[PRÉVIA] Playoffs da NFL – Baltimore Ravens x Tennessee Titans – AFC Wild Card
Equipes reeditam confronto do round divisional do ano passado, quando deu zebra e Tennessee eliminou Baltimore
Neste domingo (10), Baltimore Ravens e Tennessee Titans reeditam o confronto do round divisional do ano passado, mas desta vez pelo wild card. Naquela oportunidade, os Titans desbancaram os Ravens, que eram os francos favoritos.
Agora, é Tennessee que tem a vantagem de jogar em casa, como campeão da AFC Sul. Baltimore, por sua vez, se classificou com a quinta melhor campanha da Conferência Americana. Ambos tiveram o mesmo desempenho na temporada, com 11 vitórias e cinco derrotas. Isso ilustra bem o equilíbrio entre as equipes neste momento. Quando se enfrentaram em novembro, os Titans ganharam na prorrogação por 30 a 24.
Como os dois times têm estilos de jogo parecidos, a diferença entre vitória e derrota está nos detalhes.
BALTIMORE RAVENS
A classificação para os playoffs foi mais sofrida do que os Ravens esperavam. Mesmo com uma campanha positiva, o time só carimbou passaporte na última rodada contra o Cincinnati Bengals. E não é por menos: a AFC Norte levou três times para a pós-temporada.
Além de ter enfrentado um surto de COVID-19, Baltimore também precisou contornar lesões que derrubaram o desempenho do time, como a do tackle Ronnie Stanley e as dos cornerbacks Marcus Peters e Marlon Humphrey. Com isso, Lamar Jackson também não repetiu as atuações que lhe deram o título de MVP da temporada passada e a defesa alternou momentos de alta intensidade e pane total.
Por outro lado, o time se encontrou na reta final e venceu cinco partidas seguidas com um ataque terrestre demolidor formado pelo trio Jackson, Gus Edwards e J.K. Dobbins. Lamar está passando menos a bola, porém está mais preciso nos lançamentos. O quarterback continua sendo a principal arma do time e já tem mais de mil jardas na temporada.
Apesar de ter um jogo aéreo limitado, os Ravens ainda conseguem causar estragos pelo alto. O tight end Mark Andrews é a bola de segurança de Jackson. Já o wide receiver Marquise Brown lidera o time em recepções e vem aparecendo nos momentos cruciais. E o kicker Justin Tucker é um dos melhores da liga e já ganhou jogos com seus pés poderosos.
Pelo lado defensivo, Calais Campbell e Matt Judon já provaram que são mais do que capazes de colocar pressão no QB adversário. Marlon Humphrey é especialista em forçar fumbles; já são 8 na temporada. Marcus Peters, por sua vez, é muito bom em interceptar lançamentos. E não podia faltar aqui o calouro Patrick Queen, líder do time em tackles.
(Foto: Reprodução Site/Baltimore Ravens)
TENNESSEE TITANS
Em relação à temporada passada, os Titans tiveram uma classificação relativamente tranquila. A AFC Sul teve dois dos três piores times desta temporada: Jacksonville Jaguars e Houston Texans. Com isso, Tennessee e Indianapolis Colts praticamente brigaram pela divisão desde o começo e o time de Nashville levou a melhor.
A franquia até começou embalada com cinco vitórias seguidas, mas depois sofreu duas derrotas para Steelers e Bengals. Mesmo assim, os Titans não enfrentaram grandes dramas na temporada. Aliás, parece que o time se encontrou quando Ryan Tannehill assumiu a titularidade em 2019.
O principal nome da equipe é, claro, o running back Derrick Henry, que teve mais de duas mil jardas na temporada em 378 corridas para 17 touchdowns. São números ainda melhores do que no ano passado. Se precisar passar, Tannehill pode recorrer a A.J. Brown, líder do time em jardas aéreas e capaz de quebrar vários tackles se necessário (e a defesa dos Ravens bem sabe disso). Há também o consistente tight end Jonnu Smith.
Se o lado ofensivo dos Titans vai bem, o mesmo não pode ser dito sobre as demais unidades do time. O kicker Stephen Gostkowski não está tão preciso quanto antes, acertando apenas 69% dos field goals. E a defesa vem cedendo muitos pontos. Tudo bem que o ataque muitas vezes compensa, pontuando mais que o adversário. De qualquer forma, a defesa tem seus destaques também, com Kevin Byard liderando o time em tackles e Malcolm Butler, em interceptações. Harold Landry III já deixou seu cartão de visitas com Jackson no jogo passado.
(Foto: Reprodução Twitter/Tennessee Titans)
O JOGO
Por serem times com estilos de jogo parecidos, o caminho da vitória é basicamente o mesmo: parar o ataque terrestre adversário, abrir vantagem rapidamente e controlar o relógio. Foi algo que Tennessee conseguiu fazer em janeiro do ano passado, limitando as corridas de Lamar Jackson e Mark Ingram II. Os Ravens também reduziram o impacto de Henry no jogo da temporada regular, mas a defesa não aguentou a prorrogação e cedeu um TD terrestre longo para o “Avatar”.
Para os Titans, é recomendável deixar um defensive back como spy de Jackson para neutralizar a read-option dos Ravens e forçá-lo a lançar a bola. Embora Lamar tenha melhorado nesse aspecto, seus recebedores sofreram com drops na temporada. Outro ponto importante, do outro lado, é que Tannehill seja rápido o suficiente para identificar e evitar as blitzes de Baltimore.
Os Ravens precisam parar Henry, manter o nível de concentração na defesa e controlar o relógio – algo que Jackson faz muito bem. Outro aspecto importante é não perder tackles, já que os recebedores de Tennessee são fortes e podem conquistar muitas jardas depois da recepção. E a linha ofensiva de Baltimore precisa proteger seu quarterback e abrir espaço para o jogo terrestre.
Pode ser um jogo dominado pelos ataques e com muitos pontos ou então um jogo truncado e controlado pelas defesas. E a diferença pode ser o time de especialistas, unidade em que os Ravens estão bem servidos. Já os Titans precisarão que Gostkowski (ou Sam Sloan) não errem. Um field goal ou mesmo extra point servido pode eliminar uma equipe.
QUEM PODE DECIDIR
Lamar Jackson (Baltimore Ravens): os Ravens jogam muito bem quando seu QB consegue estabelecer um domínio no jogo terrestre porque seu dinamismo abre espaço para outros jogadores no ataque. Por conta disso, Baltimore precisa que Jackson jogue bem se quiser avançar para o round divisional. Seria a primeira vez para o jovem quarterback, que perdeu todos os confrontos de playoffs que disputou.
Calais Campbell (Baltimore Ravens): o veterano é um dos melhores run stoppers e pass rushers da liga. Então, Campbell precisa aparecer e parar Henry se Baltimore quiser ganhar esse jogo. E, se ele for bem, com certeza haverá espaços para que outros jogadores da defesa dos Ravens possam brilhar, como Queen e Judon.
Derrick Henry (Tennessee Titans): o “Avatar” é a principal arma dos Titans e sua movimentação é necessária para puxar a marcação da forte defesa dos Ravens. Se as corridas fluírem, o play action de Tannehill deve encaixar e deixar a classificação mais fácil para o time de Tennessee.
Malcolm Butler (Tennessee Titans): o ataque aéreo é o ponto fraco dos Ravens. Jackson às vezes erra o passe e, em outras, ele é prejudicado por um recebedor que não agarra a bola e deixa a interceptação fácil para o defensor. Pensando nisso, Butler pode ter um dia cheio. Mas se ele “apenas” anular Hollywood Brown já está de bom tamanho.
PALPITE: vitória apertada dos Titans
Com Henry jogando o fino da bola nesta temporada, fica difícil pensar em outro resultado, ainda mais com o corpo de recebedores que os Titans possuem. Tannehill pode não ser um quarterback excepcional, mas ele é eficiente e não precisa lançar muito para levar seu time à vitória. E Jackson ainda tem dificuldades em conduzir uma virada (apesar de ter feito isso voltando do banheiro na partida contra o Cleveland Browns).
Para ganhar, os Ravens precisam ter uma partida impecável, principalmente na defesa, e o ataque precisa conquistar uma margem grande de pontos para forçar Tennessee a lançar a bola. E não podem perder a concentração porque os Titans conseguem buscar a vitória mesmo saindo atrás do placar.
AGENDA DO JOGO
Dia: 10/01/2021
Horário: 15h05, horário de Brasília
Local: Nissan Stadium, em Nashville (Tennessee)
Transmissão para o Brasil: ESPN