem sabe, anotar pontos por si só.
Outro ponto fraco dos Bengals que os Rams certamente vão explorar é o cornerback Eli Apple. Cincinnati tem uma boa secundária com Chidobe Awuzie, Mike Hilton e principalmente Jessie Bates e Vonn Bell. Entretanto, Apple é a maçã podre desta unidade – sem perdão do trocadilho. O cornerback cede muitas jardas e isso pode ser fatal, já que a conexão Stafford-Kupp este ano está em patamares históricos. Se os Bengals não encontrarem respostas para minimizar esse problema, poderemos muito bem ver Kupp ter números que vão colocá-lo como grande candidato ao prêmio de MVP do Super Bowl em caso de vitória do time de LA.
QUEM PODE DECIDIR
Trey Hendrickson e Sam Hubbard (Bengals) – A dupla de pass rushers pode ser o caminho para fazer com que os Rams caiam nos mesmos erros de turnovers. Tanto forçando fumbles ou fazendo com que Stafford erre e lance uma interceptação. Hendrickson e Hubbard fazem um dupla muito boa que deveria ser mais valorizada por todos nós.
(Foto: Reprodução Twitter/Cincinnati Bengals)
Cam Akers (Rams) – O running back passou toda a temporada machucado, mas trabalhou forte para se recuperar em tempo para os playoffs. Ele ainda não conseguiu anotar um touchdown nesta pós-temporada, mas pode ser peça-chave para tirar a pressão de Stafford caso o QB se encontre constantemente em situações ruins durante a partida.
Von Miller (Rams) – Que Aaron Donald vai estar constantemente pressionando Burrow todo mundo já sabe. Porém passa na presença de Miller nesta defesa o caminho para que essa pressão seja incessante, forçando os Bengals a erros que podem ser fatais. Se o edge rusher de Los Angeles continuar com o volume de pressão que ele vem tendo nesses playoffs, ele pode muito bem repetir uma atuação como a que o rendeu o prêmio de MVP do Super Bowl 50.
Joe Mixon (Bengals) – Mixon será o melhor running back em campo no domingo, isso é claro. O running back dos Bengals tem uma habilidade excelente de correr por fora dos tackles e chegar no open field, onde pode ser complicado para os Rams o pararem no primeiro tackle. Além disso, Mixon pode ser a válvula de escape de Burrow em passe rápidos e laterais se a pressão da defesa dos Rams for demais para a linha ofensiva constantemente dar tempo para Burrow encontrar o passe mais profundo.
(Foto: Reprodução Twitter/Los Angeles Rams)
PALPITE: Los Angeles Rams
Não tem sido uma boa deixar os Bengals e Joe Burrow na posição de underdog, mas novamente é o que acontece para o Super Bowl LVI. Os Rams são favoritos e acho que devem confirmar o favoritismo devido a ter jogadores com mais experiência e uma pequena vantagem entre os head coaches. Zac Taylor é sim pupilo de Sean McVay e o conhece bem, mas não acredito que o HC dos Rams vai se deixar tomar um nó tático como aconteceu na última vez que esteve no Super Bowl.
Com pressão constante da defesa e bom ritmo ofensivo, McVay pode forçar Taylor a ter de fazer muito mais ajustes durante a partida e colocar os Bengals em posição desfavorável. O time de Cincinnati tem plenamente condições de ganhar a partida de domingo e iniciar uma era vitoriosa – duvido que esta seja a última vez que veremos Joe Burrow no Super Bowl.
Porém neste jogo, acho que veremos Stafford levantar o Lombardi Trophy ao fim da partida.
(Foto: Reprodução Twitter/NFL)
SOBRE O JOGO
Dia: 13/02/2022
Horário: 20h30, horário de Brasília
Local: SoFi Stadium em Los Angeles, Califónia
Transmissão para o Brasil: ESPN 2, RedeTv e Star+