PRÉVIA NFL 2021: #32 Houston Texans
Após figurar entre as melhores equipes da conferência, movimentos custam caro e Texans deve amargar ano terrível
O dia 12 de janeiro de 2020 colocava o Houston Texans dentro do Arrowhead Stadium, para enfrentar o Kansas City Chiefs pelo Divisional Round. Ao final do primeiro quarto, os visitantes venciam por 21 a 0, chocando Patrick Mahomes, Andy Reid e praticamente o mundo todo em choque. Bill O’Brien, então head coach e general manager, opta duas vezes de forma errada por arriscar em quartas descidas, os Chiefs voltam ao jogo e vencem por 51 a 31.
Desde o final daquele primeiro quarto, os Texans só pioraram. O time viu grandes astros (e líderes) como DeAndre Hopkins e JJ Watt saírem – ambos para os Cardinals. Além disto, o único jogador de exceção que sobrou, o quarterback Deshaun Watson, garante que não jogará novamente pela franquia e, ao mesmo tempo, responde a mais de 20 processos por constrangimento e violência sexual.
Com a saída de O’Brien da função de GM, os Texans contrataram Nick Caserio, ex-New England Patriots e um dos principais responsáveis pelos Drafts recentes da equipe de Foxborough. Para o cargo de head coach, a equipe escolheu David Culley, com vasta experiência como treinador de posições ao longo da liga, mas um calouro como HC.
A necessidade em Houston é de reconstrução, tendo poucas coisas realmente boas a se falar da franquia. Em virtude do legado de O’Brien, não havia escolhas de Draft nas duas primeiras rodadas este ano e, na terceira, o time optou por pegar o melhor QB disponível, em virtude de Watson não querer mais jogar no Texas.
O ataque da equipe segue contando com uma linha ofensiva que é, no máximo, média. A presença de Laremy Tunsil aumenta um pouco o valor da unidade, mas ela deve ficar bem exposta tendo QBs que não se livrem tão bem da pressão como Watson. O backfield talvez seja a área mais completa, com destaque para a presença do veterano Mark Ingram e do muito competente Phillip Lindsay. O time ainda conta com David Johnson, que foi muito caro, mas já teve bons anos na NFL e pode contribuir.
A unidade ofensiva ainda conta com recebedores experientes, mas não necessariamente bons. Brandin Cooks nunca foi um alvo número 1, e seus problemas de concussão podem atrapalhar ao longo do ano. A troca por Anthony Miller traz um jogador de bastante qualidade, mas que seguirá jogando sem muita ajuda dos QBs, como aconteceu em Chicago. Por fim, o WR Nico Collins vale o destaque. Selecionado de Michigan, é um calouro que pode aproveitar a falta de talento do roster para provar seu valor e se estabelecer entre os profissionais.
Entre os QBs, Jeff Driskel, Tyrod Taylor e o novato Davis Mills – considerando Watson fora. Driskel já teve alguns jogos como titular por outras franquias, e, com certeza, não é a resposta. Mills deve aguardar uma oportunidade enquanto refina seu jogo. Portanto, a opção mais simples de titular é Taylor, que era dono da posição de Justin Herbert nos Chargers até ter seu pulmão perfurado pelo médico da própria equipe.
Na defesa, a perda de JJ Watt deve afetar muito, não somente pela qualidade do futuro Hall da Fama, mas também pela ausência de uma liderança de tanto peso no setor. O esquema deve ser mantido (3-4), com os maiores expoentes sendo jogadores veteranos em final de carreira – como Whitney Mercilus – ou jovens que nunca provaram o que se espera, casos de Shaq Lawson e Vernon Hargreaves. Destaco meu jogador favorito da unidade: Justin Reid, o jovem free safety que deve ser um poucos pontos de brilho da equipe.
(Foto: Reprodução Twitter/Houston Texans)
Principais chegadas: Muitos veteranos, pouca expectativa. As principais chegadas de jogadores, como afirmei acima, não dão muitas esperanças. No ataque, Ingram e Lindsay podem oferecer bastante variação ao jogo terrestre, que dependerá da OL para avançar mais no campo. Além destes, Rex Burkhead chega para completar o setor e o WR Anthony Miller.
Na defesa, Shaq Lawson não é resposta, mas é o nome a se destacar como chegada. O time ainda adicionou o linebacker Christian Kirksey, que passou a última temporada em Green Bay, mas não conseguiu se manter saudável mais uma vez.
Principais saídas: Como vem sendo frequente nos últimos anos, esta lista é bem maior. JJ Watt, como dito, deve ser a saída mais sentida, tanto pelo campo quanto pelo extracampo. O ataque perdeu a presença de Will Fuller, que assinou com os Dolphins, e era um dos WRs de velocidade mais cobiçados da última free agency. O tight end Darren Fells, arma de confiança em determinados momentos, foi para os Lions. Esta lista pode – e deve – ganhar o nome de Deshaun Watson, marcando de vez o fim daquela temida equipe que quase venceu Mahomes nos playoffs.
Ponto forte: Honestamente, não tem. Mas o menos pior é o grupo de running backs, composto por David Johnson, Rex Burkhead, Mark Ingram e Phillip Lindsay. Todos estes jogadores já contribuíram significativamente para outras equipes em anos recentes, de modo que podem ajudar a roubar umas vitórias para uma equipe que deve enfrentar todos os adversários do ano na condição de zebra.
Ponto fraco: O time é muito fraco, mas destaco a secundária como o pior ponto. O grupo de cornerbacks é, especialmente, o mais preocupante, ainda que o setor de ILBs seja também bem fraco. Entre os CBs, a aposta é o veterano Vernon Hargreaves para comandar o grupo, mas ele jamais comprovou o investimento de Draft. Há, ainda, a presença de Desmond King, que fez alguns bons jogos nos Chargers, mas deve ser bem mais exposto no esquema atual dos Texans. Se o pass rush não for efetivo (e não deve ser), a secundária vai sofrer bastante ao longo do ano.
Calouro para ficar de olho: Nico Collins, WR de Michigan. O jogador era um dos poucos brilhos de qualidade na equipe dos Wolverines, mesmo jogando sem quarterback. Com a presença dos veteranos, pode extrair alguns atalhos para melhorar seu jogo, refinar as rotas e surgir como o rosto de renascimento de uma franquia que só deve encontrar sucesso daqui alguns bons anos.
Campanha 2020: 4-12
Projeção para 2021: 3-14
Técnico: David Culley (estreante)
Briga por: 1ª escolha no Draft
TABELA 2021
Semana 1: Jaguars (casa)
Semana 2: Browns (fora)
Semana 3: Panthers (casa)
Semana 4: Bills (fora)
Semana 5: Patriots (casa)
Semana 6: Colts (fora)
Semana 7: Cardinals (fora)
Semana 8: Rams (casa)
Semana 9: Dolphins (fora)
Semana 10: Bye week
Semana 11: Titans (fora)
Semana 12: Jets (casa)
Semana 13: Colts (casa)
Semana 14: Seahawks (casa)
Semana 15: Jaguars (fora)
Semana 16: Chargers (casa)
Semana 17: 49ers (fora)
Semana 18: Titans (casa)
POWER RANKING THE PLAYOFFS 2021
Houston Texans
Melhor nota: 5,5 / Pior nota: 5
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Alex Torrealba, Fabio Garcia, Fernando Ferreira, Gabriel Mandel, José Ferraz e Luis Felipe Saccini. Os seis deram notas de 5 a 10 para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 32.