PRÉVIA NFL 2021: #5 Los Angeles Rams
De quarterback novo, os Rams esperam ter um ataque afiado e sua defesa no auge para buscar o sonhado título
Há um ano eu escrevia a prévia do Los Rams e mencionei que a temporada seria uma prova de qualidade sobre o ataque, o grande teste para Jared Goff e Sean McVay. Com um grupo de novatos no jogo terrestre e sem os astros Todd Gurley e Brandin Cooks, o ano provou ser um divisor de águas que eventualmente dividiu Goff de McVay e os Rams. Sem os problemas na OL que aterrorizaram a temporada de 2019, e com um jogo terrestre que superou expectativas, todo cenário estava montado para um retorno à elite de Goff, mas o que tivemos foi bem longe disso.
Pela primeira vez na era McVay, os Rams foram um time carregado por sua defesa, que foi de longe a melhor da liga, podendo até entrar na conversa de uma das melhores de todos os tempos. Porém o ataque aéreo mais uma vez regrediu, visivelmente destruindo o relacionamento entre McVay e Goff. Mas essa coluna não é sobre o passado e sim sobre o futuro, e o futuro de Los Angeles parece brilhar como o sol californiano.
A offseason dos Rams começou antes do final da temporada 2020-2021, quando na semana do Super Bowl foi anunciada a troca com o Detroit Lions que levou Goff e um bocado de escolhas de primeiro round pelo também quarterback Matthew Stafford. Stafford é indiscutivelmente o melhor QB na história dos Lions, detentor de praticamente todos os recordes que um QB pode ter na franquia. Ele sempre foi considerado um QB de elite que sofreu com anos de um time mal administrado, que raramente foi competitivo, e sai com a esperança de encerrar sua carreira com algo que o escapou durante mais de uma década em Detroit: títulos.
A empolgação com seu novo reforço é evidente em Sean McVay, que vê em Stafford a oportunidade de montar um ataque mais complexo e contar com um QB com a capacidade de ler defesas e esticar jogadas com seu controle do pocket, algo que afundou Goff em LA nos últimos dois anos. Eu vejo Stafford um upgrade substancial a Goff, cabe a McVay realmente montar um ataque que vai extrair o máximo do seu novo discípulo, mas pelo que temos visto no camp e a confiança que temos em McVay, temos índices de que o time deve voltar à forma de 2017-2018.
Do lado negativo os Rams também perderam varias peças dentro e fora de campo. Como é de praxe, vários treinadores saíram do time para outros rumos. Nomes importantes como Joe Barry, Aubrey Pleasant e Shane Waldron assumiram cargos mais relevantes em outros clubes, sem contar com a perda mais badalada: Brandon Staley, após um ano de coordenador defensivo, assumiu o cargo de head coach no vizinho Los Angeles Chargers.
Nomes importantes entre os jogadores também deixaram o time, como John Johnson e Troy Hill, que foram para os Browns, Michael Brockers pros Lions, Austin Blythe pros Chiefs. Desses, o único que vejo fazendo falta seria Johnson, mas o time conta com uma excelente safra de jovens safeties como Terrell Burgess e Jordan Fuller para suprir esse vácuo. Fora de campo é outra historia. Foram mais de 10 treinadores saindo do time, e o impacto que a saída de Staley vai ter nessa defesa é impossível de prever. Porém, Raheem Morris (novo DC) tem uma amizade antiga com McVay (desde a época de Tampa) e McVay parece ter um ótimo olho para auxiliares, o que traz confiança na sua escolha de DC.
Em termos de turnover da offseason, os Rams dependem muito do resultado da troca de Stafford e da continuidade da defesa. Se o quarterback conseguir resgatar o ataque de McVay melhorando em uns 30%, e se Morris conseguir manter a defesa pelo menos perto do nível do ano passado, esse time será difícil de bater. Muito disso vai depender da qualidade dos jovens talentos de primeiro e segundo ano. Segundanistas como Fuller, Burgess e Van Jefferson precisam dar um pulo para o próximo nível. Os calouros também são bem promissores. Jacob Harris parece ser exatamente o que faltava ao time. Há anos eu peço um especialista em “jump balls”, aquele jogador em que o QB pode lançar a bola alta e deixar ele disputar (e vencer) do marcador. Tudo indica que Harris pode ser esse cara.
Disparado o jogador mais impressionante entre os calouros, Harris crava uma vaga no esquema de McVay jogando fora do núcleo do ataque. O técnico vai buscar no TE/WR híbrido uma arma de mismatches que promete adicionar mais um tempero nos ataques do jovem gênio.
No lado defensivo, Earnest Jones (ILB) e Chris Garrett (EDGE) parecem ser exatamente o que a defesa precisava: um ILB que consegue ler ataques e orquestrar o meio da defesa; e em Garrett um pass rusher nato que pode aproveitar os bloqueios individuais que sobram quando os times focam em Aaron Donald. Talvez este ano seja um pouco cedo para apostar tanto nesses três calouros, afinal são apostas para o futuro. Mas o fato de Les Snead (GM) ter encontrado junto a McVay e seus olheiros essas pérolas no fundo do Draft mais uma vez passa muito confiança que o time briga por muitos anos pelo topo da tabela.
(Foto: Dustin Bradford/Getty Images)
Principais chegadas: Matthew Stafford (QB, troca com os Lions) vem para assumir o que tem sido um dos grandes problemas desse time nos últimos dois anos, na posição mais importante.
DeSean Jackson (WR, free agent) vem como o deep threat que faltou no elenco com a saída de Cooks. Jackson ainda tem a velocidade para destruir defesas, só tem que se manter saudável, algo que não acontece há anos.
Sony Michel (RB, troca com os Patriots). A contusão de Cam Akers, que está fora da temporada, bagunçou os planos de McVay. O time acreditava em um sistema de OL diferente, mais forte e menos ágil, para ajudar a abrir espaço para seu novo every down back. Akers assumiria a grande parte dos snaps como Todd Gurley fazia e todo o jogo terrestre seria montado em volta dele. Com sua contusão, Darrelle Henderson e agora Sony Michel fazem parte de um comitê de RBs, a nova moda na NFL. Os dois se complementam bem. Michel provavelmente operando como um power back e Hendo carregando os snaps de passe. Afinal, o último RB de Geórgia deu certo nos Rams (Todd Gurley).
Principais saídas: John Johnson S (free agent, Browns), Troy Hill CB (free agent, Browns), Michael Brockers DT (trocado pros Lions), Austin Blythe C (free agent, Chiefs), Samson Ebukhan EDGE (free agent, 49ers) e Gerald Everett TE (free agent, Seahawks).
Ponto forte: Mais de 1000 palavras e finalmente mencionei o nome de Aaron Donald. O melhor jogador de sua posição, um dos melhores da historia, Donald vem de mais uma campanha eleito DPOY. Junto com Jalen Ramsey, os Rams contêm o melhor pass rusher e o melhor jogador de cobertura da liga, fica fácil pro DC montar uma baita defesa. Com esses dois saudáveis acho muito improvável que essa defesa não fique entre as 10 melhores da liga. Morris promete continuar o sistema criado por Staley, com safeties operando como um tipo de coringa, caindo pela marcação como DBs ou entrando por dentro “da caixa” como LBs. Evidente que pelo fato do time ter mantido tantos no elenco, e com Ramsey sempre marcando o melhor recebedor do time, sendo por fora ou como um nickel.
Aaron Donald busca fazer história, se tornando o único jogador a vencer o premio de DPOY por quatro vezes, se distanciado de JJ Watt e Lawrence Taylor. Com o Super Bowl no SoFI Stadium, uma segunda chance de levantar o Lombardi e cravar seu nome na historia como o melhor defensor de todos os tempos, Donald terá toda motivação que ele nem precisa para ter mais uma temporada histórica. Pessoalmente, estou muito curioso pra ver o resultado dessa defesa este ano.
Ponto fraco: Interior da OL. Com a saída de Blythe o plano era jogar Austin Corbett para center e Bobbie Evans para guard. Porém, Evans foi tão mal no training camp que uma semana antes do primeiro jogo da preseason, Corbett voltou para guard e Brian Allen foi para center. A conversa do camp é que Allen evoluiu muito este ano, porém a última vez que o vimos como titular foi um completo desastre. Esse é o indiscutível elo fraco do time, que pode atrapalhar muito as atuações do novo QB.
Calouro pra ficar de olho: Jacob Harris, TE. Como mencionei acima, Harris impressionou todo mundo que o viu no camp e na preseason. Com tamanho de OL e velocidade de um WR, ele promete ser um pesadelo para as coberturas. Com pouco tempo jogando o esporte, ele ainda tem que evoluir bastante. Mas já fez McVay criar uma nova função para ele dentro do time. Não ficaria nada surpreso se até o final da temporada Harris tenha se transformado na principal arma dos Rams na red zone.
Campanha 2020: 10-6 e uma vitória no Wild Card
Projeção para 2021: 13-4
Técnico: Sean McVay (43-21)
Briga por: Super Bowl
TABELA 2021
Semana 1: Bears @ Rams SNF
Semana 2: Rams @ Colts
Semana 3: Buccaneers @ Rams
Semana 4: Cardinals @ Rams
Semana 5: Rams @ Seahawks TNF
Semana 6: Rams @ Giants
Semana 7: Lions @ Rams
Semana 8: Rams @ Texans
Semana 9: Titans @ Rams SNF
Semana 10: Rams @ 49ers MNF
Semana 11: Bye week
Semana 12: Rams @ Packers
Semana 13; Jaguars @ Rams
Semana 14: Rams @ Cardinals MNF
Semana 15: Seahawks @ Rams
Semana 16: Rams @ Vikings
Semana 17: Rams @ Ravens
Semana 18: 49ers @ Rams
POWER RANKING THE PLAYOFFS 2021
Los Angeles Rams: posição 5
Melhor nota: 9,5 / Pior nota: 7,5
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Alex Torrealba, Fabio Garcia, Fernando Ferreira, Gabriel Mandel, José Ferraz e Luis Felipe Saccini. Os seis deram notas de 5 a 10 para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 32.