PRÉVIA NFL 2021: #22 Indianapolis Colts
Agora com Carson Wentz, Colts esperam ter encontrado a peça final para completar o quebra-cabeça do Super Bowl
Há três anos, o Indianapolis Colts estava com o futuro da posição de quarterback absolutamente assegurado com a presença de Andrew Luck. Mas a inesperada aposentadoria do então titular levou a uma situação incomum para a franquia. De lá para cá, o time teve três titulares diferentes na semana de abertura da temporada. Para 2021, a expectativa é enfim encontrar estabilidade na posição e dar o passo final na caminhada rumo ao Super Bowl.
A troca por Carson Wentz, que vinha se desenhando desde o final da última temporada, foi a principal movimentação dos Colts durante a offseason. O começo não foi dos melhores, com o quarterback sofrendo uma lesão no pé ainda no início dos trabalhos do training camp e sendo submetido a uma cirurgia. As previsões apontam que Wentz terá condições de jogar logo na semana 1. Data de estreia à parte, fato é que as pretensões dos Colts para 2021 e além dependem primariamente do novo quarterback.
Em 2020, com Philip Rivers no último ano de carreira e já longe dos melhores dias, o time de Indianapolis superou um início com oscilações e demonstrou lampejos de um concorrente ao título. Agora contando com uma das melhores defesas da NFL, liderada por um front seven invejável, os Colts querem provar que é possível superar o que foi apresentado no último ano.
As renovações do head coach Frank Reich e do general manager Chris Ballard são mais uma confirmação das pretensões: os Colts acreditam que é possível conquistar um Super Bowl com o atual grupo. Embora 2021 não seja necessariamente um ano de tudo ou nada, a temporada será inegavelmente crucial para determinar se o Indianapolis Colts pode de fato ser considerado um contender legítimo.
(Foto: Reprodução Twitter/Indianapolis Colts)
Principais chegadas: A resposta só poderia ser uma: Carson Wentz. Reunido a Frank Reich, responsável por conduzir a melhor temporada da carreira do signal-caller no Philadelphia Eagles, Wentz chega a Indianapolis com a expectativa de recuperar a forma apresentada em 2017. Vindo do pior ano da carreira, o quarterback encontrará um cenário completamente diferente comparado ao dos Eagles.
Atrás de uma das melhores linhas ofensivas da NFL, com um excepcional apoio do jogo terrestre, um sólido grupo de recebedores e um sistema ofensivo que facilita o trabalho do QB, Wentz tem todas as peças e condições à disposição para render o que se espera. O problema é saber quando ele estreia, já que passou por uma cirurgia recentemente na offseason.
Fora a adição do novo franchise quarterback, a offseason dos Colts foi, como de praxe, pouco movimentada na free agency. Chris Ballard manteve T.Y. Hilton, Xavier Rhodes e Marlon Mack no time. Mantendo o hábito de poupar espaço no cap para extensões futuras, o general manager mais uma vez depositou a confiança no grupo construído ao longo dos quatro anos no cargo.
Com um buraco na posição de left tackle após a aposentadoria de Anthony Castonzo, o time trouxe o veterano Eric Fisher. Ainda recuperando-se de uma grave lesão no tendão de Aquiles, Fisher é dúvida para o início da temporada. Reforçando o depth na posição, os Colts trouxeram também Julie’n Davenport, Will Holden e Sam Tevi.
No Draft, os Colts buscaram reforçar o grupo de edge rushers, uma das principais fraquezas do elenco. Kwity Paye foi selecionado na primeira rodada e chega para liderar o front four junto a DeForest Buckner. Outro nome que pode contribuir já no primeiro ano é o wide receiver Mike Strachan, selecionado na sétima rodada.
(Foto: Reprodução site oficial/Indianapolis Colts)
Principais saídas: No lado ofensivo, a saída mais sentida foi, sem dúvidas, a aposentadoria de Anthony Castonzo. Depois de flertar com a possibilidade em 2020, o left tackle retornou ao time em um acordo de dois anos. Mas, sofrendo mais uma vez com lesões na última temporada, o veterano decidiu encerrar definitivamente a carreira. Encontrar um substituto à altura de um dos tackles mais consistentes da NFL não será uma tarefa simples. Ainda no ataque, Jacoby Brissett deixa os Colts após quatro temporadas. Sem um backup experiente, o time tem como opções os novatos Jacob Eason e Sam Ehlinger. O tight end Trey Burton e os tackles La’Raven Clark e Chaz Green também deixaram o time.
A maior parte das baixas ocorreu na defesa. Justin Houston (Baltimore Ravens) e Denico Autry (Tennessee Titans) deixam o time após duas e três temporadas respectivamente. Embora os Colts possuam profundidade entre pass rushers para suprir as ausências, a experiência da dupla e em especial a liderança de Houston certamente farão falta. Com a ascensão de Bobby Okereke, os Colts também optaram por não renovar o linebacker Anthony Walker. Malik Hooker, que não teve a opção de quinto ano acionada, também deixou o time após uma sequência decepcionante e marcada por lesões. A comissão técnica perdeu o coordenador ofensivo Nick Sirianni, agora head coach do Philadelphia Eagles.
Ponto forte: O jogo terrestre. Jonathan Taylor explodiu na reta final da temporada e deve aparecer como um running back top 5 em 2021. Com a extensão inesperada de Marlon Mack, os Colts formam um ótimo 1-2 de running backs, ambos com potencial para atingir a marca de mil jardas. Além da dupla, o depth chart conta ainda com Nyheim Hynes, principal pass-catching back do elenco, e de Jordan Wilkins como o change of pace back. Em um ataque que opera primariamente em função do jogo terrestre, a distribuição de talento no grupo facilitará consideravelmente o trabalho de Carson Wentz ao longo da temporada.
A linha ofensiva, ponto forte do time nos últimos anos, precisará resolver o problema na posição de left tackle. Caso Eric Fisher retome a forma ao voltar da lesão, a unidade permanecerá entre as melhores da NFL.
Ponto fraco: A secundária segue como motivo para preocupação, e é o que impede a defesa dos Colts de entrar definitivamente na discussão de melhor defesa da NFL. O grupo de cornerbacks é a maior preocupação. Kenny Moore segue como o principal nome, mas não terá condições de carregar o piano como um slot corner. A dupla Xavier Rhodes e Rock Ya-Sin deve enfrentar problemas contra recebedores de maior qualidade. Apesar do bom desempenho de Rhodes em 2020, garantindo uma merecida extensão, o veterano está longe dos melhores dias da carreira. Ya-Sin, agora no terceiro ano como profissional, ainda é extremamente inconsistente – e as atuações negativas superam as positivas.
Os safeties ao menos oferecem um sopro de esperança. Khari Willis segue evoluindo, e deve ser ainda melhor no terceiro ano. Já Julian Blackmon, apesar das oscilações esperadas de um novato, provou ser o free safety que o time buscava. A pouca experiência, entretanto, poderá pesar em momentos importantes.
Calouro para ficar de olho: Mike Strachan. Vindo da Divisão II da NCAA, o wide receiver chamou pouca atenção no Draft. Primeiro jogador a ser escolhido na sétima e última rodada, o bahamense rapidamente encontrou espaço e foi uma das principais surpresas do training camp. Alto e extremamente veloz, Strachan demonstrou habilidade para alongar o campo e sabe utilizar o tamanho para garantir a bola em recepções contestadas. O novato ainda é um jogador cru, mas possui talento bruto para se tornar um titular no futuro. Strachan deve contribuir como parte da rotação em 2021, e não será nenhuma surpresa vê-lo mais envolvido no esquema ofensivo com o desenrolar da temporada.
Obviamente, cabe menção a Kwity Paye. Nomeação mais óbvia para principal calouro dos Colts na temporada, o defensive end chega para ser o principal edge rusher da equipe. Extremamente atlético, Paye possui o perfil de jogador buscado pelo coordenador defensivo Matt Eberflus, e deve ancorar o front four junto a DeForest Buckner pelos próximos anos.
(Foto: Reprodução site oficial/Indianapolis Colts)
Campanha em 2020: 11-5
Projeção para 2021: 13-4
Técnico: Frank Reich (desde 2017) – histórico: 28-20 (1-2 em playoffs)
Briga por: Final da AFC. Caso o time encaixe como esperado, os Colts podem aparecer entre os concorrentes diretos ao título da conferência e a consequente vaga no Super Bowl.
TABELA 2021
Semana 1: Seahawks (casa)
Semana 2: Rams (casa)
Semana 3: Titans (fora)
Semana 4: Dolphins (fora)
Semana 5: Ravens (fora)
Semana 6: Texans (casa)
Semana 7: 49ers (fora)
Semana 8: Titans (casa)
Semana 9: Jets (casa)
Semana 10: Jaguars (casa)
Semana 11: Bills (fora)
Semana 12: Buccaneers (casa)
Semana 13: Texans (fora)
Semana 14: Bye week
Semana 15: Patriots (casa)
Semana 16: Cardinals (fora)
Semana 17: Raiders (casa)
Semana 18: Jaguars (fora)
POWER RANKING THE PLAYOFFS 2021
Indianapolis Colts: posição 22
Melhor nota: 8 / Pior nota: 6
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Alex Torrealba, Fabio Garcia, Fernando Ferreira, Gabriel Mandel, José Ferraz e Luis Felipe Saccini. Os seis deram notas de 5 a 10 para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 32.