PRÉVIA NFL 2021: #4 Green Bay Packers
Na possível última temporada de Rodgers, os Packers esperam nada menos que um título
Parecia ser um 2020 dos sonhos para o Green Bay Packers. Todos os fatores que caracterizavam um favorito ao título vinham criando expectativas cada vez maiores com o decorrer das semanas nos torcedores da franquia que mais levou troféus da NFL.
Começando com Aaron Rodgers, que voltou a ter uma temporada de MVP. Além de um expressivo 121,5 de rating (segunda melhor marca da história da liga, atrás apenas do seu próprio recorde de 2011), o camisa 12 candidatíssimo a Hall da Fama na primeira indicação anotou mais touchdowns (48) que GB teve de punts (46) no ano passado.
Obviamente, Rodgers não estava só. Davante Adams e Aaron Jones tiveram temporadas excepcionais, passando das 1.000 jardas. Indo além, o QB acompanhou de perto o surgimento de peças até então desconhecidas e/ou desvalorizadas. O wide receiver Marquez Valdes-Scantling se tornou fundamental para a profundidade do ataque. Já o tight end Robert Tonyan (11 touchdowns em 2020) era uma verdadeira ameaça na red zone.
O jogo corrido vinha dando trabalho. A linha ofensiva continuava de elite (David Bakhtiari, Corey Linsley e Elgton Jenkins receberam nomeações para All-Pro ou Pro Bowl). Até mesmo Mason Crosby, que há anos vinha sendo contestado, do dia pra noite virou o kicker mais confiável do país.
E aí chegamos no ponto crucial: a defesa. Sim, o setor que vinha sendo o problema crônico nas últimas temporadas, mas que ao longo de 2020 vinha apresentando melhoras na parte final da temporada, voltou a falhar na final da NFC contra o Tampa Bay Buccaneers. Kevin King bobeou e cedeu um touchdown pouco antes do intervalo e Chandon Sullivan permitiu algumas conversões de terceira descida. Contra um time que tem Tom Brady, isso é a receita para a derrota.
Porém, o momento do confronto que todos vão lembrar partiu da beira do gramado. Faltando pouco mais de dois minutos para o fim, LaFleur tinha uma importante decisão a tomar. Ou arriscaria a quarta descida ou tentaria o field goal. Decidiu confiar na sua defesa e se deu mal. Kevin King provocou uma falta de pass interference que deu a vitória ao adversário. Agora, Green Bay tem uma vitória e quatro derrotas no confronto decisivo que leva ao Super Bowl com Aaron Rodgers no comando.
Muitos não utilizariam o termo “decepcionante” para caracterizar a temporada passada justamente por se tratar apenas do segundo ano de LaFleur sob o comando dos Packers. Dada a ótima relação criada entre Rodgers e o HC em tão pouco tempo, o futuro próximo parecia despertar sensações positivas. Mas…
Veio a offseason e talvez a maior novela que a NFL presenciou nos últimos tempos. A presença de Jordan Love, prospecto que Green Bay subiu para pegar na primeira rodada no Draft de 2019, não afetou em nada o desempenho do camisa 12 em 2020. Muito pelo contrário. Serviu para motivar o veterano, que foi lá e teve o ano que teve.
No entanto, o camisa 12 nunca escondeu o quão frustrado ele ficou quando o general manager da equipe, Brian Gutenkust, optou pelo futuro (Love) ao invés do presente (dar armas para Rodgers). E os níveis de frustração foram aumentando até que Adam Schefter, da ESPN americana, lançou a bomba em abril deste ano, um dia antes do Draft, dizendo que um dos grandes ídolos da franquia simplesmente queria deixar a equipe.
O desespero tomou conta da mídia, torcedores e, certamente, dos dirigentes dos Packers. Aaron Rodgers não compareceu aos OTAs – abrindo mão de uma bonificação de US$ 500 mil – e também não se apresentou para o minicamp obrigatório. A trégua ocorreu já no final do mês de julho e ambas as partes chegaram a um acordo financeiro.
2021 tem tudo para ser a “Last Dance” (referência, inclusive, enfatizada através posts de alguns jogadores do time durante esta offseason) de um dos maiores jogadores da história do esporte na equipe que o revelou e colocou neste patamar de grandiosidade. Só resta saber qual o ritmo musical Rodgers e os Packers vão dançar: um dramático tango ou um animado rock n’ roll.
(Foto: Reprodução Twitter/Green Bay Packers)
Principais chegadas: Voltando aos velhos tempos do general manager Ted Thompson, Green Bay não fez grandes investidas na free agency – muito porque não possuía salary cap suficiente para tal. Gastou o pouco que tinha para trazer Aaron Jones de volta. A cara nova que chama mais atenção é a do linebacker De’Vondre Campbell, ex-Falcons e que passou a última temporada nos Cardinals. Campbell deve ser titular na semana 1 apesar de vir de duas temporadas nada produtivas.
Principais saídas: Corey Linsley, excelente center que ficou mais de meia década no Lambeau Field, foi embora. Os Packers não podiam pagar os US$ 62,5 milhões que o Los Angeles Chargers ofereceu. Baixa importante para a OL dos cabeças de queijo, ainda mais se consideramos que David Bakthriari está fora até a semana 7 por conta de uma ruptura no LCA do joelho. O running back Jamaal Williams, que além do seu carisma vinha sendo um bom reserva para Aaron Jones, também se foi.
Ponto forte: Quando seu time retorna um MVP e um WR top 5 e um RB top 4 em jardas no ano passado para o outono seguinte, fica impossível não destacar o ataque como o ponto forte. AJ Dillon terminou a temporada de calouro muito bem correndo com a bola. Robert Tonyan e MVS, já mencionados neste texto, estão de volta. Adicione ainda o WR novato Amari Rodgers. Para completar, Aaron Rodgers ainda ajudou a trazer um velho amigo: Randall Cobb.
Ponto fraco: A defesa é, para dizer o mínimo, uma incógnita para os Packers. A começar pelo seu novo coordenador. Joe Barry impressionou Matt LaFleur e os dirigentes da franquia nas entrevistas, mas seu currículo como DC em Detroit e Washington não é nada invejável.
O retorno de Kevin King representou um tapa na cara dos torcedores e o novato Eric Stokes foi irregular na pré-temporada. A DL ainda conta com Kenny Clark, mas nada muito além. ZaDarius e Preston Smith caíram de produção em 2020 e terão que se provar novamente – o promissor Rashan Gary corre por fora. Com bastante dificuldade de parar o jogo corrido em 2020, o miolo do setor ainda parece ser o elo mais fraco no meio de um departamento cheio de interrogações.
Calouro para ficar de olho: Não é um nome que causa muito impacto por se tratar de um OL, mas o guard Royce Newman, escolha de terceira rodada vindo de Ole Miss, teve excelente desempenho na pré-temporada (sendo um dos melhores ranqueados pelo Pro Football Focus). Como terceira opção para backfield, os Packers trouxeram Kylin Hill já no final do Draft.
Campanha em 2020: 13-3
Projeção 2021: 13-4
Técnico: Matt LaFleur (desde 2019; recorde: 26-6)
Briga por: Super Bowl
TABELA 2021
Semana 1: New Orleans Saints (fora)
Semana 2: Detroit Lions (casa)
Semana 3: San Francisco 49ers (fora)
Semana 4: Pittsburgh Steelers (casa)
Semana 5: Cincinnati Bengals (fora)
Semana 6: Chicago Bears (fora)
Semana 7: Washington Football Team (casa)
Semana 8: Arizona Cardinals (fora)
Semana 9: Kansas City Chiefs (fora)
Semana 10: Seattle Seahawks (casa)
Semana 11: Minnesota Vikings (f0ra)
Semana 12: Los Angeles Rams (casa)
Semana 13: Bye week
Semana 14: Chicago Bears (casa)
Semana 15: Baltimore Ravens (fora)
Semana 16: Cleveland Browns (casa)
Semana 17: Minnesota Vikings (casa)
Semana 18: Detroit Lions (fora)
POWER RANKING THE PLAYOFFS 2021
Green Bay Packers: posição 4
Melhor nota: 9,5 / Pior nota: 7,5
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Alex Torrealba, Fabio Garcia, Fernando Ferreira, Gabriel Mandel, José Ferraz e Luis Felipe Saccini. Os seis deram notas de 5 a 10 para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 32.