PRÉVIA NFL 2021: #20 Chicago Bears
A chegada de Justin Fields renasce a esperança dos torcedores por tempos melhores em Chicago
O Chicago Bears entra na temporada de 2021 da NFL com grandes incógnitas no seu caminho. A franquia tenta sair do limbo das duas campanhas passadas, quando terminou com um recorde de 8-8 e alcançou os playoffs em 2020 via wild card, sendo eliminado para o New Orleans Saints na primeira partida da pós-temporada.
2021 tem tudo para ser um ano importante para o futuro da franquia. O general manager, Ryan Pace, entra pressionado por um bom desempenho na temporada após assumir o comando das operações em 2015. Desde então, foram apenas duas aparições nos playoffs e uma única campanha positiva (12-4 em 2018). Pace ainda teve o privilégio que poucos na sua função ao redor da liga recebem: continuar no cargo após errar na escolha de um quarterback no Draft. Em um recrutamento com nomes como Patrick Mahomes e Deshaun Watson, o GM efetuou uma troca e subiu para a segunda posição para selecionar Mitchell Trubisky, escolha muito questionada na época. O resto é história…
Quatro anos depois, Pace pode se redimir em mais um recrutamento agressivo, onde os Bears subiram da escolha 23 para a 11, enviando sua pick de primeira rodada de 2022 para o New York Giants, para selecionar o QB Justin Fields. Não satisfeito, na segunda rodada o GM subiu novamente para endereçar uma posição carente no elenco, a de left tackle, selecionando Teven Jenkins. As duas escolhas deixam o torcedor animado, podendo serem consideradas steals daqui alguns anos e assim limpando a imagem do GM.
Matt Nagy, técnico do time desde 2018, também entra em 2021 pressionado. Considerado por muitos como uma grande mente ofensiva, ele foi assistente de Andy Reid por muitos anos e logo de cara demonstrou capacidade de se tornar um grande head coach na liga, sendo eleito o técnico do ano pela NFL após conduzir os Bears ao título da NFC Norte no seu ano de estreia e potencializar Trubisky, fazendo com que o QB fosse eleito para o Pro Bowl daquela temporada. O head coach terá um papel semelhante na moldagem de Fields em seu ano de calouro, e o desempenho do produto de Ohio State em sua primeira temporada poderá ser fundamental para uma permanência do treinador.
Chicago tem um elenco estabelecido com estrelas dos dois lados da bola. Khalil Mack é o grande nome da defesa, que produziu abaixo do esperado em 2020, ficando na metade da tabela em praticamente todas as estatísticas defensivas. O sistema ainda conta com nomes como Roquan Smith, Eddie Goldman e Akiem Hicks. O desempenho decepcionante levou a mudanças na comissão técnica. Chuck Pagano se aposentou e deu lugar ao novo coordenador defensivo, Sean Desai. A equipe ainda perdeu Kyle Fuller, seu principal cornerback, e aposta suas fichas no segundanista Jaylon Johnson, que fez uma boa temporada de calouro.
No ataque, os Bears mantiveram a sua principal estrela. O wide receiver Allen Robinson recebeu a franchise tag e permanece na franquia por pelo menos mais um ano. Ele será peça fundamental no sistema do coordenador ofensivo Bill Lazor, que busca melhorar o desempenho do seu setor no seu segundo ano na função. Outro recebedor para ficarmos de olho é Darnell Mooney. O jogador foi uma grata surpresa em seu ano de calouro e mostrou que pode se tornar um WR2 confiável. Quem também terminou a temporada em alta foi o running back David Montgomery. Nas últimas seis semanas, o RB foi um dos melhores da liga correndo com a bola.
Porém, para que Chicago consiga disputar o título da NFC North em 2021 ou almejar uma vaga no wild card, a equipe precisará contar um com ótimo desempenho do seu quarterback, seja lá quem for. A tendência é que Andy Dalton seja o titular nas primeiras semanas, mas caso os resultados não apareçam de imediato, Fields pode receber sua oportunidade mais cedo do que se espera.
Lembrando que os Bears têm um dos calendários mais difíceis entre todos os times da liga e na minha visão, estão um passo atrás dos Packers e Vikings na disputa pela divisão. O fato de ser conduzido por um quarterback que já passou do seu auge e hoje é apenas um tapa-buraco também contribui para minha projeção. Mesmo com uma possível titularidade de Fields, a história mostra que é não é comum um QB calouro conduzir uma equipe aos playoffs. Na última década, isso aconteceu em cinco ocasiões, com o próprio Dalton em 2011, Andrew Luck no mesmo ano, Russell Wilson e Robert Griffin III em 2012 e Dak Prescott em 2016.
(Foto: Reprodução Twitter/Chicago Bears)
Principais chegadas: Os Bears entraram na offseason enforcados com a folha salarial da equipe, portanto não havia muito o que fazer diante de tal cenário. Pace buscou reforços pontuais para aumentar o depth em posições carentes. O cornerback Desmont Trufant chega em um contrato de um ano para brigar pela posição de CB2, assim como o EDGE Jeremiah Attaochu, que deverá ser um pass rush situacional no sistema. Após três anos em Detroit, Christian Jones retorna aos Bears para compor o corpo de linebackers do time.
No ataque, o running back Damien Williams, campeão e destaque do Super Bowl LIV pelo Kansas City Chiefs, também chega para trazer profundidade na posição e, inicialmente, substituir Tarik Cohen, que continua se recuperando de uma ruptura no ligamento cruzado anterior do joelho e deverá perder as semanas iniciais da temporada. O veteraníssimo left tackle Jason Peters vem para brigar pela posição de LT titular e é claro, não podemos esquecer de Andy Dalton. O QB vai receber US$ 10 milhões durante um ano para ser o titular da posição e também mentor de Fields.
Principais saídas: A ausência mais sentida certamente será a de Kyle Fuller. O cornerback duas vezes pro bowler foi vítima do salary cap apertado dos Bears e rumou para o Denver Broncos. Outra perda importante foi a de Cordarrelle Patterson, um dos melhores retornadores da liga e que também era utilizado de maneira criativa no ataque alinhando muitas vezes como running back. O quarterback Mitchell Trubisky foi outro que teve o seu ciclo encerrado (esse não deve deixar muitas saudades).
Ponto forte: A defesa continua sendo o setor mais dominante de Chicago. Com o enfraquecimento da secundária após a saída de Fuller, fica claro que o front seven é o ponto mais forte da unidade. A linha defensiva conta com a volta de Eddie Goldman, que optou por não jogar em 2020 por conta da COVID-19. Soma-se ele a Khalil Mack, Robert Quinn, Bilal Nichols, Akiem Hicks, Roquan Smith e Danny Trevatan e temos um setor com potencial para voltar a ser dominante no novo sistema de Sean Desai, parecido com o que Vic Fangio rodava em 2018 no auge dessa defesa.
Ponto fraco: Como dito antes, a peça mais importante do tabuleiro de qualquer equipe na NFL é o quarterback. É ele o responsável por “carregar” o ataque e decidir jogos nos minutos finais quando a situação pede. Dito isso, Andy Dalton pode ser considerado um elo fraco dentre os titulares dos Bears. O QB mostrou ser um bom reserva em Dallas, mas quando recebeu a árdua missão de substituir Prescott, o desempenho ofensivo da equipe caiu bastante e evidenciou o atual estágio em que o quarterback se encontra. De qualquer forma, cedo ou tarde veremos Fields assumir a posição durante a temporada.
Calouro para ficar de olho: Surpreendendo um total de zero pessoas, Justin Fields é o cara que vai atrair toda a atenção da mídia e dos fãs em Chicago. O produto de Ohio State fez parte de uma classe histórica de QBs no último Draft e sua inexplicável queda até a pick 11 pode fazer com que muitos GMs se arrependam em breve por ter passado um talento como ele.
Logo em sua estreia no jogo contra o Miami Dolphins pela pré-temporada, Fields já mostrou todo o seu arsenal com belos passes e um touchdown terrestre saindo do pocket improvisando com as pernas. A expectativa geral é que ele venha a ser o QB da franquia por muitos anos, mas é preciso ter paciência, especialmente na temporada de calouro, que sempre exige muita adaptação e maturidade dos quarterbacks vindos do college.
(Foto: Reprodução Twitter/NFL)
Campanha 2020: 8-8
Projeção para 2021: 7-10
Técnico: Matt Nagy (desde 2018)
Briga por: Wild Card
TABELA 2021
Semana 1: Rams (fora)
Semana 2: Bengals (casa)
Semana 3: Browns (fora)
Semana 4: Lions (casa)
Semana 5: Raiders (fora)
Semana 6: Packers (casa)
Semana 7: Buccaneers (fora)
Semana 8: 49ers (casa)
Semana 9: Steelers (fora)
Semana 10: Bye week
Semana 11: Ravens (casa)
Semana 12: Lions (fora)
Semana 13: Cardinals (casa)
Semana 14: Packers (fora)
Semana 15: Vikings (casa)
Semana 16: Seahawks (fora)
Semana 17: Giants (casa)
Semana 18: Vikings (fora)
POWER RANKING THE PLAYOFFS 2021
Chicago Bears: posição 20
Melhor nota: 8 / Pior nota: 6
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Alex Torrealba, Fabio Garcia, Fernando Ferreira, Gabriel Mandel, José Ferraz e Luis Felipe Saccini. Os seis deram notas de 5 a 10 para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 32.