PRÉVIA NFL 2020: #5 Tampa Bay Buccaneers
Tom Brady embarca no navio da equipe da Flórida, que aposta em 'all in' em 2020
Em jogos de apostas, como pôquer, o ato de apostar todas fichas em uma jogada é caracterizado como um “all in”. Talvez não exista uma tradução que encaixe bem com a expressão proveniente do inglês, todavia, podemos considerar, de forma livre, que “tudo ou nada” e “ou vai, ou racha” podem ser um equivalente na nossa língua. Contextualizando ao assunto, esse é o resumo do Tompa Tampa Brady Bay Buccaneers nesta temporada.
Não podemos começar a conversa sem citar a maior adição dos Bucs para 2020: Thomas Edward Patrick Brady Jr., ou só Tom Brady para os íntimos (“marido da Gisele” também vale). O maior jogador da história do futebol americano atracou no porto de Tampa. Algo que abala as estruturas da NFL e do esporte mundial.
Apesar de ter 43 anos e um declínio evidente nos últimos anos, um Brady em queda ainda é um dos melhores quarterbacks da liga. Um upgrade em relação a Jameis Winston, Ryan Fitzpatrick ou Josh Freeman ou qualquer outra tentativa de quarterback que navegou por lá nos últimos anos.
A idade pode até pesar, mas na última temporada, o camisa 12, com um ano considerado “ruim”, alcançou a nota de 80.5 no ranking do Pro Football Focus (PFF) e um rating de 88.0. Em números brutos, ele teve 60,8% dos passes completados para 4.057 jardas, além de 24 touchdowns e 8 interceptações. Boas stats.
Porém, uma outra estatística chama muito a atenção: porcentagem de interceptações. Algo imprescindível na NFL moderna é evitar turnovers, proteger a danada da bola. Segundo o site Pro Football Reference, o índice de Brady em 2019/20 foi de 1,3, sendo 8º melhor na liga. Mas, o grande “tchan” é quando comparamos com o último titular da equipe. Por exemplo, Jameis Winston, em 2019, teve a pior média entre 32 QBs rankeados com 4,8.
Talvez a grande questão seja o esquema. O ataque de Bruce Arians e Byron Leftwich é extremamente agressivo e vertical, sempre buscando passes em profundidade. Diferente do ideal utilizado por Bill Belichick e Josh McDaniels no New England Patriots.
A chave será o processo de adaptação e equilíbrio. Tom Brady precisa mostrar o seu braço e os técnicos entenderem as limitações atuais do jogador. Talvez esse seja o motivo das contratações de Rob Gronkowski e de LeSean McCoy. O tight end ainda é uma dúvida por voltar de uma aposentadoria, mas é um alvo de confiança e pode ser uma alternativa mais curta trabalhando com rotas entre os linebackers. Já o running back pode desafogar o GOAT com check downs e recebendo passes curtos.
EXTRA: Enquanto eu escrevo a prévia, os Bucs anunciaram a contratação de Leonard Fournette, running back dispensado pelo Jacksonville Jaguars. Apesar do jogo corrido ter um impacto bem inferior ao aéreo para construção de uma vitória, reforçar qualquer unidade no pós-free agency pode ser útil para um “tudo ou nada”.
Voltando ao que importa, vamos falar sobre o ataque aéreo e como Tom Brady está mais armado que um exército. Preciso comentar a respeito de Mike Evans e Chris Godwin? Simplesmente são a terceira dupla na história da NFL que alcançaram uma média de pelo menos 89 jardas por partida. Insano. Em 2019, ao todo, foram quase 2.500 jardas e 17 touchdowns recebidos.
Também podemos destacar o trio de tight ends. Além de Gronk, o marido da Gisele terá Cameron Brate e O.J. Howard. É pouca coisa, não?
Já falamos de ataque, jogo aéreo e terrestre… mas, quando se tem um ataque vertical, o que é necessário para ele funcionar? Uma tremenda linha ofensiva que consiga segurar o pass rush enquanto os recebedores percorrem as rotas. A unidade dos piratas é boa. Nomes como Ali Marpet e Ryan Jensen no miolo da linha são o destaque. Combinados, os dois jogadores anotaram 80.4 na proteção de passe no ranking do PFF.
Por outro lado, as beiradas preocupam, com o left tackle Donovan Smith sendo o 4º com mais pressões cedidas e o 5º com mais sacks permitidos na liga. Porém, no Draft e na free agency vieram reforços para as pontas: Tristan Wirfs e Joe Haeg vieram. respectivamente, da universidade de Iowa e do Indianapolis Colts.
Creio que falamos muito de ataque, afinal ataques ganham jogos e campeonatos. Mas, sempre é legal ter uma boa defesa. Vamos começar com o pass rush, sem sombra de dúvidas, a unidade defensiva de maior destaque. O edge Shaquil Barrett liderou a liga em sacks em 2019 com 20 QB abatidos. O seu oposto de linha, Jason Pierre-Paul também teve um bom desempenho de 9 sacks. Isso porque por dentro temos Vita Veia atropelando tudo que vê pela frente.
A dupla de linebackers, Lavonte David e Devin White, dispensa comentários e são dois dos melhores defensores da liga. A grande dúvida fica na secundária, liderada pelos cornerbacks Carlton Davis e Sean Murphy-Bunting. Apesar da ausência de grandes nomes, a dupla de CBs é boa. O grande problema está mais atrás, o time depende do bom desempenho do calouro Antoine Winfield Jr. como safety. Não podemos descartar adições no meio da temporada para o grupo.
Talvez não tenha muito o que falar, todavia eu já falei de quase tudo e então vamos falar sobre special teams. Acredito que Ryan Succop, caso ele não machuque, e Bradley Pinion sejam suficientes para não atrapalhar. Não são jogadores elite, mas não ruins em suas posições.
(Fotos: Reprodução Twitter/Tampa Bay Buccaneers)
Principais chegadas: A principal adição feita foi a contratação de Tom Brady, sendo a principal também da história do time quiçá da NFL. Bem, já falamos muito do GOAT no texto, mas tivemos ainda Rob Gronkowski e Leonard Fournette entre os nomes de maior impacto. Também devemos ressaltar as renovações contratuais que aconteceram. Manter Shaquil Barrett com uma tag é caro, mas em um caso de all in é essencial. Um ano de contrato de US$ 15,8 milhões está bom nessas circunstâncias.
Principais saídas: Não podemos dizer que a equipe foi prejudicada com perdas. Todos os bons nomes perdidos foram jogadores para rotação e/ou de posições de pouco valor. Por exemplo, Beau Allen, Carl Nassib e Breshad Perriman não farão falta para o time.
Ponto forte: Como destrinchamos, o ataque é o forte do time, com destaque para o jogo aéreo. Caso o sistema funcione com Brady, a NFC South terá um baita problema. Com tudo andando nos conformes, podemos esperar do camisa 12 um salto de produção semelhante ao de Carson Palmer no Arizona Cardinals quando era treinado por Bruce Arians.
Ponto fraco: Poderíamos destacar a falta de nomes na secundária, mas precisamos ver o trabalho de Todd Bowles, coordenador defensivo da equipe. Conhecido por ser especialista na área, o desenvolvimento dos jovens talentos pode eliminar qualquer risco defendendo jogo aéreo.
Calouro para ficar de olho: Como citei no item anterior, um dos calouros que podem crescer é Antoine Winfield Jr., seleção de segundo round. Um dos destaques da equipe nesta pré-temporada, o defensor já deve ser titular e dono da ilha (ou baía) do fundo de campo. Também faço menção honrosa ao Tristan Wirfs, escolha de 1ª rodada. Esses dois jovens podem se tornar franchise players em um futuro breve.
Campanha em 2019: 7-9
Projeção para 2020: 11-5
Técnico: Bruce Arians (desde 2019) – histórico: (9-7-0)
Briga por: Título de divisão, porém pode ir muito além
TABELA 2020
Semana 1: New Orleans Saints (fora)
Semana 2:Carolina Panthers (casa)
Semana 3: Denver Broncos (fora)
Semana 4: Los Angeles Chargers (casa)
Semana 5: Chicago Bears (fora)
Semana 6: Green Bay Packers (casa)
Semana 7: Las Vegas Raiders (fora)
Semana 8: New York Giants (fora)
Semana 9: New Orleans Saints (casa)
Semana 10: Carolina Panthers (fora)
Semana 11: Los Angeles Rams (casa)
Semana 12: Kansas City Chiefs (casa)
Semana 13: Bye week
Semana 14: Minnesota Vikings (casa)
Semana 15: Atlanta Falcons (fora)
Semana 16: Detroit Lions (fora)
Semana 17: Atlanta Falcons (casa)
POWER RANKING THE PLAYOFFS 2020
Tampa Bay Buccaneers: posição 5
Melhor nota: 9,5 / Pior nota: 8,5
>> A posição de cada time no Power Ranking do The Playoffs foi definida por um comitê do site que conta com Fabio Garcia, Fernando Ferreira, Gabriel Mandel, José Ferraz e Luis Felipe Saccini. Os cinco deram notas para as equipes levando em conta a força dos elencos em geral e a perspectiva delas neste momento. A partir da média, listamos as franquias neste ranking de 1 a 32. Semanalmente, a lista será atualizada de acordo com o desempenho dos times em campo durante a temporada regular.